Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de FOTOVOO - (O "PALÁCIO CRUZ ALAGOA" é um dos mais característicos edifícios da COTOVIA, na RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA) in SÉTIMA COLINA
Rua da Escola Politécnica - (191_) foto de Joshua Benoliel - ("RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" no edifício do PALÁCIO CRUZ ALAGOA, a "DROGARIA PROGRESSO" no início do século, esquina para a antiga "RUA DA PENHA DE FRANÇA", (hoje Rua Maestro Pedro de Freitas Branco) (Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Escola Politécnica - (1983) - Foto de autor não identificado (O "PALÁCIO CRUZ ALAGOA" na Rua da Escola Politécnica, 161 a 195. Arquitecto desconhecido, entre 1757 e 1762. À direita a CAPELA) in LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO
Rua da Escola Politécnica - (Século XVIII) Foto de Pedro Soares - (O "BRASÃO DOS CRUZ-ALAGOA" idêntico ao de "SOBRAL" (altera a posição do galgo). Família que se enobreceu no séc. XVIII. Por alvará de 17.01.1763 foi dada a casa e quinta de ALAGOA a JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ ALAGOA, riquíssimo comerciante que dela tomou o apelido) in MONTE OLIVETE
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XIII ]
«O PALÁCIO CRUZ ALAGOA ( 1 )»
Com uma longa fachada de 1.º andar de dezoito janelas e dois portões acompanhando a inflexão da RUA, a CAPELA ao topo como se fizesse parte de uma Quinta, parte-se mais ou menos ao meio, por efeito da curva da rua, o que passou a justificar-lhe dois proprietários entre os números 161 a 195 da "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" (antiga Rua da Fábrica das Sedas).
O chamado "PALÁCIO ALAGOA" ou "PALÁCIO CRUZ ALAGOA", é um dos mais característicos edifícios da "velha" «COTOVIA», hoje "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA".
A Caracterização deste edifício, ou melhor, dos edifícios, anda um pouco confundida. Vulgarmente chamado de Palácio, no entanto apresenta-se como se fosse uma unidade habitacional, definida por uma evidente lógica arquitectónica. Ora tal não se passa: realmente são edifícios justapostos, cobertos por uma mesma gramática decorativa, que transmite essa noção unitária que de facto não existe. Aliás, o conjunto primitivo era ainda maior, pois o prédio contíguo na "RUA PEDRO DE FREITAS BRANCO" (antiga "RUA DA PENHA DE FRANÇA), hoje revestido de azulejos, pertencia-lhe também, como se percebe lendo-lhe as coordenadas decorativas das cantarias.
Construído logo a seguir ao Terramoto desde 1757, e já terminado, ou quase em 1762 (em terrenos da antiga Quinta do Morgado dos SOARES da COTOVIA), paralelamente, portanto, ao "PALÁCIO SEIA", este "PALÁCIO ALAGOA" compôs a franja poente da "RUA DIREITA DA FÁBRICA DA SEDA", construção Joanina preexistente, até ao RATO.
Foi mandado edificar por "JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ", mas logo deu habitação familiar a dois irmãos que seriam herdeiros sucessivos dos grandes negócios em que a família, dita das «CRUZES DOS TABACOS», em cujo monopólio arredondavam enorme fortuna, metidos em negócios difíceis, os quais POMBAL havia de proteger.
A posição proeminente dos CRUZES, até ao terceiro, já falecido em 1802, no consulado pombalino e, logo depois, na política a que se adaptaram com idênticos ou acrescidos privilégios, é o caso mais fascinante da sociedade portuguesa da segunda metade de Setecentos, caso exemplar, caso da escola, como se diz, referencia da história que prosseguiria liberalmente pelo século XIX dentro, como tem sido estudado.
"JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ" era o mais velho dos três negociantes, mas já um irmão, padre de Oratório, lhe abrira caminho junto de "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO", e acreditando nas preciosas «MEMÓRIAS DE RATTON» que muito viveu e muito observou e muito lucrou também na sua comum e concorrencial situação.
"JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ" de grandes capitais envolvidos no Comércio do BRASIL, na sua "COMPANHIA DO GRÃO PARÁ E MARANHÃO", foi Presidente da JUNTA DO COMÉRCIO e tesoureiro-mor da "FAZENDA REAL", cargo de maior confiança política e de proveito certo. Quando faleceu em 1769, tinha instituído um MORGADO em 10.09.1763, das suas propriedades da «ALAGOA», isso lhe dera em 25.03.1765 o brasão de armas de mercê novas ( e que são efectivamente inspiradas nas, seculares dos TÁVORAS), de nome abolido, assaz característica... Coincidência não pode pensar-se, antes propósito ou vingança de humor negro nas trágicas circunstâncias! Eles passaram aos irmãos mais novos, "JOAQUIM INÁCIO" que, à sua vez, instituiu Morgado em "SOBRAL DE MONTE AGRAÇO", em 1771 e "ANSELMO", CRUZ I, CRUZ II, e CRUZ III o primeiro dito CRUZ ALAGOA, os outros dois "CRUZ SOBRAL", dando o terceiro, origem por casamento BRAANCAMP da filha herdeira ( que finalmente surgia na família), a sua baronia de "SOBRAL", criada em 1813, que subiria a viscondado e condado, já em 1844, grandeza obtida na sucessiva situação constitucional de D. MARIA II.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA[ XIV ]-O PALÁCIO CRUZ ALAGOA ( 2 )».
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