sábado, 31 de outubro de 2009

RUA DA BICA DE DUARTE BELO [III]

Rua da Bica de Duarte Belo - (2000) Foto de Lampião (Calçada da Bica Grande vista da Rua de S. Paulo) in SKYSCRAPERCITY
Rua da Bica de Duarte Belo ( 1967) - Foto de Garcia Nunes (Calçada da Bica Grande vista da Travessa do Cabral) in AFML

Rua da Bica de Duarte Belo - (194_) Foto de Eduardo Portugal (O Nicho no início da Calçada da Bica Grande) in AFML


Rua da Bica de Duarte Belo - (1945) foto de Fernando Martinez Pozal (Calçada ou Escadas da Bica Grande) in AFML



Rua da Bica de Duarte Belo - (s/d) Fotógrafo não identificado (Calçada da Bica Grande vista da Rua de S. Paulo) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ III ]
«O BAIRRO DA BICA (3)»
O contíguo edificado, maioritariamente construído por arquitecturas vernaculares dos séculos XVII e XVIII, vale pelo seu conjunto. As fachadas são simples mas harmoniosas. Algumas ostentam ainda as pequenas placas de calcário, onde aparece a referencia SEE ou Santa Maria Maior abreviado, recordando-nos que todos os edifícios da «Bica» eram foreiros ao Cabido da Sé.
Destacam-se dois registos de azulejos, um neoclássico, sobre a porta com o número quatro da «RUA DA BICA DE DUARTE BELO», e um outro, "rocaile"(1), sobre o número dezoito da «TRAVESSA DO SEQUEIRO», muito próximo do eixo central, ambos com a Virgem e o Menino ladeados por S. Marçal e Santo António. No gaveto da «TRAVESSA DO CABRAL», o único edifício senhorial de todo o bairro, com uma impositiva porta barroca.
Diz-nos NORBERTO DE ARAÚJO nas suas "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA" livro XIII, página 65: "Este prédio, de fachada restaurada, no número 182, defronte da antiga casa da moeda, tem uma lápide de pedra que diz a sua idade «1707». (...) esse gracioso nicho, com forma de baldaquino vasio, em lavra Manuelina, no cunhal do prédio da esquina Oriental da CALÇADA (escadinhas) DA BICA GRANDE". Uma das entradas para o «BAIRRO DA BICA».
Fala-nos também do «PÁTIO DO BROAS», embora a designação seja local, estranha não estar nos roteiros. É nesse pátio que existe um tanque seiscentista com uma BICA, que corre para o tanque de pedra numa reentrância de abóbada redonda, relativamente comprida, com uns cinco metros de fundo. Deve ser esta a BICA GRANDE que deu o nome à CALÇADA. No outro lado do Bairro a poente, terá existido outra BICA (mais pequena) que estará na origem, possivelmente, no nome da «CALÇADA DA BICA PEQUENA».
À sua volta, a «BICA» fez-se «BAIRRO».
Embora parente pobre das «CHAGAS» e de «SANTA CATARINA», rico em cor, em alegria e de cheirinho a Lisboa.
Com uma população historicamente ligada às actividades marítimas a «BICA» mantém ainda hoje uma profunda identidade.
(1) - Estilo decorativo de origem francesa.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA BICA DE DUARTE BELO [IV] - OS SOBRESSALTOS DOS DESABAMENTOS»


4 comentários:

Luisa disse...

Caro, APS

Quando voltar ao Bairro da Bica, já o verei com outros olhos.

Obrigada!

Abraço
Luisa

Marcia Faria disse...

Que interessante essas fotos,gosto muito dessas histórias,como a vida era bem menos complicada...

Um abraço meu amigo!!!

APS disse...

Cara Luísa Moreira

Estou convencido de que não se desiludirá, quanto à sua tradição!

Abraço
APS

APS disse...

Cara Márcia Faria

Agradecido pelas suas palavras!!!!

Um abraço
APS