Avenida D. Carlos I - (2010) Foto de José Miragaia Tomás (Entrada para o "Regimento de Sapadores Bombeiros" na "Avenida D. Carlos I") in BOMBEIROS
Avenida D. Carlos I - (2007) - (Vista de Satélite do RSB na "Avenida D. Carlos I" no local onde existiu o "CONVENTO DA ESPERANÇA") in GOOGLE EARTH
Avenida D. Carlos I - (1950) (Planta de 1950 do sítio do "Mosteiro da Esperança" - Escala 1:2000, extraída da Planta da Cidade de Lisboa de 1919/11) (O traçado a tinta vermelha mostra o terreno ocupado pelo Quartel do Corpo de Bombeiros) in DISPERSOS VOLUME I
Avenida D. Carlos I - (1950) Foto de Eduardo Portugal (Quartel do "Batalhão Sapadores Bombeiros" no antigo sítio do "Convento da Esperança" na "Avenida D. Carlos I") in AFML
Avenida D. Carlos I - (1950) Foto de Eduardo Portugal (Quartel do "Batalhão Sapadores Bombeiros" no sítio do antigo "Convento da Esperança") in AFML
Avenida D. Carlos I - (1946-10-25) Foto de Cunha Ferreira (Nas Festas de Lisboa, o Comandante do "Batalhão Sapadores Bombeiros", no sei discurso ao presidente da CML. Cerimónia realizada no quartel da "Avenida D. Carlos I") in AFML
(CONTINUAÇÃO) - AVENIDA D. CARLOS I [ XIV ]
«RSB-REGIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS ( 1 )»
O «REGIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS» tem origem no mais antigo corpo de bombeiros de Portugal organizado a 25 de Agosto de 1395, por Decreto de «D. JOÃO I» a pedido da Câmara Municipal de Lisboa.
Na verdade, o sítio onde ainda se situa (parte) do Quartel de Bombeiros tem alguma história. Virá talvez a propósito lembrar, ainda que sucintamente, algumas passagens no tempo. Para não irmos mais longe, propõe-se uma "viagem" de recuo até ao século XVI.
Reinava o nosso rei «D. JOÃO III». Uma senhora muito rica, de seu nome «ISABEL DE MENDANHA», era proprietária de uma vasta e fértil extensão de terreno, a «QUINTA DA SIZANA», que decidiu mandar erguer em suas terras um Mosteiro em honra de «NOSSA SENHORA DA PIEDADE».
O «CONVENTO DE Nª. Sª. DA PIEDADE» veio a situar-se no sítio exacto onde temos hoje as instalações dos Bombeiros e os terrenos que o circundavam iam até à actual «RUA DO POÇO DOS NEGROS», abrangendo portanto parte da «AVENIDA D. CARLOS I».
A porta principal dava para Sul, isto é, para o «LARGO» que se forma junto ao começo da «RUA DA ESPERANÇA» e onde pontifica, desde o século dezoito o grande chafariz.
Em 1834, como é sabido, o regime liberal mandou encerrar as casas religiosas em Portugal, mantendo embora abertas aquelas onde houvesse freiras, até que a última morresse. Neste Convento tiveram que esperar 54 anos, pois só em 11 de Agosto de 1888 a irmã "JOAQUINA DE JESUS", derradeira sobrevivente, entregou a sua alma a Deus.
O ESTADO e a CÂMARA tomaram conta do espaço, enquanto os bens eram dispersos. Os sinos e alguns altares por exemplo, foram para Alpiarça. O órgão seguiu para a vizinha Igreja de «SANTOS-O-VELHO», que ficou como herdeira também do especial culto dos homens do mar à "SENHORA DA ESPERANÇA", (uma bela imagem da virgem desta invocação existe ainda na sacristia daquele templo). Os livros existentes foram entregues às Bibliotecas do Estado e alguns quadros, os objectos artísticos rumaram ao então «MUSEU NACIONAL DE BELAS-ARTES E ARQUEOLOGIA» hoje o «MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA».
Pensou a «CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA» fazer do espaço do antigo Convento uma padaria Municipal, com capacidade de produção que andasse pelos quarenta mil quilos de pão diário. E, ao mesmo tempo, começou a ser projectada uma Avenida que fosse desde o «CAIS DO TOJO» até ao antigo «CONVENTO DE SÃO BENTO DA SAÚDE» onde funcionavam as «CORTES». Ora a padaria nunca chegou a ser feita. A Avenida começou por ser um prolongamento da «RUA DUQUE DA TERCEIRA» e depois foi de facto por ali acima, rasgando a antiga cerca do Convento.
Em 1890, o "SERVIÇO DE INCÊNDIOS", pertencente à «CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA» mostrou grande interesse em instalar os seus serviços no local do velho convento. O que deste restava era entretanto demolido, alguns elementos soltos reutilizados no novo edifício, que substituiu o «CONVENTO», apenas restou parte da Igreja e do coro, transformados em oficinas, sobre a qual foi construído um piso que quase prejudicava o tecto da Igreja, em obras dirigidas pelo arquitecto «JOSÉ LUÍS MONTEIRO». Surgia assim, entre 1891-1892 o quartel número um dos «BOMBEIROS MUNICIPAIS», que incluía uma oficina de inspecção.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «AVENIDA D. CARLOS I [ XV ] - RSB-REGIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS ( 2 )»
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