domingo, 4 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [VII]

Campo dos Mártires da Pátria - (2006) Fotógrafo não identificado (A parte sul do Campo) in ESTA LISBOA QUE EU AMO
Campo dos Mártires da Pátria - (2007) Foto de autor não identificado (cena do filme O Último Condenado à Morte, rodado em Castelo de Vide) in FOTOS SAPO

Campo dos Mártires da Pátria - (s/d) Fotógrafo não identificado (Reconstituição de um enforcamento em praça pública)


Campo dos Mártires da Pátria - (1953) Foto de Eduardo Portugal (Campo dos Mártires da Pátria nos anos 50 do século XX) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ VII ]
«A EXECUÇÃO NO CAMPO DE SANTANA»
Os denunciantes da conjuntura - capitão «JOSÉ DE ANDRADE CORVO DE CAMÕES» e «PEDRO VICENTE DE MORAIS SARMENTO», assim como o bacharel «JOÃO DE SÁ PEREIRA SOARES» foram todos premiados.
Naquela manhã de 18 de Outubro de 1817, ao som das ladainhas dos frades, perante janelas fechadas das raras casas do «CAMPO DE SANTANA», ardiam as barricas de breu destinadas à queima dos cadáveres dos réus que iam ser justiçados.
A lista era assim composta: «JOAQUIM PINTO DA SILVA) (Alferes de Infantaria 4); «JOSÉ CAMPELO DE MIRANDA», «JOSÉ RIBEIRO PINTO» (Alferes); «MANUEL MONTEIRO DE CARVALHO» (Coronel de Milícias); «HENRIQUE JOSÉ GARCIA DE MORAIS» (Sargento); «JOSÉ FRANCISCO NEVES» (Major de atiradores); o bacharel «ANTÓNIO CALHEIROS FURTADO E LEMOS», «MANUEL JOSÉ MONTEIRO», «MANUEL INÁCIO DE FIGUEIREDO», «MÁXIMO DIAS RIBEIRO» e «PEDRO RICARDO DE FIGUEIRÓ».
Terminada a tragédia, voltara-se a conspirar e quando venceu a revolução de 1820, foi reabilitada a memória de «GOMES FREIRE» e a daqueles réus denominados «MÁRTIRES DA PÁTRIA».
Dar-se-ia esta designação ao «CAMPO DE SANTANA» no ano de 1880.
--//--
Do lado ocidental do «CAMPO DE SANTANA» desfruta-se admirável panorama. E todo o vale da cidade com a sua larga «AVENIDA DA LIBERDADE», «S.PEDRO DE ALCÂNTARA», o Tejo na largueza de suas vistas e os pontos altos da banda de LISBOA do Ocidente.
Sobretudo do que se chama o «PÁTIO DO TOREL» a extensão é maravilhosa e pitoresca. No sítio existem admiráveis edifícios, residências de luxo com jardins arborizados cuja construção começou quando se desenvolveu o vizinho bairro do «CONDE DE REDONDO».
Um grande capitalista, «JÚLIO DE ANDRADE», que se celebrizou pela sua protecção aos animais, edificou no «PÁTIO DO TOREL» um dos primeiros chalés.
O «PÁTIO DO TOREL» deveu o seu nome ao palácio do desembargador «CUNHA THOREL» (ver mais aqui) e onde também residiu Monsenhor «CARLOS THOREL», a família de «SANCHES DE BAENA» e o «DUQUE DE LOULÉ» casado com a infanta «D. ANA DE JESUS MARIA». A propriedade foi devorada por um incêndio no ano de 1875. No mesmo sítio o banqueiro «MANUEL DE CASTRO GUIMARÃES», depois «CONDE DE CASTRO GUIMARÃES», mandou erguer elegante moradia com um jardim, que foi adquirido pelo Estado em Julho de 1927.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [VIII] - PRAÇA DE TOUROS DE SANTANA (1831-1891»



3 comentários:

Marcia Faria disse...

Que triste história essa dos mártires.

Me faz lembrar a história de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier)1746-1792,mártir da Inconfidência Mineira.

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta de natureza separatista abortada pela Coroa portuguesa em 1789, na então capitania de Minas Gerais, no Estado do Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.

Uma pequena parte da nossa tiste história.

APS disse...

Cara Marcia Faria

Realmente ao «TIRADENTES» - José da Silva Xavier, podemos também considerar um mártir do BRASIL, uma vez que defendeu a separação do país que o viu nascer. Proclamava ele: "ESTA TERRA HÁ-DE SER UM DIA MAIOR QUE A NOVA INGLATERRA! MAS AS SUAS RIQUEZAS SÓ AS PODEMOS ALCANÇAR NO DIA EM QUE NOS LIBERTARMOS DO JUGO DOS PORTUGUESES PARA SERMOS OS SENHORES DA TERRA QUE É NOSSA".

Sem comentários...

Temos outra personagem de Minas Gerais (bastante falado em Portugal) trata-se de António Francisco Lisboa (O ALEIJADINHO).
O artista do "BARROCO", teve três escravos, que o acompanharam até morrer, um deles tinha o meu primeiro nome.

Não sei se já viu o comentário que deixei em «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PATRIA [IV].
Tenha uma boa noite
Um abraço
APS

Marcia Faria disse...

Gostaria muito de ver as obras do Aleijadinho e conhecer as cidades históricas de Minas.

Alguns historiadores e críticos,colocam em dúvida ser de sua autoria algumas obras, uma vez que na época os artistas tinham o costume de não assinarem suas obras.

A sua obra mais popular,esta no Santuário do Bom Jesus do Matosinhos,em Minas,são doze profetas que estão no adro da igreja.

Alguns críticos levantaram a hipótese dos doze profetas serem um protesto político disfarçado,
contra a opressão da colônia pelo governo português e do negro pelo branco.Quem vai saber.

Depois que o artista morre, é sempre assim,todos querem se aproveitar do nome do falecido
para ter os cincos minutos de fama.Fica difícil saber quem diz a verdade.

Um abraço,¨Agostinho¨rsrs!!!