quarta-feira, 19 de julho de 2017

RUA ALFREDO DA SILVA [ XIV ]

«A C.U.F. NO BARREIRO ( 2 )»
 Rua Alfredo da Silva - ( 1930 )  -  ( Até o  "ZÉ POVINHO" já anda de "charrete" puxada a cavalos, depois de ter usados os nossos ADUBOS)  in   FOTOBIOGREFIAS SÉCULO XX
 Rua Alfredo da Silva - (1907)  -  (Início da construção do grande armazém fabril, que resultaria no complexo Industrial no BARREIRO)  in  FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX
 Rua Alfredo da Silva - (1909)  -  (O desenvolvimento das obras, enquanto avança o projecto e se adquirem os alvarás para as fábricas)  in    FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX
 Rua Alfredo da Silva - (1916)  -  ("ALFREDO DA SILVA" -à direita- com o Embaixador "BIRCH", numa visita às instalações da fábrica da CUF no BARREIRO)  in  UM OLHAR SOBRE O BARREIRO
 Rua Alfredo da Silva - ( 1932) -  (Vista parcial, tirada de avião, à fábrica e porto fluvial da CUF no BARREIRO que, com menos de três décadas, sob a constante direcção do seu principal impulsionador "ALFREDO DA SILVA") in    RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Alfredo da Silva - (1983)  -  (Uma fotografia do Centro Informático da CUF/QUIMIGAL no BARREIRO, computador UNIVAK 90/30)   in  RESTOS DE COLECÇÃO
Rua Alfredo da Silva  - ( Século XX)  -  (Cinzeiro uma oferta do grupo CUF aos seus clientes)  in   ARQUIVO/APS


(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ XIV ]

«A C.U.F. NO BARREIRO ( 2 )»

Nesse sentido, ele estuda o problema e enceta os trabalhos preliminares para a sua concretização do que tem em mente. Percorre o ALENTEJO, numa tentativa para encontrar o melhor local para edificação do que pretende. Hesita entre CASA BRANCA e VILA NOVA DE BARONIA, chegando mesmo a adquirir alguns terrenos nesta última localidade, já que a falta de água que ali se fazia sentir, logo o obriga a por a hipótese de parte. Contudo, surge nova ideia: O BARREIRO.  Na certeza de ter ali encontrado o locar ideal, logo entra em negociações na compra de uma faixa de terreno pertencente à firma "BENSAÚDE & Cª." (uma antiga fábrica de cortiça), era perfeito para a futura expansão da Empresa, além de uma ligação com o CAMINHO DE FERRO, existindo ainda um "CAIS ACOSTÁVEL", o que equivale a dizer que reunia dois factores que o tornavam muito valioso.
Ultimadas as negociações e assinada a escritura de compra, "ALFREDO DA SILVA" com o intuito de se documentar perfeitamente sobre as técnicas mais evoluídas, parte para a ALEMANHA em visita ao que, na altura, existia de mais aperfeiçoado em matéria de fabrico de  óleos.  De passagem por PARIS, entra em contacto com o Engenheiro francês "A. L. STINVILLE" que viria, depois, a ser o principal orientador das obras a realizar.
Essas obras de uma grandeza ímpar até então no País, são orçadas em 500 Contos de réis, importância que embora elevadíssima para a época, ainda acabaria por ser largamente excedida, ultrapassando os MIL CONTOS DE RÉIS.
O trabalho árduo a que, depois se procede durante cerca de dois anos, torna possível que, no dia 2 de Dezembro de 1909, "ALFREDO DA SILVA" e alguns dos seus mais directos colaboradores, tais como o secretário "AARÃO ANAHORY", o médico "DR. COSTA", VICTOR BELO, os engenheiros "PALLET" e "LACOMBE", o Engº. agrónomo "AMANDO DE SEABRA", "JOÃO SILVA", "ÁLVARO MIRANDA", o francês "DEBROU", encarregado dos carpinteiros, e outros, recebam, no BARREIRO, os accionistas a fim de que todos assistam à inauguração da OBRA.

No entanto, em 19 de Setembro de 1908 é inaugurada a sua primeira unidade fabril no BARREIRO, a "FÁBRICA DE EXTRACÇÃO DE ÓLEO DE BAGAÇO DE AZEITONA" (destinada ao fabrico de sabões) e um pequeno conjunto de unidades fabris que visavam fundamentalmente produções aplicáveis na agricultura: FABRICA DE ENXOFRE (moídos e sublimados) na produção de insecticidas, uma "FÁBRICA DE ADUBOS" (Super-fosfatos), obtido do fabrico do ácido Sulfúrico, a partir da "USTULAÇÃO" ( 1 ) das "PIRITES" ( 2 ).
A breve trecho, este veio fundamentar por reacção com o sal, a produção de sulfatos de cobre e de sódio e também de ácido clorídrico.
Em menos de 10 anos, com o início de ramos industriais coadjuvantes, tratamentos então rudimentar, das cinzas do minério (entre 1911 e 1916), tecelagem e fiação de fibras africanas com que se obtêm sacos para o armazenamento de adubos, estavam lançadas as bases da empresa que viria a ser o primeiro complexo português com nível europeu.

A partir de 1930 apta-se pela concentração fabril no BARREIRO dentro da região de LISBOA; é nessa data que se conclui uma nova ponte-cais que permite a acostagem de vapores com 1 500 Toneladas; é em 1933 que se transfere a "FÁBRICA DE TAPETES DO RATO" e em 1934 que se instala a de "FARINHA E DE ÓLEO DE AMENDOIM", de produção destinada às fábricas de conserva de SETÚBAL e do ALGARVE. 

( 1 ) - USTULAÇÃO - Acto ou efeito de "USTULAR"; Calcinação.   - USTULAR -v. tr. -Secar ao fogo; queimar levemente;queimar um sulfureto metálico, em presença do ar, para obter o anidrido sulfuroso e um óxido do metal.

( 2 ) PIRITES (do Lat pyrites ou pyríte «Grego pyr, pyrós, fogo) - s.f.- Sulfureto metálico, que se encontra no estado natural. Quim. - Combinação de enxofre e de um metal que se encontra no estado natural. PIRITE DE COBRE, sin. de CALCOPIRITE. PIRITE BRANCA, sin. de MARCASSITE. Existe em Portugal.

Com a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, voltou a intensificar-se no séc. XIX a exploração mineira, tendo funcionado largas dezenas de minas que exploravam principalmente "PIRITES".
Sendo a faixa PIRITOSA IBÉRICA que constitui uma vasta área geográfica do Sul da Península Ibérica na designação "ZONA SUL PORTUGUESA". Tem cerca de 250 km de comprimento e 30 a 50 km de largura, desenvolvendo-se desde "ALCÁCER DO SAL" (PORTUGAL) a NOROESTE, até "SEVILHA" (ESPANHA), a SUDESTE. Sendo a mais importante e mais antiga a "MINA DE ALJUSTREL" cuja actividade mineira é anterior aos ROMANOS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA[ XV ]-A CUF NO BARREIRO ( 3 )»

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