quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

RUA DA PRATA [ VII ]

Rua da Prata - (1936) - (Desenho do Engº. Augusto Vieira da Silva) (Termas Romanas dedicadas a ESCULÁPIO) - Publicado em DISPERSOS - 2ª Edição - Volume II - Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1985 - LISBOA.
Rua da Prata - (1936) -(Desenho do Engº. Augusto Vieira da Silva (Termas Romanas dedicadas a ESCULÁPIO) - Publicado em DIVERSOS - 2ª Edição - Volume II - Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1985 - LISBOA.

Rua da Prata - (1909-10) - Foto de Joshua Benoliel (O fotógrafo J. Benoliel falando com o chefe Carvalho dos Bombeiros, nas Termas Romanas da Rua da Prata) in AFML


Rua da Prata - (1909-10) - Foto de Joshua Benoliel ( O fotógrafo JB falando com o chefe Carvalho dos Bombeiros, nas Termas Romanas da Rua da Prata) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA PRATA [ VII ]
«AS TERMAS ROMANAS DA RUA DA PRATA (1)»
As «TERMAS ROMANAS DA RUA DA PRATA», dedicadas a «ESCULÁPIO», foram descobertas em 1770 e ficam situadas no subsolo da «RUA DA PRATA» e «RUA DA CONCEIÇÃO» antiga «RUA DOS RETROZEIROS», e por baixo dos prédios que formam a esquina sudoeste das ditas ruas.
As «TERMAS ROMANAS», também conhecidas por «TERMAS DOS AUGUSTAIS», foram descobertas por uma consequência das obras de reedificação que se seguiram ao terramoto de 1755.
Aquelas fortes e dominadoras galerias de arcos contrafortados, de uma solidez inteligente que chega a ter beleza, traçadas sob as paredes mestras dos prédios que os amparam uns contra os outros nos quarteirões setecentistas, riscados por «MANUEL DA MAIA», estão ali, não documentando um balneário romano que sobre elas se erguem à babugem da água do antigo esteiro do Tejo, mas um jogo e um tramo de suportes de alicerces, aguentando o peso das descargas murais, com aproveitamento das nascentes, ao mesmo tempo para benefício dos moradores, antes do terramoto.
Assim, depois de 1755 «MANUEL DA MAIA», «CARLOS MARDEL» e «EUGÉNIO DOS SANTOS» foram os encarregados de resolver e construir entre o «TERREIRO DO PAÇO» e o «ROSSIO», a cidade nova, modificando as ruínas restauráveis dos velhos arruamentos de Lisboa, entulhando os desnivelados quarteirões que o terramoto aluíra.
Deixa-nos antever que toda a "BAIXA", todos os seus quarteirões, foram erguidos sobre a rede resistente de galerias arqueadas, de arcos de cantaria curvados sobre fontes, bicas e nascentes, de que se alastra à roda do troço da «RUA DA PRATA», entre a de «SÃO JULIÃO» e a da «CONCEIÇÃO».
O exame feito em conjunto de vários poços vizinhos e distantes, todos acusam a meio fundo, o abobadado dos reservatórios, dá a entender isso mesmo.
Nenhuma providência nem a menor referencia foram feitas a estes reservatórios de água, e não parece natural que, estando em estudo os projectos de reconstrução da «CIDADE DE LISBOA», que por «MANUEL DA MAIA» ou sob a sua superintendência, foram feitos logo em 4 de Dezembro de 1755.
Naquele local da "BAIXA" havia e há vários poços que vão abastecer-se nas «CONSERVAS DE ÁGUA», também há muitos outros que não têm relação alguma com aquela origem.
Existiu até ao Terramoto no antigo «LARGO DO POÇO DA FOTEA» e actual «RUA DE SÃO JULIÃO» junto do quarteirão entre a «RUA DA PRATA» e a «RUA DOS FANQUEIROS» o célebre «POÇO DA FOTEA», que tinha "muito boa água", e esta procedia das galerias e do reservatório a que nos estamos a referir.
Existe na "BAIXA", de facto, um lençol de água, aí por uns três ou quatro metros de profundidade, que se formou em consequência do lançamento de entulhos, de terras argilosas e de sedimentação em diferentes épocas, e que pouco a pouco, com o decorrer dos séculos, formaram uma camada impermeável que encaminha as águas segundo esse lençol.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA PRATA [ VIII ] - AS TERMAS ROMANAS DA RUA DA PRATA (2)».



1 comentário:

Unknown disse...

E viajei pela minha querida Lisboa lendo este post!!!!
Obrigada!!!!

Bom fim de semana!!!