quarta-feira, 7 de junho de 2017

RUA ALFREDO DA SILVA [ II ]

«A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (2)»
 Rua Alfredo da Silva - ( 2015 ) (foto de Fábio Pinto)  -  (A "RUA EDUARDO BAIRRADA" possivelmente (antigo leito do "RIO SECO" e vista da "GRUTA do RIO SECO", que representa hoje um GEOMONUMENTO DE LISBOA) in  OBSERVADOR
 Rua Alfredo da Silva - (1885)  -  (Parte da Planta da Cidade de Lisboa, o "X" assinalado representa sensivelmente o sítio do RIO SECO que passava perto da "QUINTA DA ALMARGEM")  in   ARQUIVO/APS/FACEBOOK
 Rua Alfredo da Silva - ( 2014) Foto de Carlos Gomes -  (Um aspecto da "GRUTA DO RIO SECO" ou GEOMONUMENTO DE LISBOA, em pleno Bairro da AJUDA)  in  BLOGUE DE LISBOA 
 Rua Alfredo da Silva - ( 2016 )  -  (vista da "CALÇADA ERNESTO DA SILVA" o "GEOMONUMENTO" que representa a gruta do "RIO SECO")  in   GOOGLE EARTH
Rua Alfredo da Silva - (2016)  -  (Panorâmica da vista da "RUA EDUARDO BAIRRADA" possivelmente o antigo leito do "RIO SECO")  in   GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ II ]»

«A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (2)»
Por ocasião do ano de 1911 já a RIBEIRA se encontrava totalmente canalizada, através de um caneiro subterrâneo até à "RUA DO RIO SECO", terminando a segunda fase até ao "POLO UNIVERSITÁRIO"  nos anos 80, com a criação da "RUA EDUARDO BAIRRADA". Nesta "RUA", com efeito, são visíveis o leito daquilo que foi possivelmente noutros tempos um rio (passando por várias quintas) definido  por um aglomerado de calhaus, ladeado por dois desfiladeiros de grandes dimensões construídos naturalmente pela corrente das águas durante séculos. São pois, os vestígios deste "RIO" há muito extinto que deram origem ao topónimo do "RIO SECO". 
Na realidade, o "RIO SECO" (quando activo) dividia-se em dois leitos, a partir aproximadamente do " LARGO DO RIO SECO". Em cima, à esquerda, viria a  ser o troço da "RUA EDUARDO BAIRRADA", em baixo, à direita o troço da "RUA D. JOÃO DE CASTRO". Este último mais curto e com menos impacto no território, termina numa PEDREIRA que faz fronteira com a "TAPADA DA AJUDA".

Não só nos terrenos dos "SALDANHAS", como ao longo das prazenteiras margem do RIO, muitas famílias iriam construir as suas casas de veraneio, da nobreza antiga aos grandes nomes que nasceram da RESTAURAÇÃO, e com o passar dos anos, aqueles que se denomina como burguesia "do grande funcionalismo público, Ministros, Juízes, Tesoureiros do Estado, Procuradores de armazém e o alto Clero da IGREJA PATRIARCAL". [FRANÇA, JOSÉ-AUGUSTO, pág. 37 ]. Aqui se refugiaram, usando estas quintas de recreio, como espaços de fuga aos dias quentes ou enfadonhos da CAPITAL.
Após o Terramoto de 1755, de um CONVENTO para "Ermitas Descalços de SANTO AGOSTINHO", entre o lugar da AJUDA e o RIO SECO, que se chamaria de NOSSA SENHORA DA BOA-HORA, e após a extinção das ORDENS RELIGIOSAS, em 1834 o CONVENTO seria transformado em  HOSPITAL MILITAR e a IGREJA passaria anos mais tarde a assumir o papel de IGREJA PAROQUIAL DA AJUDA. No entanto a BOA-HORA será sempre parte da AJUDA, tal como o CALVÁRIO parte de ALCÂNTARA. Lugares mais antigos e já de maior importância.

Não só os religiosos procuravam outros ares; algumas das mais antigas quintas de exploração agrícola foram sendo adquiridas pela nobreza lisboeta, que assim, procurava segunda casa, fora da balbúrdia citadina. Os ares frescos do TEJO, os banhos refrescantes no VERÃO, o repouso, a pesca, a caça, e os passeios pelos campos e azinhagas, foram razões mais do que suficientes para uma cada vez maior, a procura destes lugares.
A «QUINTA DO ALMARGEM» zona recentemente urbanizada, e onde se encontravam instaladas várias empresas, algumas de origem francesa; a H. VAULTIER, produtora e comercializadora de óleos para máquinas, correias de transmissão etc.. A "SOCIEDADE PORTUGUESA AR-LÍQUIDO" também, uma firma de origem francesa, instalada neste sítio, onde hoje se realizam a maior parte das aulas de ARQUITECTURA e DESIGN da UNIVERSIDADE LUSÍADA. E no início do século XX, os arruamentos que vieram ocupar o espaço da antiga "QUINTA DO ALMARGEM", (memórias de um espaço agrícola) onde crescia o "ALMARGE" ( 1 ).
- ( 1 ) - ALMARGE - Erva para pasto. ALMARGEM - Prado natural, Almarge, Almarjão, Almarjem, Pastagem e Prado. TERRENO ALMARGEADO - Diz-se dum terreno que só produz ervas para prado, embora cultivado. A palavra "ALMARGEM" deriva do Árabe " Al-marje".
  (CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ III ]-OS PRIMÓRDIOS DE ALFREDO DA SILVA».

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