Praça do Chile - (1856-1858) (Coordenação de Filipe Folque) (Uma "Carta Topográfica de Lisboa" onde nos mostra o sítio de "ARROIOS" no século XIX) - LEGENDA - 1)HOSPITAL DE ARROIOS - 2)COLÉGIO DE NOVICIADO DA COMPANHIA DE JESUS, depois CONVENTO DA IMACULADA CONCEIÇÃO - 3)ESTRADA DE SACAVÉM - 4)LOCAL ONDE MAIS TARDE SERIA A "PRAÇA DO CHILE" - 5)IGREJA S. JORGE DE ARROIOS - 6)PALÁCIO DOS SENHORES DE PANCAS - 7)LARGO E CRUZEIRO DE ARROIOS.
Praça do Chile - (1961) Foto de Arnaldo Madureira (O "Convento de Nª. Senhora da Conceição de Arroios" depois "Hospital de Arroios". Em primeiro plano a estátua de "Fernão de Magalhães", oferecida pelo Governo do Chile, da autoria do escultor Chileno "Guilherme Cordoba" que viria a ser inaugurada nesta praça em 17 de Outubro de 1950) in AFML
Praça do Chile - (2007) - (Panorâmica do "Largo de Arroios" onde se pode observar a "Igreja de S. Jorge de Arroios" entre a "Rua Alves Torgo" e a "Rua Carlos José Barreiros") in GOOGLE EARTH
Praça do Chile - (2009) - (Vista Panorâmica do "Sítio de Arroios". Podemos identificar o "Mercado do Arroios" ou "Mercado do Chile", "Avenida Almirante Reis", "Igreja de São Jorge de Arroios", o antigo "Hospital de Arroios" e ainda o velho "Cinema Império" virado para a "Alameda" etc.) in SKYSCRAPERCITY
(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ II ]
«O SÍTIO DE ARROIOS»
A «GRANDE PESTE DE 1569» também conhecida por «PESTE NEGRA» terá começado do outro lado da fronteira e passado a PORTUGAL, tendo deixado muitas sequelas em LISBOA. O clima de instabilidade do País e a fuga à doença e à fome pôs muitos homens, sobretudo os mais pobres, em fuga para as grandes cidades, onde aguardavam melhor amparo e mais possibilidade de esmola. Morria-se de fome e de peste, e quem podia, abandonava a cidade. Porém, esta rapidamente se "repovoava" de pedintes, que vagueavam pelas ruas. Com a duração da peste e a chegada de mais famintos e doentes a LISBOA, a situação agravava-se.
Assim, o «SÍTIO DE ARROIOS», que na época era um arrabalde da cidade de LISBOA, serviu de cemitério comum às vítimas da peste.
O «LARGO DE ARROIOS» no século XVIII ainda era considerado como um arrabalde, plantado de hortas verdejantes, salpicado de casas e alguns palácios seiscentistas. «ARROIOS», por cuja estrada se fazia a saída de LISBOA para SACAVÉM (chegou a ser denominada de "ESTRADA DE SACAVÉM", que tinha início no "LARGO DE ARROIOS"), tendo um pedaço de história a ilustrá-la; (quem nos explica mais detalhadamente é o autor do blogue "BIC LARANJA", grande olisipógrafo e acérrimo defensor da genuína língua portuguesa).
Ainda no século XIX a «RUA DE ARROIOS» pelo seu desnível, provocava muitas cheias aliado à falta de esgotos ocasionando autênticos focos de infecções. O «LARGO DE ARROIOS», como o nome indica, foi sempre um terreno alagadiço. Em finais desse século LISBOA terminava nesse "Largo" quando a «AVENIDA DONA AMÉLIA» (actual Almirante Reis) ainda não existia.
Afirmam alguns autores que o vale que nasce no AREEIRO e termina perto do ROSSIO, será uma estrada quase natural, que condicionou todo o desenvolvimento das zonas circundantes. Terras fartas de água, o que nos é confirmado pela sua própria toponímia; «ARROIOS», «FONTAINHAS», «CHARCA» e «REGUEIRÃO», rodeadas de um grande centro consumidor e para ele dispondo de fáceis acessos, estavam, naturalmente, destinadas à prática de uma vantajosa agricultura intensiva e tinham assim condições para um aumento populacional, que mais tarde se veio a verificar.
A zona de «ARROIOS» pertenceu até à segunda metade do século XVI à paróquia de «SANTA JUSTA» e a partir dessa altura à paróquia dos «ANJOS». No ano de 1770 autonomiza-se como «SANTO ANDRÉ» e finalmente em 1780 passa a constituir a freguesia de «SÃO JORGE DE ARROIOS».
Começava-se a notar um certo crescimento, apesar de algumas destruições verificadas pelo terramoto de 1755. Quem nos relembra é «BAPTISTA DE CASTRO» no seu (Mappa de Portugal Antigo e Moderno, Vol. III, p.227) que: "desde as portas do "Paço da Rainha", ou Bemposta até Arroios (...) se fizeram de novo vários abarracamentos fabricados uns em madeira e tabique, outros de pedra e cal, para habitação de muita gente, que para ali veio fugindo do incêndio, e destroços do interior da cidade".
(CONTINUA) - (PRÓXIMA) -«PRAÇA DO CHILE [ III ] - O LARGO DE ARROIOS»
2 comentários:
Parabéns pelo artigo.
Grato pela menção!
É com satisfação que registo as suas palavras.
Um abraço
APS
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