Gente de Lisboa - (1816) Desenho aguarelado de ALBERTO SOUSA - (Um "GALEGO AGUADEIRO", símbolo de LISBOA na época) in "ALFACINHAS" os lisboetas do Passado e do Presente
Gente de Lisboa - (Século XIX) Gravador J. NOVAIS - (Uma mudança, "a pau e corda" por trabalhadores "GALEGOS", na cidade de LISBOA) in LISBOA DE ALFREDO MESQUITA
Gente de Lisboa - (Século XIX) Desenho sobre papel de RICARDO HOGAN - (Um desenho de "MOÇO DE FRETES" provavelmente de etnia "GALEGA", numa esquina da cidade) in O POVO DE LISBOA - CML
Gente de Lisboa - (1859) Desenho de FLORA, gravura de NOGUEIRA DA SILVA - (O "GALEGO DE ESQUINA" publicado no Arquivo Pitoresco Volume II, página 248) in O POVO DE LISBOA- CML
Gente de Lisboa - (1907) Foto de Joshua Benoliel - ("AGUADEIROS GALEGOS" no Chafariz da Esperança - a maioria dos aguadeiros eram GALEGOS, reconhecidos facilmente pela sua típica indumentária e característico pregão) (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in AML
Gente de Lisboa - ( 1907 ) Foto de Joshua Benoliel - ("AGUADEIROS GALEGOS" no "Chafariz de Dentro" no Bairro de ALFAMA ) (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in AML
(CONTINUAÇÃO) - GENTE DE LISBOA [ VII ]
«OS GALEGOS ( 1 )»
OS GALEGOS
A extrema pobreza em que os «GALEGOS» viviam obrigavam este povo a emigrar, ainda bastante jovem. Desciam das Montanhas da GALIZA, não trazendo consigo mais do que o fatinho que lhes cobria o corpo.
Percorrendo a pé, ou aproveitando-se de alguma "boleia", metiam-se às estradas que os separavam de LISBOA, para onde convergiam em grande número, à procura de melhores condições de ganhar o seu pão e amealhar um pecúlio, que lhes permitisse voltar à terra que os viu nascer e comprar uma pequena porção de terreno para lhes assegurar a velhice.
Em LISBOA competiam com os naturais e a comunidade NEGRA em tarefas servis, empregando-se como criados, cozinheiros e moços de recados; monopolizavam, porém, quase completamente, os serviços mais pesados. como o de "MOÇO DE FRETES" e "AGUADEIRO".
Os "AGUADEIROS" encontravam-se em número muito elevado em LISBOA, que se distribuíam pelos chafarizes da cidade e, quando aguardando a sua vez na "fila" para obter água, sentados nos seus barris, que serviam para distribuir a água, carregando-os às costas ou, em grupos, pelas "PRAÇAS" e esquinas das RUAS, à espera de um freguês.
Terão sido estes "GALEGOS" que, mercê da sua força bruta, aliada a um temperamento calmo e algo de ambição, conseguiram assegurar uma eficiente distribuição de água ao domicílio na cidade de LISBOA, pois só em 1880 com a inauguração da "ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS", na RUA DO ALVIELA à "CALÇADA DOS BARBADINHOS", o abastecimento normal de água para a cidade ficou parcialmente resolvido, por uns largos anos.
Foram estes "GALEGOS" que em certas ocasiões fizeram de bombeiros em LISBOA, enquanto não existiam serviços de incêndio organizados, acorrendo prontamente, a qualquer hora da noite, sempre que os sinos da Igreja dessem esse sinal de incêndio.
Antes da revolução operada nos transportes, foram verdadeiras "bestas de carga", (que nos perdoem o termo), assegurando o transporte de mobiliário nas mudanças de residências.
Com a captação das águas do "RIO ALVIELA" e a fundação da "COMPANHIA DAS ÁGUAS ", por um lado, e a organização das primeira "EMPRESAS DE TRANSPORTES" por outro, finalizaram as profissões de «AGUADEIROS» e de «MOÇOS DE FRETES». Os "GALEGOS" começaram a rarear nas ruas da cidade de LISBOA até desaparecerem quase por completo nessas actividades.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«GENTE DE LISBOA [ VIII ] OS GALEGOS ( 2 )».
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«GENTE DE LISBOA [ VIII ] OS GALEGOS ( 2 )».
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