sábado, 24 de março de 2012

RUA AUGUSTA [ XXIII ]

Rua Augusta - (depois de 2001) - Foto de autor não identificado (Edifício do antigo "BANCO NACIONAL ULTRAMARINO" na "RUA AUGUSTA" já na posse da "Câmara Municipal de Lisboa") in MARCAS DAS CIÊNCIAS E DAS TÉCNICAS
Rua Augusta - (2009) Foto de Joaquim Matos (Na antiga sede do "BNU" está hoje instalado o "MUDE-Museu do Disign e da Moda") in BNU
Rua Augusta - (depois de 1989) (3ª Sede Social do "BANCO NACIONAL ULTRAMARINO" na "AVENIDA 5 DE OUTUBRO") in RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA AUGUSTA [ XXIII ]

«O BANCO NACIONAL ULTRAMARINO ( 4 )»

No ano de 1976, o BNU está sob a presidência de «ALBERTO ALVES DE OLIVEIRA PINTO» e com novos elementos directivos que se irão manter até 1979.
No início de 1979 foi investido para o BNU o «DR. JOSÉ DE OLIVEIRA MARQUES» que já estava ligado à instituição, tendo permanecido até ao ano de 1982.
São da responsabilidade do «DR. MÁRIO ADEGAS» os anos que permaneceu no BNU de 1982-1987. O ano de 1983 foi marcado pela crise que afectou a economia portuguesa. O relatório do ano de 1986 é assinado pelos novos gestores do BNU. A «DRª. D.MARIA MANUELA MATOS MORGADO SANTIAGO BAPTISTA» ocupará o cargo de Presidenta do Conselho de Administração, conforme despacho ministral de 13.08.1987. O seu percurso marcaria os anos de 1987 a 1988. Em 1988 o BNU passaria de empresa pública para ser transformada em sociedade anónima. O Decreto-Lei Nº 232/88 de 5 de Junho regulava a estrutura orgânica do BNU, a sua actuação e capital social.
A primeira alteração residia no facto do Conselho de Administração passar a ser constituído por um Presidente e quatro a seis vogais, com mandatos de três anos renováveis.
De 1988 a 1992 a presidência do BNU é assegurada pelo «DR. JOÃO DA COSTA PINTO». No relatório de 1988 anunciava a inauguração para breve do edifício na "AVENIDA 5 DE OUTUBRO", dizendo que o imóvel estava equipado com os mais modernos instrumentos de avançada tecnologia, nomeadamente nos sistemas de gestão de energia e segurança. Tinha uma área bruta de quarenta e cinco mil metros quadrados, contendo 21 pisos, ficando 16 acima do solo. Em 1989 passou a funcionar a Sede do BNU nesse edifício ( 3ª Sede), transitando para este espaço a Administração e diversos serviços existentes na anterior sede da «RUA AUGUSTA». No antigo edifício continuaram a CASA-FORTE e alguns serviços. O edifício da nova Sede do BNU é da autoria do Arquitecto «TOMÁS TAVEIRA», que considerava a sua melhor obra, segundo dizia o autor, quis homenagear a guitarra portuguesa.

OS ÚLTIMOS ANOS DO BNU E A SUA FUSÃO COM A CGD
Os últimos anos de vida do BNU foram presididos, no Conselho de Administração, pelos presidentes: «CARLOS TAVARES DA SILVA(1992-1996)», «JOÃO MAURÍCIO FERNANDES SALGUEIRO (1996-1999)» e «ANTÓNIO JOSÉ FERNANDES DE SOUSA(200)».
É deliberada a fusão do BNU com a CGD em 30.03.2001 é elaborado o projecto de fusão, por incorporação, mediante a transferência global do património da Sociedade «BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, SA.», com sede em LISBOA, para a «CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, SA.». A 23 de Julho de 2001, conforme deliberação de 28.03.2001 do Conselho de Administração da «CGD», dá-se a fusão, por incorporação, da Sociedade «BNU,SA.» para a «CGD,SA». Com esta medida o "BNU" deixa oficialmente de existir embora na realidade continuem a perdurar alguns dísticos das dependências, nas contas, nos cheques, nos cartões, etc.
Assim, só em Julho de 2002 a imagem do "BNU" desaparecerá para sempre...
Com 137 anos de idade e uma longa história desapareceu o primeiro banco português internacional, multicultural e multirracial.
Deixou para trás um legado histórico preservando seu fundo documental e seu espólio museológico.
Poucos anos a «CGD» habitou nestas instalações da «RUA AUGUSTA», a «CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA» compra à «CGD» o edifício para ali instalar um MUSEU, no propósito de dotar a cidade de Lisboa de um novo equipamento cultural, denominado «MUDE-MUSEU DO DISIGN E DA MODA», na «RUA AUGUSTA» no número 24. [FINAL].

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa- Vol. XII - VEGA-2ª Ed. 1993 - LISBOA
ARAÚJO, Norberto de -Legendas de Lisboa -VEGA- 2ª Ed. 1994 - LISBOA
ARQUIVO HISTÓRICO DO BANCO ESPÍRITO SANTO -(CARLOS ALBERTO DAMAS)
DIAS, Marina Tavares - A Lisboa de Fernando Pessoa- Ed. IBIS Editores - 1991 - LISBOA
FRANÇA, José-Augusto - A ARTE EM PORTUGAL NO SÉCULO XIX- Vol. I 2º Ed. Livraria Bertrand - 1980 - LISBOA
FRANÇA, José-Augusto - LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO - Liv. Bertrand-1987-LX
FRANÇA, José Augusto - LISBOA:Urbanismo e Arquitectura-Liv. Horizonte-3ªEd.,1997-LX
JANEIRO, Maria João - LISBOA HISTÓRIAS E MEMÓRIAS -Liv. Horizonte-2006-LISBOA
LISBOA-REVISTA MUNICIPAL - Nº8/9/10 edição da CML - 1984.
PROVAS ORIGINAIS 1858-1910-Arquivo Municipal Pelouro Cultural-CML-1993-LISBOA
SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo - Dicionário da História de Lisboa-Carlos Quintas & Associados-Consultores,Lda. -1994 - Sacavém.
SANTOS, Maria Helena Ribeiro dos - A BAIXA POMBALINA PASSADO E FUTURO-Livros Horizonte - 2000 - LISBOA
SILVA, Augusto Vieira da - AS MURALHAS DA RIBEIRA DE LISBOA - 3ª Ed. Vol. I Publicações Culturais da CML - 1987 - LISBOA
SILVA, Augusto Vieira da - DISPERSOS - Biblioteca de Estudos Olisiponenses-Volume I - Publicações Culturais da CML - 1968 - LISBOA
SILVA, José de Sé e - ARCOS DE LISBOA - Edições INAPA - 1997 - LISBOA

INTERNET

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3 comentários:

Ricardo Moreira disse...

Sinto que a abertura do MUDE acabou por contribuir um pouco para a morte da Baixa. Justificando a sua decisão com uma "incompatibilidade" de existência entre o MUDE e os artesãos que se haviam fixado na Rua Augusta depois desta ter sido fechada ao trânsito automóvel, a C.M.Lisboa obrigou a que estes últimos saíssem daquele local, acabando por ficar espalhados um pouco por toda a cidade e a Rua Augusta com aquele quarteirão bastante mais vazio de vida.

Manuel Tomaz disse...

Estou plenamente de acordo com o
Sr. Ricardo Moreira.

APS disse...

Caro Ricardo Moreira

Realmente é constrangedor o procedimento da CML, podia efectivamente ter havido um consenso e todos beneficiavam.
Um abraço
APS