quarta-feira, 31 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VIII ]

«RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 2 )»
 Rua Camilo Castelo Branco ( 1850 ) Foto de autor não identificado  -  (Retrato de CAMILO CASTELO BRANCO quando tinha 25 anos de idade)   in    WIKIPÉDIA
 Rua Camilo Castelo Branco (1888) - Foto de autor não identificado  -  (Capa da  revista "A COMÉDIA PORTUGUESA" com a foto de CAMILO )  in  TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Camilo Castelo Branco - (195_) foto de Judah Benoliel  -  (A "RUA CAMILO CASTELO BRANCO", troço entre a "AVENIDA DUQUE DE LOULÉ" e a "AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VIII ]

«RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 2 )»


A verdade é que CAMILO CASTELO BRANCO nunca perdeu os contactos com LISBOA. São de facto, relativamente muito frequentes as suas deslocações à CAPITAL.
"CAMILO FERREIRA BOTELHO CASTELO BRANCO" nasceu em LISBOA no dia 16 de Março de 1825 e faleceu a 1 de Junho de 1890 em SÃO MIGUEL DE SEIDE - CONCELHO DE FAMALICÃO.  Romancista muito produtivo, tanto mais que foi o primeiro escritor português a viver exclusivamente daquilo que escrevia, um paradigma da cultura portuguesa do século XIX.
"CAMILO" foi Cronista, Dramaturgo, Ensaísta, Poeta, JORNALISTA e Tradutor, somando mais de trezentos títulos editados.
"CAMILO" quando permanecia em Lisboa hospedava-se em sítios diversos, como no conhecido "HOTEL UNIVERSAL", que ficava onde hoje se encontra a "memória" dos "ARMAZÉNS DO CHIADO". Conhecia razoavelmente o ambiente das letras lisboetas, mantinha correspondência com alguns letrados aqui residentes. Estava atento para o bem e para o mal. Não dispensou, por exemplo, de lançar algumas "ferroadas" ao "GRÉMIO LITERÁRIO", que terá passado por uma fase menos feliz e menos condizente com a sua vocação. Escreveu assim: "A instituição  do "GRÉMIO LITERÁRIO" poderia cuidar de letras (...). Como a nossas gente é pouco coroável de palavreado e as línguas inspiradas ganhassem saburro nos lides Parlamentares, as letras fugiram de lá...".

Em 1860, chegou a morar, um tempo episodicamente é certo, em LISBOA, mais exactamente na "RUA DE SÃO JULIÃO", numa casa que partilhou com o seu amigo "VIEIRA DE CASTRO". E em 1874, quando já habitava há muito em SEIDE com "ANA PLÁCIDO", chegou "CAMILO" a pensar fixar-se em LISBOA. Teve assim em vistas uma casa na "RUA DE SÃO JOÃO DA MATA" ( a SANTOS). Um seu amigo, (o primeiro e único) VISCONDE DE OUGUELA, "CARLOS RAMIRO COUTINHO" que lhe escreveu, a dar conta de como a casa em questão era grande e cómoda. Dada a quantidade e qualidade dos aposentos que possuía , a renda pedida (300 mil réis por ano) nem era cara, advogava o VISCONDE.
Mesmo na obra, revelou "CAMILO" algum conhecimento da cidade de LISBOA. Dedicou-lhe, por exemplo os três volumes dos "MISTÉRIOS DE LISBOA", seguidos do "LIVRO NEGRO DO PADRE DINIS", ainda que este imaginário herói fosse personagem internacional. E em "A QUEDA DE UM ANJO" há como que uma antecipação da "sátira verrinosa" que "EÇA DE QUEIROZ" viria a fazer de alguns aspectos da vida lisboeta.

Dos JORNAIS que colaborou não cabe aqui uma biografia, mínima que fosse. Continuando no propósito de focar os homens e mulheres cujos nomes figuram nas "RUAS DE LISBOA" e tiveram intimamente ligados a jornais, revistas, interessa pois falar dessa faceta CAMILIANA. E, na verdade, o homem que pensou ser médico, jurista e padre - mesmo depois de já ter sido pai e ter tido um primeiro casamento aos 15 anos de idade - foi também JORNALISTA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE) [ IX ] - RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 3 )».

sábado, 27 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VII ]

«RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 1 )»
 Rua Camilo Castelo Branco - (2016) Foto de Sérgio Dias   -  (Um troço da Rua Camilo Castelo Branco na freguesia de SANTO ANTÓNIO)   in   TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Camilo Castelo Branco - (1950)  Foto de Kurt Pinto   -  (A "RUA CAMILO CASTELO BRANCO" esquina com a "AVENIDA DUQUE DE LOULÉ")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in    AML
Rua Camilo Castelo Branco -  (1950)  Foto de Judah Benoliel  -  ("AVENIDA DUQUE DE LOULÉ à esquerda a Estátua no pequeno JARDIM  da "RUA CAMILO CASTELO BRANCO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    AML 


(CONTINUAÇÃO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VII ]

«RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 1 )»

É curioso lembrar que LISBOA prestou bem cedo a este  "seu filho" a homenagem de uma RUA com o seu nome. Na verdade, "CAMILO" suicidou-se em  1 de JUNHO e logo em 24 de Julho seguinte "uma deliberação Camarária",  por força da abertura da "AVENIDA DA LIBERDADE", a um arruamento que liga a "RUA ALEXANDRE HERCULANO" à então "RUA FONTES" (a partir de 1902) "AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO" rodeada a "ESTE" pelo então "BAIRRO CAMÕES" e a SUESTE pelo "BAIRRO DE SANTA MARTA".
A "RUA CAMILO CASTELO BRANCO" pertencia à antiga freguesia do "CORAÇÃO DE JESUS" que pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia de "SANTO ANTÓNIO".  A "RUA CAMILO CASTELO BRANCO" começa na "RUA ALEXANDRE HERCULANO",4 e finda na "AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO",4 é atravessada pela "AVENIDA DUQUE DE LOULÉ" e no cruzamento com esta AVENIDA a "RUA CAMILO CASTELO BRANCO", no seu  lado esquerdo, existe um JARDIM com o mesmo nome, ostentando uma estátua e base de pedra lioz com 3 metros de altura. A obra foi executada pelo escultor ANTÓNIO DUARTE, entre 1947 e 1949, tendo sido inaugurada em 25 de Outubro de 1950.

Alguns biólogos de «CAMILO CASTELO BRANCO» costumam apontar como acaso familiar o nascimento do escritor em LISBOA. (O que aconteceu em 16 de Março de 1825). Para a demonstração da tese, servem-se dos antecedentes do romancista: PAI natural de VILA REAL, MÃE nascida em SESIMBRA, toda a família paterna fixada no NORTE DO PAÍS, com maior incidência em TRÁS-OS-MONTES. Nenhumas raízes nesta cidade de LISBOA.
Mas o próprio escritor, ao longo da sua vida, mostrou nítida referência pelos ares nortenhos.  Em VILARINHO DA SAMARDÃ (Concelho de VILA REAL) teve os primeiros amores e o primeiro casamento (sem que necessariamente amadas e esposa coincidissem...). No PORTO cursou MEDICINA, frequentou o seminário e veio a encontrar aquela que foi a grande paixão da sua vida ( ou, mais do que isso, a sua obsessão), a fatal "ANA PLÁCIDO". A maior parte da sua obra localizada entre o DOURO e MINHO. Acabou por fixar-se e pôr termo à vida em "SÃO MIGUEL DE SEIDE", Concelho de VILA NOVA DE FAMALICÃO. Nada, portanto, a objectar: CAMILO foi um lisboeta que preferiu o NORTE.
Não serão. no entanto tão frágeis como parecem os laços que prenderam o autor da "A QUEDA DUM ANJO" à sua terra NATAL. Até à morte de seu pai (o que ocorreu quando CAMILO tinha dez anos, depois de ter perdido aos dois), cá viveu e aprendeu as primeiras letras.  Frequentou nomeadamente um colégio que existiu na então "RUA DOS CALAFATES" (hoje RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS) ali no BAIRRO ALTO DE LISBOA, sendo o seu professor "JOSÉ INÁCIO LUÍS MINAS JÚNIOR, que era casado com uma TIA do escritor GERVÁSIO LOBATO e de quem há notícias de ter morado naquela RUA até 1833.
Por outro lado, a falta de raízes lisboetas não significa ausência total:  um AVÔ PATERNO do escritor, o DR. DOMINGOS JOSÉ CORREIA BOTELHO. conhecido pela típica alcunha de "DR. BROCAS", viveu na "RUA DAS MERCÊS",  à AJUDA. ainda no século XVIII numa casa térrea que pertencia a um cozinheiro do vizinho palácio, segundo nos conta o mestre "LUÍS PASTOR DE MACEDO".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ VIII ] RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 2 )».

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [VI ]

«RUA BARBOSA COLEN»
 Rua Barbosa Colen  -  (c. 1953) Foto de Abreu Nunes  -  (Fotografia aérea do BAIRRO DO ARCO DO CEGO, Praça de Londres , Avenida de Londres e ALVALADE) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in    AML 
 Rua Barbosa Colen  - (1962)  Foto de Artur João Golart   -  (A "RUA BARBOSA COLEN" no BAIRRO DO ARCO DO CEGO)    in    AML 
Rua Barbosa Colen  - ( 2000 )  - (A "RUA BARBOSA COLEN" do Jornalista e Político, que tem uma RUA, no "  in  BAIRRO DO ARCO DO CEGO")    in    ARQUIVO/APS-A CAPITAL

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS ( 5.ª SÉRIE) [ VI ]

«RUA BARBOSA COLEN»

A "RUA BARBOSA COLEN" pertencia à freguesia de "SÃO JOÃO DE DEUS", com a actual introdução da REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia do « AREEIRO ».
Começa na "RUA BRÁS PACHECO",15  e termina na "RUA JOSÉ SARMENTO",8 é atravessada pela "RUA BERNARDO PASSOS" e "RUA CÂNDIDO GUERREIRO", fazendo parte do "BAIRRO SOCIAL DO ARCO DO CEGO".
Por EDITAL CAMARÁRIO de 18 de Julho de 1933 a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA ordenou que a a RUA com o NÚMERO DOIS do "BAIRRO DO ARCO DO CEGO" ( na antiga freguesia de "SÃO JOÃO DE DEUS" passasse a usar o nome de "BARBOSA COLEN", e assim se mantém até aos dias de hoje.

"JOSÉ AUGUSTO BARBOSA COLEN" ( ALMEIDA (1849) - LISBOA  (1917), mais conhecido por "BARBOSA COLEN", trata-se mais um caso de POLÍTICO que foi JORNALISTA ou VICE-VERSA
Nascido em ALMEIDA no ano de 1849, cedo veio para LISBOA, onde se tornou redactor do JORNAL "CORREIO DA NOITE".
A sua amizade e dedicação pelo político "EMÍDIO NAVARRO" traçou a sua vida. Assim, quando este fundou o Jornal "NOVIDADES" ( na antiga RUA DO MUNDO, hoje RUA DA MISERICÓRDIA), "COLEN" deixou o "CORREIO DA NOITE" para seguir o amigo. Era ele, no entanto a alma do novo jornal, inovando os processos e lançando um jornalismo mais moderno e menos oficioso. Cronista das sessões do PARLAMENTO, "BARBOSA COLEN" dava-lhe vida e foi até, em dada altura, convidado para redactor do "DIÁRIO DAS CÂMARAS".
"NAVARRO" seguia a sua carreira política e em breve seguia para PARIS como EMBAIXADOR. Assim, com naturalidade "BARBOSA COLEN" ficou a dirigir o "NOVIDADES". Os seus artigos eram, porém de tal forma combativos que lhe proporcionaram nada menos de quatro duelos ...  Antes quebrar que torcer...

Regressando "EMÍDIO NAVARRO" a LISBOA, foi MINISTRO  - e "COLEN" para seu secretário. Só pela morte do amigo ( e compadre, já que um filho do MINISTRO, casou com uma filha do jornalista), voltou à Direcção do Jornal "NOVIDADES".
Foi entretanto escrevendo obras de carácter histórico, nomeadamente continuando a obra de "PINHEIRO CHAGAS", na edição da "HISTÓRIA DE PORTUGAL, POPULAR E ILUSTRADA", obra de grande valor e divulgação, editada entre 1899 e 1909. Colaborou com "EMÍLIO NAVARRO" em diversos projectos jornalísticos, destacando-se a sua colaboração nas revistas "BRASIL - PORTUGAL" (1899-1914) e "SERÕES" (1901-1911). Faleceu em LISBOA em 1917. 
Os idealistas possuem, regra geral,  têm a faculdade de suscitar grandes paixões e grandes ódios. Costumam ser homens (ou) mulheres que por acreditarem piamente nos valores que defendem, não se dobram a facilidades nem a argumentos. Na ronda que temos vindo a fazer pelas "RUAS DE LISBOA" que ostentam nomes de gente ligada aos jornais (Jornalistas "STRICTO SENSU" [ 1 ] e não só) vamos encontrando como exemplos desses persistentes cruzados que defendem sua "dama" contra tudo e contra todos, não vergando.
Alguns deles usaram como emblema absoluto a honestidade, não se deixaram tentar pelos acenos da vida cómoda ou do aproveitamento fácil. 

[ 1 ] - "STRICTO SENSU" - a definição da expressão LATINA que significa "em sentido estrito". É utilizada para referir que determinada interpretação deve ser compreendida no seu sentido estrito.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE)[ VII ] RUA CAMILO CASTELO BRANCO ( 1 )». 

sábado, 20 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ V ]

«RUA ALEXANDRE HERCULANO ( 2 )»
 Rua Alexandre Herculano - ( 2008)  -  (A estátua de "ALEXANDRE HERCULANO" na "AVENIDA DA LIBERDADE", frente à sua RUA, inaugurada em 27 de Maio de 1950  in ARQUIVO/RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
 Rua Alexandre Herculano - (2016) Foto de Sérgio Dias  -  (A "RUA ALEXANDRE HERCULANO" com edifícios de 1822,  honrados com prémios VALMOR de 1903 e 1911, obra de VENTURA TERRA)   in    TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Alexandre Herculano - (2016) Foto de Sérgio Dias   -  (Mapa de LISBOA onde se pode ver a "RUA ALEXANDRE HERCULANO" no cruzamento da "AVENIDA DA LIBERDADE")  in  TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Alexandre Herculano - (19--) Foto de Paulo Guedes   -   (A "ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESA" na RUA ALEXANDRE HERCULANO, no inicio do século XX)  [ABRE EM TAMANHO GRANDE]   in    AML 


(CONTINUAÇÃO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ V ]

«RUA ALEXANDRE HERCULANO ( 2 )»

Nas memórias de "ANTÓNIO RODRIGUES GIL", diz-nos que "ALEXANDRE HERCULANO" nasceu no "PÁTIO DO GIL" na "RUA DE SÃO BENTO", por altura da colocação de uma lápide em 26 de Abril de 1910 (ainda se mantém por lá), para assinalar que aqui residiu também o Arquitecto MANUEL CAETANO DE SOUSA, irmão da AVÓ MATERNA  de HERCULANO.

Em 1831 "ALEXANDRE" envolve-se na revolta de "4 DE INFANTARIA", escapando à matança dos insurrectos que a liquidou, e vê-se obrigado a fugir para INGLATERRA. A sua situação como emigrado é de um soldado desconhecido, quando GARRETT já se tornara uma personalidade.
Regressou a PORTUGAL como soldado da expedição de DOM PEDRO, e tomou parte em combates e acções militares. Mas já então colabora em trabalhos de reforma cultural relacionados com a revolução. 
Organiza a BIBLIOTECA PÚBLICA DO PORTO com fundos retirados das bibliotecas "monástica ou Miguelista", incluindo a um irmão de GARRETT.
A REVOLUÇÃO DE SETEMBRO de 1839, trouxe  o moço escritor para a notoriedade; demitiu-se como protesto, do seu lugar de Bibliotecário, e em LISBOA, para onde veio, publicou contra os novos Governantes, um folheto a "VOZ DO PROFETA", no estilo das "PAROLES D'UM CROYANT" de LAMENNAIS, pouco antes traduzida por "A. FELICIANO DE CASTILHO".
Depois, em 1851, o escritor associado ao "MARQUÊS DE NISA", aparece como fundador do Jornal "O PAÍS" e o "PORTUGUÊS"(1853) periódicos de carisma político que se destinava a fazer oposição a "RODRIGUES DA FONSECA".
"ALEXANDRE HERCULANO", a partir de 1839 passou a dirigir as BIBLIOTECAS:  das "NECESSIDADES" e da "AJUDA", nomeado pelo "REI DOM FERNANDO II". E paralelamente começa a escrever; "O PÁROCO DE ALDEIA" e a poesia "A HARPA DO CRENTE", foi publicando algumas das suas obras  de que destacamos os dois volumes de "LENDAS E NARRATIVAS" (entre 1839  e 1844) o romance "EURICO O PRESBÍTERO"(1842), "O BOBO" (publicado inicialmente em "PANORAMA" em 1843 e editado postumamente em volume no ano de 1878) e a sua «HISTÓRIA DE PORTUGAL» (1846-1853) (Nos anos 50 do século XX tivemos na "aula de Português e História", alguns  destes livros)."ALEXANDRE HERCULANO" ainda introduziu em PORTUGAL a HISTORIOGRAFIA CIENTIFICA. "O MONGE DE CISTER" (1848) e "HISTÓRIA DA ORIGEM E ESTABELECIMENTO DA INQUISIÇÃO EM PORTUGAL"(1854-1859).
Em 1867 casa com "DONA MARIANA MEIRA" e retirou-se para a sua quinta em "VALE DE LOBOS" (AZOIA DE BAIXO-SANTARÉM)


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISMO (5.ª SÉRIE) [ VI ]RUA BARBOSA COLÉN».

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE) [ IV ]

«RUA ALEXANDRE HERCULANO ( 1 )»
 Rua Alexandre Herculano - (2016)  Foto de Sérgio Dias  -  ("RUA ALEXANDRE HERCULANO" com dois edifícios galardoados com o prémio VALMOR, nos anos de 1903 e 1911. Obras do Arquitecto "VENTURA TERRA")   in  TOPONÍMIA DE LISBOA 
 Rua Alexandre Herculano  (1810-1877)  -  (Placa em homenagem a ALEXANDRE HERCULANO colocada na porta da casa onde esteve instalada a CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, na "RUA NOVA DO CALHARIZ" na AJUDA)  in   AML 
 Rua Alexandre Herculano - (c. 1903)  -  ( Casa de "VENTURA TERRA" prémio VALMOR de 1903) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in    AML
Rua Alexandre Herculano - (1940) - Foto de Eduardo Portugal  - ( A "RUA ALEXANDRE HERCULANO" e a construção envolvente na década de quarenta do século passado) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ IV ]

«RUA ALEXANDRE HERCULANO ( 1 ) »

A "RUA ALEXANDRE HERCULANO" pertencia à freguesia do "CORAÇÃO DE JESUS" e "SÃO MAMEDE", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA  DE 2012, passou a pertencer à freguesia de "SANTO ANTÓNIO", começa na "RUA DE SANTA MARTA",49-C e finaliza no "LARGO DO RATO".
Como tinha sido "PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM" - entre 1854 e 1855 - teve o seu nome atribuído pela primeira vez em LISBOA, cerca de quatro meses após a sua morte, por "EDITAL DO GOVERNO CIVIL DE LISBOA de 18 de Janeiro de 1878. Embora nove anos depois, o EDITAL MUNICIPAL de 10 de Janeiro de 1888, alterou o topónimo para "RUA FRADESSO DA SILVEIRA", e ainda se mantém na freguesia de "ALCÂNTARA".
Evitando existirem duas RUAS com o mesmo nome em LISBOA, já que mais ou menos seis anos antes a deliberação de 6 de Maio de 1882, atribuíra o topónimo da "RUA ALEXANDRE HERCULANO"  à artéria perpendicular à AVENIDA DA LIBERDADE", dirigida para o "LARGO DO RATO". Na "RUA ALEXANDRE HERCULANO" podemos encontrar atribuídos com o prémio VALMOR (1911) o Nº. 25, a obra de "VENTURA TERRA", ao Nº. 57 que será do próprio arquitecto. como "ARTE NOVA" galardoada com o PRÉMIO VALMOR"(1903).
"ALEXANDRE HERCULANO DE CARVALHO ARAÚJO", nasceu em LISBOA a 28 de Março de 1810 e faleceu em VALE DE LOBOS, a 13 de Setembro de 1877, era filho de um modesto funcionário administrativo, descendente de comerciantes e pedreiros (depois mestre-de-Obras). Foi, sobretudo escritor historiador e jornalista. Preparou-se no Colégio dos "ORATORIANOS" ( 1 )   para matricular-se na UNIVERSIDADE, mas a morte do pai obrigou-o a desviar-se para um curso mais utilitário e rápido com vista a um emprego no funcionalismo público: a "AULA DE COMÉRCIO" e o "CURSO DE DIPLOMACIA".
A sua formação cultural realizou em época incerta que sucede às INVASÕES.  
Tinha 10 anos quando se deu a REVOLUÇÃO de 1820. As fronteiras estavam então abertas às influências exteriores, e HERCULANO pôde na adolescência iniciar-se em escritos como "SCHILER", "KLOPSTOCK", "CHATEAUBRIAND".
Perante as tendências literárias precocemente manifestadas, entra em contacto com CASTILHO, (dez anos mais velho), como representantes da geração "BOCAGE", abrem-lhe entrada nos salões da "MARQUESA DE ALORNA", figura no movimento pré-romantismo  em PORTUGAL.
ALEXANDRE HERCULANO considerado o introdutor do ROMANTISMO EM PORTUGAL  como ALMEIDA GARRETT foi um renovador do estudo da HISTÓRIA DE PORTUGAL, mas também um político que terminou a sua vida como agricultor e  afamado produtor de azeite «HERCULANO», negócio que acabou por vender à firma "JERÓNIMO  MARTINS".
Neste seu percurso de vida andou também "HERCULANO" pelos jornalismo. A nota mais conhecida, nesta faceta é a direcção  e redactor principal  que assumiu durante sete anos, da revista "PANORAMA". Era esta uma publicação destinada a temas de LITERATURA e HISTÓRIA, pertencente à "SOCIEDADE PROMOTORA DOS CONHECIMENTOS ÚTEIS".

- ( 1 ) - Hoje "CONFEDERAÇÃO DO ORATÓRIO" (Conf.Oratoni Santti Philipp)

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE) [ V ] -RUA ALEXANDRE HERCULANO ( 2 )»

sábado, 13 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ III ]

«RUA ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO»
 Rua Alberto Osório de Castro - (actual) Foto de Autor não identificado -  (Um troço da "RUA "ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO" - sem saída - na Freguesia de ALVALADE)  in SKYSCRAPERCITY
 Rua Alberto Osório de Castro - (Postada em:17 de Fevereiro de 2014) Foto de autor de identidade não identificado)  - (Nasceu em COIMBRA, formou-se em DIREITO aos 21 anos, foi Juiz nas antigas Províncias Ultramarinas)   in   WIKIPÉDIA
Rua Alberto Osório de Castro - (1968-10) Foto de João Hermes Cordeiro Goulart  -  (A "RUA ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO na freguesia de ALVALADE)   in   AML 


(CONTINUAÇÃO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ III ]

«RUA ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO»

A "RUA ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO" ( e continuando pelo sítio de ALVALADE) pertencia à freguesia de "SÃO JOÃO DE BRITO", com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, pertence hoje à freguesia de «ALVALADE».
A ACTA Nº. 25 de 19 de Janeiro de 1950 a COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA dá parecer favorável à sugestão do Exmo. VICE-PRESIDENTE da CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA. Por sua vez, a CÂMARA por EDITAL de 25 de Janeiro de 1950, delibera que a Rua com o número "VINTE E QUATRO", passe a designar-se "RUA ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO". Esta RUA começa na "RUA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO" e não tem saída. A NORTE sem ter ligação está a "AVENIDA DA IGREJA" a SUL (com ligação) fica a "RUA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO", ficando-lhe paralelas a "RUA JOSÉ DURO" e a "AVENIDA DO RIO DE JANEIRO".
"ALBERTO OSÓRIO DE CASTRO" nasceu em COIMBRA a 01 de Março de 1868 e faleceu em LISBOA em 01 de Janeiro de 1946 (com 77 anos de idade), filho de "JOÃO BAPTISTA DE CASTRO"(1845-1920) que foi notário em "MANGUALDE".
"ALBERTO OSÓRIO" formado em DIREITO na Universidade de COIMBRA, veio a ingressar na Magistratura tendo sido JUIZ muitos anos no então "ULTRAMAR PORTUGUÊS".  Ao regressar ao Continente chegou a CONSELHEIRO do "SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA" e foi Presidente do CONSELHO SUPERIOR DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, sendo ainda "MINISTRO DA JUSTIÇA" no GOVERNO  de  "SIDÓNIO PAIS".
Desde muito cedo tinha ganho o interesse pela literatura, este escritor Político e Jornalista. 
A poesia era, porém, o seu jardim secreto. Colaborando também com "ANTÓNIO NOBRE" na revista  " BOÉMIA NOVA", terá pertencido ao movimento do decadentismo-simbolismo. Foi amigo de "CAMILO PESSANHA"(1867-1926). (hoje seu vizinho de "freguesia").
Fundou o jornal "NOVO TEMPO", que publicou os primeiros poemas de CAMILO PESSANHA. Como magistrado, viajou pelo oriente - daí a influência oriental na sua poesia - tendo ocupado cargos em ANGOLA, TIMOR e ÍNDIA.
Da sua obra literária fazem parte "EXILADOS"(1846), " A CINZA DOS MISTOS" ( 1 ) (1907), "O SINAL DA SOMBRA" (1023), "A ILHA VERDE E VERMELHA DE TIMOR" (1943) e (CRISTAIS DE NOVE) e ainda "FLORES DE CORAL". 
o "bichinho" dos jornais mordeu-o em MANGUALDE onde fundou e dirigiu o jornal "NOVO TEMPO", e durante  sua permanência na ÍNDIA, onde  com "ALVES ROÇADAS" fundou a publicação "O ORIENTE PORTUGUÊS". 

- ( 1 ) - MIRTO - (Botânica) O mesmo que MURTA - Árvore-de-Vénus.
         - MURTA - Género de planta. tipo das mirtáceas, de folhagem sempre verde, que produzem florinhas brancas de cheiro agradável. ARRAIÃO; BUXO-ANÃO; MIRTO; MURTEIRA; MURTEIRO e MURTINHEIRA.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE)[ IV ] RUA ALEXANDRE HERCULANO». 

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ II ]

«RUA ALBERTO DE OLIVEIRA»
 Rua Alberto de Oliveira - (2015)  Foto de Sérgio Dias  -  (A RUA ALBERTO DE OLIVEIRA na freguesia de ALVALADE)    in   TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Alberto de Oliveira - (08 de Maio de 2015) -  (Foto do Jornalista "ALBERTO DE OLIVEIRA" publicado na Revista ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA de 16 de Novembro de 1903)  in  TOPONÍMIA DE LISBOA   
 Rua Alberto de Oliveira - (2000)  -  ( O portuense Jornalista "ALBERTO DE OLIVEIRA deu nome a uma RUA DE LISBOA na freguesia de ALVALADE)    in    ARQUIVO/APS
Rua Alberto de Oliveira - (1963)  Foto de Armando Maia Serôdio  -  (Antigo Palácio dos Coruchéus, depois Biblioteca dos Coruchéus em ALVALADE na RUA ALBERTO OLIVEIRA na posse da CML desde 1945   CML) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 

(CONTINUAÇÃO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ II ]

«A RUA ALBERTO DE OLIVEIRA»

Cedo os Jornais se aperceberam da necessidade de recorrer à Ilustração. ganhando com isso dupla vantagem; por um lado tornavam mais real a notícia, por outro, aformoseavam as páginas  cortando a uniformidade do texto como a forma atractiva dos desenhos ou das fotografias.
Assim, nesta ronda que vimos fazendo pelas RUAS DE LISBOA, que ostentam nomes de gentes dos jornais, é tempo de falar de um artista que ficou ligado às publicações com se de verdadeiro se tratasse. E afinal, mesmo que não tenha possuído a carteira profissional que como tal o identificasse, não deixou de ser tão indispensável numa redacção como o mais profundo dos editores.
A "RUA ALBERTO DE OLIVEIRA" pertencia à freguesia do "CAMPO GRANDE", hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA EM 2012, passou a pertencer à freguesia de "ALVALADE". Tem o seu início na "RUA ANTÓNIO PATRÍCIO  e finaliza na "AVENIDA DA IGREJA". É atravessada pela "RUA FERNANDO PESSOA" e no lado direito são-lhe convergentes as RUAS: "BERNARDA FERREIRA DE LACERDA" e "EDUARDO VIDAL".
Por EDITAL MUNICIPAL de 19 de Julho de 1948 na RUA Nº. 5 do sítio de ALVALADE ligando-se ao percurso lisboeta por aqui ter sido o pintor no "ATELIER" Nº.1 do PALÁCIO DOS CORUCHÉUS" na década de setenta do século XX.
Foi consagrado na Toponímia de LISBOA este escritor (aquele que foi um homem dos sete ofícios), arranjando ainda tempo para escrever em jornais.
"ALBERTO DE OLIVEIRA" nasceu no PORTO em 16 de Novembro de 1873 e faleceu em 23.04.1940 também no PORTO. Formou-se em DIREITO  em COIMBRA, tendo ingressado na carreira diplomática, representou PORTUGAL em vários pontos do Mundo, tendo fechado esse "péripto"( do Latim periplu-) com o posto de Embaixador em LONDRES.
A sua paixão era, porém, a escrita.
Foi poeta e escritor com certa notoriedade. dele se conhecem, por exemplo obras poéticas como "COIMBRA AMADA", " NOVOS SONETOS" ou "POEMAS DE ITÁLIA". Deixou também ensaios, recolhidos em " PALAVRAS LOUCAS" (1894) as "CARTAS DA ÚLTIMA HORA", publicadas dois anos antes na "REVISTA DE PORTUGAL" de "EÇA", ou textos de doutrinação, incluídos neste  volume. Foi, porém, assíduo das redacções de múltiplos jornais. Assim, encontram-se textos seus no "DIÁRIO DE NOTÍCIAS", no "O SÉCULO", "O PAÍS", "JORNAL DO COMÉRCIO", "JORNAL DE NOTÍCIAS (PORTO). "O PRIMEIRO DE JANEIRO"(PORTO).
Mas logo no princípio da sua vida activa se deixara tentar pelo fascínio das publicações periódicas, ao colaborar com o poeta "ANTÓNIO NOBRE" na feitura da revista "BOÉMIA NOVA".  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª Série)[ III ]RUA ALBERTO OSÓRIO DE OLIVEIRA»

sábado, 6 de outubro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE)[ I ]

«LARGO ÁLVARO DE ANDRADE»
 Largo Álvaro de Andrade - (1938)   - ( O "ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS" visto no seu frontispício de 1938)      in    ARQUIVO/APS
 Largo Álvaro de Andrade - (1938)  -  (Álvaro de Andrade foi chefe de Redacção do  "RÁDIO-SEMANAL  tendo  organizado este ANUÁRIO, com a colaboração de alguns (meus amigos) do "velho" "JORNAL DO COMÉRCIO")     In  ARQUIVO/APS
 Largo Álvaro de Andrade -  (2000)  -  Foi colocado o topónimo de "ÁLVARO DE ANDRADE" num LARGO que existia na "AZINHAGA DO VALE FUNDÃO" na freguesia de MARVILA)  in JORNAL "A CAPITAL".  
 Largo Álvaro de Andrade - (1936)  -  Publicação do "ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS" de 1936, uma edição do RADIO-SEMANAL, Suplemento do "JORNAL DO COMÉRCIO")  in  ARQUIVO/APS 
Largo Álvaro de Andrade - (1936)  - (Onde se publicava o  RÁDIO-NACIONAL de ÁLVARO DE ANDRADE, era no "JORNAL DO COMÉRCIO". Este periódico, nasceu em 17 de Outubro de 1873, teve como seu Director e Proprietário DINIZ  BORDALO PINHEIRO. Em 1962 é adquirido pelo Dr. FAUSTO LOPO DE CARVALHO (ligado ao Jornalismo e à Companhia de Seguros A NACIONAL),  nos anos 70 do século passado. Entretanto passou para o GRUPO DO BANCO BORGES & IRMÃOS, depois da nacionalização da BANCA, o "JORNAL DO COMÉRCIO" viu-se a braços com uma crise de identidade, acabando por fechar definitivamente no ano de 1983, tendo publicado durante 130 anos, por isso na época se indicava que "era o jornal mais antigo do país")   In  ARQUIVO/APS

(INÍCIO DA 5.ª SÉRIE)
RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE)  [ I ]

«LARGO ÁLVARO DE ANDRADE»

Andamos há anos a falar de "gente dos Jornais" que tenham o seu nome consagrado numa das RUAS DE LISBOA - praticamente o que temos andado a fazer ultimamente -  levar-nos-ia, fatalmente, a encontrar depressa membros de uma nobre profissão que, como conhecemos, está em vias de desaparecimento, principalmente a parte de TIPOGRAFIA,  aqueles operários que passavam ao chumbo as palavras escritas, que faziam quase seus colegas dos textos que lhes era dado compor, que ombreavam tanto com "escritores" com "jornalistas" num saber de experiência feito e a consciência de que não podiam passar uns sem os outros, esses acabaram em quase toda a parte. O reinado do COMPUTADOR veio pôr-lhes termo, transformando em tecnologia fria aquilo que todos designavam por composição " a quente".
No que ao Jornalismo diz respeito, havendo embora que aceitar a modernização - inegavelmente portadora de uma comodidade saborosa e de uma economia de esforço notável -, não se poderá  levar a mal a profissionais mais antigos que lembrem com nostalgia "o cheiro do chumbo". Era como obra de magia, ver o metal a entrar em barras  por uma boca da "LINOTYPE" e ver sair, depois da fundição, os caracteres "alinhadinhos" do outro lado, obedientes ao comando das mãos sábias que premiam os teclados. Ou, outra fase ainda, assistir com pasmo à rapidez e precisão com que os "compositores manuais", tiravam das caixinhas respectivas os caracteres e os colocavam  na "RÉGUA",  com o auxilio de uma simples pinça, direitos e compreensíveis, formando palavras e textos completos...
Tudo lá vai - e só parece ir tardando o museu - escolas onde possa dar-se conta às novas gerações de como se faziam JORNAIS e LIVROS antes de toda a gente se sentar diante do seu COMPUTADOR e de aprender esta nova linguagem em que "imprimir" já se diz "printar" e "conservar" se traduz por "seivar", estranha contracção do inglês "SAVE" e da respectiva pronúncia com o sufixo "ar", que tem ali função de tentar aportuguesar as coisas.

São múltiplos os casos de personalidades da mesma família que se distinguiram por forma a darem os respectivos nomes a RUAS DE LISBOA. Abundam os exemplos entre as figuras bíblicas: SÃO PEDRO e SANTO ANDRÉ que, segundo o evangelho, eram irmãos, estão consagrados na Toponímia alfacinha. O mesmo se pode dizer do casal formado por SANTA ANA e SÃO JOAQUIM e assim por diante. Ora, nesta busca de gente ligada aos jornais, que hoje iniciamos, constitui Topónimos encontram-se dois irmãos, lisboetas de gema, que além de terem em comum a raiz familiar, partilham de algum modo os gostos e a notabilidade. Um mais velho,(de que nos debruçaremos hoje), o outro mais novo, MANUEL FERREIRA DE ANDRADE que publicaremos mais à frente.

À "RUA ÁLVARO DE ANDRADE" (Jornalista) foi-lhe dado um Largo existente junto da AZINHAGA DO VALE FUNDÃO, na freguesia de MARVILA, falecido em 1976.  Por um EDITAL Camarário de 20 de Março de 1995 assim o estipulou.  ÁLVARO ANDRADE, o vício da escrita era bem de família. Na verdade, A. FERREIRA DE ANDRADE, bem mais velho que o irmão MANUEL (nasceu, também em LISBOA, em 5  de Junho de 1894) sempre esteve ligado à IMPRENSA e aos meios de comunicação em geral. Pertenceu àquela classe de Jornalistas que fizeram carreira sem se deterem demasiado tempo no mesmo sítio. De facto, o seu nome pode facilmente ser associado a cargos de chefia desempenhados em REDACÇÕES como  os jornais: "DIÁRIO DE LISBOA"; "DIÁRIO DA MANHÃ"; "JORNAL DO COMÉRCIO E DAS COLÓNIAS"(em Lisboa), ou das REVISTAS "NOTÍCIAS ILUSTRADAS"; "ILUSTRAÇÃO" ou "HOJE". Na segunda metade dos anos 30, chefiou os serviços de produção da "EMISSORA NACIONAL". O gosto pela rádio ficou-lhe, patenteado na feitura de revistas semanais que tratavam exclusivamente daquele meio de comunicação, tal como hoje acontece com as publicações dedicadas à TELEVISÃO. Foi o caso de "RÁDIO NACIONAL" e mais tarde o "RÁDIO SEMANAL", além de lhe ter cabido a organização de um "ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS", publicados pelo "JORNAL DO COMÉRCIO", cujo seu Editor e Editor era representado por DINIZ BORDALLO PINHEIRO (meu "DIRECTOR" desde 1950 até ao seu falecimento em 1957).
"ÁLVARO DE ANDRADE" passou ainda pelo "SÉCULO" e, nos últimos anos de carreira pelo "DIÁRIO POPULAR", onde manteve crónicas teatrais e uma rubrica de efemérides.
O lugar de maior notoriedade que exerceu foi, porém, o de DIRECTOR do Jornal Desportivo "A BOLA", durante 10 anos e até 1955. Neste periódico , embora "CÂNDIDO DE OLIVEIRA" e "RIBEIRO DOS REIS" fossem os "homens fortes", foi decidido entregar a direcção a um nome com quem o regime e a censura não embirrassem particularmente. E a" ÁLVARO DE ANDRADE" ainda lhe sobrou um pouco de tempo para o teatro: foi tradutor e adaptador de peças e também co-autor de algumas obras.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SERIE([ II }-"RUA ALBERTO DE OLIVEIRA"».

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

5 DE OUTUBRO DE 1910

«VIVA A REPÚBLICA E A DEMOCRACIA»


5 de Outubro de 1918 - Data Comemorativa ao 108.º ANIVERSÁRIO, assinala a  PROCLAMAÇÃO da REPÚBLICA em PORTUGAL.          in   ( FOTO - WIKIPÉDIA)


(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(5.ª SÉRIE) [ I ] -LARGO ÁLVARO DE ANDRADE».

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

LARGO DO CONDE BARÃO-ALVITO [ II ]

«O PALÁCIO DO ALVITO ( 2)»
 Largo do Conde Barão-Alvito - (27.05.2007) -  Postado por  Luís Milhano - (O antigo "PALÁCIO DO ALVITO" no Largo do Conde Barão em Lisboa) (Publicado em 22.05.2008 em RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA [ II ] e em 2007 -  in ALVITO-BAIXO ALENTEJO 
 Largo do Conde Barão-Alvito  - (1909) Foto de Joshua Benolie  -    ( O "PALÁCIO DO ALVITO" com um reclame de "VIDRACEIRO" no piso térreo)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE in  AML 
 Largo do Conde Barão-ALVITO - ( Século XXI) -  ("MAQUETE" o que poderá ser futuramente o antigo "PALÁCIO DO ALVITO"  in  PALÁCIO ALVITO - LISBOA - HOTÉIS
 Largo do Conde Barão-Alvito -  (2004)   -  (O "PALÁCIO DO ALVITO" antes das obras)  in        PALÁCIO ALVITO - LISBOA - HOTÉIS
Largo do Conde Barão-Alvito  -  (2009)   -   (Estudo preliminar ao ANTEPROJECTO do antigo "PALÁCIO DO ALVITO" no "LARGO DO CONDE BARÃO", depois de concluído)  in  PALÁCIO ALVITO -LISBOA - HOTÉIS


(CONTINUAÇÃO) - LARGO DO CONDE BARÃO-ALVITO  [ II ]

«O PALÁCIO DO ALVITO ( 2 )»

A casa grande do «PALÁCIO DO ALVITO» fica com frontaria principal para o "LARGO DO CONDE BARÃO" e faz gaveto com a estreita "RUA DOS MASTROS. O edifício outrora palaciano, de arquitectura em terreno plano, construído  em finais do século XVI e  transformado em 1606, sofrendo alguns restauros nos séculos XVIII e XIX e ainda na primeira metade do século vinte. Tem três pisos, o último dos quais com janelas de sacada. Ainda é possível adivinhar-lhe uma certa nobreza e grandiosidade interior. 
Os "CONDES BARÕES" abandonaram-no logo a seguir ao TERRAMOTO DE 1755, passando o edifício por diversas mãos. A fachada principal apresenta-se visualmente bipartida,  o corpo principal, é ritmado por uma secessão de nove vãos de janelas de sacada de  "lintel" rematado em "cornija", com gradeamento de ferro fundido com coroamento de pinhas de ferro fundido, no 2.º andar e de peito no 1.º, sucessão interrompida no 6.º vão, pela bandeira de "lintel" curvo da porta principal, gradeada a ferro forjado. Quebrado pela ligeira inflexão que é demarcada pela imponente pilastra de cantaria, surge o pano onde se abrem seis vãos por piso com a mesma leitura da anterior. Este é composto por um último piso sobre o beirado de telha de canudo.
A Ocidente, a solução anterior é repetida nos cinco vão por piso que a fachada apresenta. O tardoz do edifício, irregular e mais pobre, abre-se para um antigo jardim.

Embora a última ocupação do edifício digna do seu passado, data já de um bom par de anos, de quando ali estive um dos maiores COLÉGIOS PARTICULARES DE LISBOA, a (Ver mais aqui...) «ESCOLA ACADÉMICA», estabelecimento de ensino de largas tradições que passou nomeadamente pela "CALÇADA DO DUQUE", no grande prédio que é hoje  a "C.P.". Encerrada a Escola, começou a agonia.
Esta "LARGO DO CONDE BARÃO" era sítio de bons PALÁCIOS: o do ALVITO: (VER mais aqui..)  o dos ALMADAS CARVALHAIS, na esquina para a "RUA DAS GAIVOTAS", solar que foi dos Provedores da "CASA DA ÍNDIA"; o dos ALARCÕES, na esquina fronteira, para a "RUA DA BOAVISTA" e prolongando-se pela "RUA DAS GAIVOTAS".
E tudo vai desaparecendo nem ficaram pelo menos, uns "ARMAZÉNS" que fizeram época, ditos do "CONDE BARÃO", que deram fama ao sítio - menos pela fidalguia e mais pela venda generalizada de tudo o que na imaginação cabe. Restará ver o que virá agora, depois da venda. Sabe-se que uma publicação de 25 de Maio de 2015 dizia assim: "O "PALÁCIO DO ALVITO", no "LARGO DO CONDE BARÃO", 43 a 47-A, com esquina para a "RUA DOS MASTROS", 2-2A, passaria a um HOTEL, APARTAMENTOS DE CINCO ESTRELAS".   
Num PDF da CML em apreciação, com um projecto de (2000-2006) do Arquitecto AUGUSTO VASCO, que nos apresentava: "O PALÁCIO  do século XVII com localização privilegiada no coração de LISBOA, com vistas para o TEJO. Os anteriores promotores tinham projectos para conversão de um HOTEL DE CHARME, com 44 quartos, ou um condomínio privado de 33 apartamentos e 74 lugares de estacionamento localizado".  [ Devemos avisar os menos familiarizados com assuntos desta natureza, que se trata de um ANTEPROJECTO].


BIBLIOGRAFIA

- JORNAL "A CAPITAL" - O PALÁCIO ALVITO foi à dias a haste pública - LISBOA - 2000.

- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Coord. do Dr. AFONSO EDUARDO MARTINS ZUQUETE - Editorial Enciclopédia-  1960 - LISBOA.

- SÍTIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA:EQUIPAMENTOS - PALÁCIO DO CONDE BARÃO ALVITO - 2018 - LISBOA. 


(PRÓXIMO)«ANIVERSÁRIO DA REPÚBLICA PORTUGUESA".