domingo, 18 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ XI ]

Campo dos Mártires da Pátria - ( s/d) - (Desenho de Domingos António de Sequeira) foto (Biblioteca Nacional de Lisboa - E- 148V.) (General Gomes Freire de Andrade) in WIKIPEDIA
Campo dos Mártires da Pátria - (s/d) - Fotógrafo não identificado (Gomes Freire de Andrade 1757-1817) in GENEALL
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ XI ]
«GOMES FREIRE DE ANDRADE (1757-1817)»
Militar, maçon, fundador do Grande Oriente Lusitano, de que foi Grão-Mestre, combatente de mérito, bateu-se em diversas frentes, ao serviço de vários soberanos, num período muito conturbado da «EUROPA».
Sobreviveu a muitas batalhas, mas acabou por morrer enforcado em São Julião da Barra, às ordens do Comando Militar Britânico, após um controverso processo em que era acusado de conspiração contra as tropas de sua majestade que controlavam PORTUGAL. Transformou-se, dessa forma, num símbolo de liberdade.
Filho do Embaixador de Portugal na Áustria, «GOMES FREIRE DE ANDRADE»(ver mais aqui) nasceu em VIENA em 1757, tendo aí feito os seus estudos elementares.
Quando regressou a PORTUGAL, assentou praça como cadete no Regimento de Peniche. Já alferes, passou a servir na ARMADA. E foi como guarda-marinha que se distinguiu pela primeira vez em combate, durante o assalto espanhol a ARGEL, combate em que participou uma esquadra portuguesa.
Regressado ao EXÉRCITO, foi sargento-mor no regimento de Peniche e, depois de obter a respectiva licença, foi para a RÚSSIA servir nos exércitos de «CATARINA II».
Bateu-se contra os TURCOS na CRIMEIA e no cerco de OCZAKOV, sendo promovido pela imperatriz a tenente-coronel (1790) e, depois a coronel.
No regresso a PORTUGAL, foi nomeado coronel e integrou um dos regimentos portugueses que foram enviados para a CATALUNHA a pedido de ESPANHA para combater as tropas revolucionárias francesas.
Idolatrado pelos seus homens mas com dificuldades de relacionamento com os seus pares superiores (a quem acusara de incompetência), foi promovido, depois, a Marechal-de-Campo. Já com esse posto, comandou as forças portuguesas na guerra contra a FRANÇA e ESPANHA em 1801.
Com as invasões francesas (1807), o marechal, por ordem governamental, foi um dos comandantes da «LEGIÃO PORTUGUESA», exército que, às ordens de «NAPOLEÃO», combateu em várias das Campanhas do Imperador francês. A nível pessoal. «FREIRE DE ANDRADE» desempenhou funções de comando em DANTZIG e VILSA (Polónia). Esteve na «RUSSIA», e, como governador, em JENA e DRESDEN.
No regresso a LISBOA, acusado de ter colaborado com o inimigo de Portugal, foi ilibado, mas teve de deixar o activo. Debateu-se, então, com grandes dificuldades económicas. E, num país, (sem rei, e com o governo ausente no BRASIL) ocupado pelos britânicos, o seu nome passou a significar liberdade.
Apesar de não se ter nunca provado que o general «GOMES FREIRE DE ANDRADE» tenha conspirado contra «BERESFORD», o certo é que, após vicissitudes várias acabou preso, muito maltratado e foi enforcado sem julgamento sério no dia 18 de Outubro de 1817, (passam precisamente hoje 192 anos da sua morte).
«GOMES FREIRE DE ANDRADE» encarou o perigo que as ideias revolucionárias «LIBERAIS» representavam para o poder absoluto, para outros ficou conhecido como o primeiro grande «MÁRTIR DO LIBERALISMO PORTUGUÊS»
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A localização do seu monumento de pedra e busto de bronze, encontra-se na «RUA GOMES FREIRE» (muito próximo a este Campo), executado por FRANCISCO SIMÕES e pelo arquitecto LUÍS CONCEIÇÃO, inaugurado a 18 de Outubro de 2003.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [XII] - A FEIRA DA LADRA NO CAMPO DE SANTANA»

2 comentários:

Luisa disse...

Caro, APS

É sempre com agrado, que leio as suas dissertações sobre História. Fico sempre mais rica quando o visito.

Abraço
Luisa

APS disse...

Cara Luísa Moreira

Mais rico fico eu por ver que o meu trabalho não é em vão. É para mim uma grande recompensa.

Agraço
APS