sábado, 30 de julho de 2016

LARGO DA AJUDA [ I ]

«O LARGO DA AJUDA E SEU ENVOLVENTE»
 Largo da Ajuda - (Década de 80 do século XX) - ("Palácio Nacional da Ajuda" no sítio da AJUDA, próximo da casa do escritor e conservador da Biblioteca da Ajuda, "Alexandre Herculano" e da "Torre da Ajuda")  in  DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE PORTUGAL - VOL. I
 Largo da Ajuda - (2016) - (Panorâmica da zona onde está inserida  o "LARGO DA AJUDA" e o "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA")  in    GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - ( 2016 ) - (Panorâmica mais aproximada do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e seu envolvente)   in   GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - (1973) Foto de Artur Pastor - (Panorâmica sobre a encosta da AJUDA com o Palácio Nacional da Ajuda no topo) - (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Largo da Ajuda - ( 19--)  Foto de José Chaves Cruz - (Palácio Nacional da Ajuda no Largo da Ajuda)  (Abre em Tamanho grande)  in    AML  
Largo da Ajuda - ( Século XIX - Gravura de B. R. Bourdet - (Panorâmica do ALTO DA AJUDA, em primeiro plano vê-se o Jardim de Lázaro Leitão e ao fundo a "REAL BARRACA DA AJUDA", residência do REI depois do Terramoto de 01.11.1755, a CAPELA e a TORRE SINEIRA do Palácio) (Abre em tamanho grande)  in    AML 


(INÍCIO) - LARGO DA AJUDA [ I ]

«O LARGO DA AJUDA E SEU ENVOLVENTE»

O «LARGO DA AJUDA» pertence à freguesia da «AJUDA» é limitado a Oeste pela Nobre fachada do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e fica entre a "CALÇADA DA AJUDA" e a "RUA DO GUARDA-JOIAS". Para ele convergem a Sul; a ALAMEDA DOS PINHEIROS e RUA DOM VASCO; a Norte a "RUA DA TORRE, LARGO DA TORRE e a RUA AUGUSTO GOMES FERREIRA, a Nascente a "TRAVESSA DA AJUDA" e o "PÁTIO DO SEABRA".
Este "LARGO DA AJUDA" tem origem na antiga "QUINTA DE CIMA DO ALTO DA AJUDA" quando este sítio foi eleito para residência REAL, depois do Terramoto de 1755. Nesse "CABEÇO", seria a futura morada de DOM JOSÉ.
O nome de "LARGO DA AJUDA" resulta de uma deliberação camarária de 21 de Setembro de 1916 e do EDITAL de 26 do mesmo mês, que oficializou o topónimo.
A ACTA Nº. 4 de 18 de Janeiro de 1944 da COMISSÃO DE TOPONÍMIA, vem confirmar a aprovação da sua nomenclatura.

O lugar da "AJUDA" começou a existir como aglomerado bairrista e urbanisticamente definido, muito antes de BELÉM ser freguesia. Assim, a crónica bairrista da "AJUDA" não é menos interessante do que a de BELÉM; é mesmo mais rica em elementos populares, mais expressiva e pitoresca e com alguns alicerces históricos.
O nome de "AJUDA" prende-se com a pequena ERMIDA desta invocação. erigida no século de quatrocentos no "ALTO DA AJUDA" à qual andou ligada uma graciosa lenda: Um pastor que por ali trazia seu gado a pastar, entrou em certa ocasião numa gruta entre "fragas" ( 1 ) que caracterizava o lugar, e viu nela uma imagem da VIRGEM, que logo  - e porque auxiliava os que a ela recorriam -  ficou sendo a «SENHORA DA AJUDA».
Era grande a devoção dos fieis, que de longe vinham e em tão elevado número que houve a necessidade de se fazerem casas para os recolherem.  À primeira ERMIDA sucedeu outra maior, muito da protecção da RAINHA DONA CATARINA, mulher do REI DOM JOÃO III.
No início do século XVII "AJUDA" estava desenvolvida, sendo em 1742 já uma freguesia autónoma do BAIRRO DO MOCAMBO. Veio então o Terramoto que destruiu grande parte de LISBOA.
Até 1755, como é sabido, os monarcas moravam geralmente no PALÁCIO DA RIBEIRA, junto ao TEJO, nas proximidades do TERREIRO DO PAÇO actual, pelo que , o GOVERNO, também por lá funcionava. Mas o sismo não poupou a residência dos soberanos pelo que, DOM JOSÉ e sua família mais próxima, ficaram a dever a vida ao simples facto de terem pernoitado no PALÁCIO DE BELÉM, que era ao tempo, uma espécie de REAL CASA de Campo. Em circunstâncias normais, poderiam ter ficado soterrados, como aconteceu a muitos dos que se encontravam a trabalhar no PALÁCIO DA RIBEIRA.

Logo que se soube que o morro chamado "AJUDA" tinha sido poupado à fúria devastadora do abalo, El-REI que não ganhara para o susto, decretou de pronto que nesse morro "bendito" seria a sua futura morada. Entretanto, declarou que não mais voltaria a dormir em casa construída de pedra e cal.
Assim, improvisaram-se tendas para receber as altas personalidades e foi iniciada a construção de uma grande casa de madeira, à qual o povo chamou,  a "REAL BARRACA" ou o "PAÇO DE MADEIRA".

- ( 1 ) - FRAGA - Penhasco, brecha, rocha escarpada.

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«LARGO DA AJUDA[ II ] - A REAL BARRACA ( 1 )»

3 comentários:

Lisete disse...

Olá Amigo APS, foi no Páteo do Seabra que eu nasci e vivi durante os primeiros cinco anos da minha vida. Continuando a lá ir com muita regularidade pela vida fora enquanto a minha avó paterna foi viva. Vou continuar com a leitura do "Largo de Ajuda". Abraço

APS disse...

Olá amiga LISETE, peço desculpa de só agora ter respondido ao seu comentário.
Há muito tempo que não aparece por aqui, algum problema de saúde? Espero que não.
Fico contente por ter nascido neste sítio tão emblemático da residência histórica dos nossos governantes do passado.
O lugar teve momentos altos e baixos, penso que neste momento está em alta, o PALÁCIO a funcionar muito bem, e será sem dúvida um Polo de atracção turística.
Quanto ao PÁTIO DO SEABRA não encontrei muita coisa de relevância para contar, peço desculpa, mas até eventualmente poderá existir alguma história que eu desconheço.
Vou-lhe enviar um LINK. onde poderá, (possivelmente) identificar a casa ou a porta de sua avó. no PÁTIO DO SEABRA.
Despeço-me com amizade,
Um abraço
APS
Link: http://apontamentoslisboa.blogspot.pt/2013/05/patio-do-seabra.html

Lisete disse...

Olá amigo APS, por aqui tudo bem obrigada, espero que consigo também. Estive a ver as imagens e a casa onde nasci é a da porta verde com dois pilaretes em pedra (terceira foto). O que sei sobre a casa é pouco, mas sei que o tio Filipe (tio da avó Dores), o morador inicial, era empregado no palácio e como tal tinha direito à casa. A família foi lá ficando por algumas gerações. Uma vez mostrei interesse na casa junto da avó Dores e ela disse que era só eu continuar a pagar a renda na Câmara de Lisboa (4.00€), mas deixei o tempo passar sem nada fazer e quando a avó faleceu em 2002 já uma tia tinha negociado a chave não sei com quem. Agora gostava que alguém da família do lado paterno estivesse vivo para poder aprofundar mais informação sobre a casa, mas já morreram todos.
Abraço