Praça do Chile - (1887) - (O antigo "Chafariz de Arroios" já localizado na "Rua Carlos José Barreiros", anos antes do seu desmantelamento) in LISBOA ESQUECIDA
Praça do Chile - (Século XIX) - Desenho de A. Taborda (O antigo "Chafariz de Arroios" numa reprodução de postais dos CTT nos anos 50 do século passado) in LNEG
Praça do Chile - (Século XVII) - (Pedra lioz, representando um baixo relevo do "Brasão da Cidade", demolido do "Chafariz de Arroios", publicado no livro "Brasão da Cidade de Lisboa" pelo Dr. Jaime Lopes Dias em 1968) in BRASÃO DA CIDADE DE LISBOA
Praça do Chile - (Século XVII) - ("Brasão de Armas" preveniente do "Chafariz de Arroios", um baixo relevo com as dimensões de 0,695x0,550x0,125) in MUSEU DA CIDADE
(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ IV ]
«O CHAFARIZ DE ARROIOS»
O «CHAFARIZ DE ARROIOS» foi construído no ano de 1624 no lugar que lhe deu o nome. No ano de 1884 era transferido para a velha «ESTRADA DAS AMOREIRAS», hoje «RUA CARLOS JOSÉ BARREIROS», colocado mesmo defronte da parte lateral da «IGREJA DE S. JORGE DE ARROIOS» e ficava-lhe nas traseiras o «PALÁCIO DO CONDE DA GUARDA». Em 1935 levaram-no definitivamente e no local foram construídos os modernos edifícios que têm os números 3 e 5.
O «CHAFARIZ DE ARROIOS» possuía duas torneiras onde o povo e os aguadeiros se abasteciam tendo na parte de baixo, uma bica que corria continuamente para um tanque, que servia de bebedouro para os animais.
Neste chafariz estavam esculpidas as armas da cidade com seu navio, e as do Reino, com os castelos e quinas. Existia também uma legenda que nos assegurava ser a obra de (1624) e mandada fazer pela Cidade, à custa do real de água.
Ainda no Chafariz, na parte de cima da verga da porta de entrada para a mina, estavam duas inscrições. Uma de letra gótica outra em tipo corrente de inscrição, mas afirmando ambas que: "na era de 1398 teve princípio esta fonte, no campo de "LOURENÇO AFONSO COSTA".
Devemos elucidar que este sítio era muito fértil em água e já vem do período «TERCIÁRIO MARÍTIMO-LACUSTRE», em que esta parte da cidade de LISBOA tinha o privilégio de possuir as águas sulfatadas calcárias e, em especial esta da «RIBEIRA DE ARROIOS» que se estendia para um longo vale, supostamente um antigo afluente do estuário do TEJO, que descia do sítio de «ARROIOS», seguia pelo "REGUEIRÃO DOS ANJOS", passava na «RUA DA PALMA» indo ligar à parte norte do «ROSSIO».
No «CHAFARIZ DE ARROIOS» estava colocado um "BRASÃO DE ARMAS" em pedra lioz, com dimensões de 695x500x125 milímetros, representando um baixo relevo proveniente do demolido Chafariz, constituído por lápide de formato rectangular, apresentando à esquerda as armas nacionais, compostas por uma orla em forma de escudo peninsular com 13 castelos e contendo 5 escudetes no seu interior, estando os dois laterais apontados para o centro. Do lado direito o «BRASÃO DA CIDADE DE LISBOA», constituído por uma barca ancorada e dois corvos que remetem para a lenda de «SÃO VICENTE», padroeiro da Cidade desde o século XII.
Apresenta ainda a particularidade de representar, no fundo do mar, alguns elementos da faina marítima.
É a partir do século XII que a divisa da cidade se estabiliza, passando a ser representada de uma embarcação e dois corvos.
Este «BRASÃO DE ARMAS» retirado do extinto «CHAFARIZ DE ARROIOS» encontra-se hoje no «MUSEU DA CIDADE».
Nos anos 50 do século passado a Administração Geral dos CTT editaram uma colecção de postais, baseados na reprodução de uma gravura de «A. TABORDA», onde podemos ver representado o «CHAFARIZ DE ARROIOS».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO)-«PRAÇA DO CHILE [ V ] - O CRUZEIRO DE ARROIOS»
O «CHAFARIZ DE ARROIOS» foi construído no ano de 1624 no lugar que lhe deu o nome. No ano de 1884 era transferido para a velha «ESTRADA DAS AMOREIRAS», hoje «RUA CARLOS JOSÉ BARREIROS», colocado mesmo defronte da parte lateral da «IGREJA DE S. JORGE DE ARROIOS» e ficava-lhe nas traseiras o «PALÁCIO DO CONDE DA GUARDA». Em 1935 levaram-no definitivamente e no local foram construídos os modernos edifícios que têm os números 3 e 5.
O «CHAFARIZ DE ARROIOS» possuía duas torneiras onde o povo e os aguadeiros se abasteciam tendo na parte de baixo, uma bica que corria continuamente para um tanque, que servia de bebedouro para os animais.
Neste chafariz estavam esculpidas as armas da cidade com seu navio, e as do Reino, com os castelos e quinas. Existia também uma legenda que nos assegurava ser a obra de (1624) e mandada fazer pela Cidade, à custa do real de água.
Ainda no Chafariz, na parte de cima da verga da porta de entrada para a mina, estavam duas inscrições. Uma de letra gótica outra em tipo corrente de inscrição, mas afirmando ambas que: "na era de 1398 teve princípio esta fonte, no campo de "LOURENÇO AFONSO COSTA".
Devemos elucidar que este sítio era muito fértil em água e já vem do período «TERCIÁRIO MARÍTIMO-LACUSTRE», em que esta parte da cidade de LISBOA tinha o privilégio de possuir as águas sulfatadas calcárias e, em especial esta da «RIBEIRA DE ARROIOS» que se estendia para um longo vale, supostamente um antigo afluente do estuário do TEJO, que descia do sítio de «ARROIOS», seguia pelo "REGUEIRÃO DOS ANJOS", passava na «RUA DA PALMA» indo ligar à parte norte do «ROSSIO».
No «CHAFARIZ DE ARROIOS» estava colocado um "BRASÃO DE ARMAS" em pedra lioz, com dimensões de 695x500x125 milímetros, representando um baixo relevo proveniente do demolido Chafariz, constituído por lápide de formato rectangular, apresentando à esquerda as armas nacionais, compostas por uma orla em forma de escudo peninsular com 13 castelos e contendo 5 escudetes no seu interior, estando os dois laterais apontados para o centro. Do lado direito o «BRASÃO DA CIDADE DE LISBOA», constituído por uma barca ancorada e dois corvos que remetem para a lenda de «SÃO VICENTE», padroeiro da Cidade desde o século XII.
Apresenta ainda a particularidade de representar, no fundo do mar, alguns elementos da faina marítima.
É a partir do século XII que a divisa da cidade se estabiliza, passando a ser representada de uma embarcação e dois corvos.
Este «BRASÃO DE ARMAS» retirado do extinto «CHAFARIZ DE ARROIOS» encontra-se hoje no «MUSEU DA CIDADE».
Nos anos 50 do século passado a Administração Geral dos CTT editaram uma colecção de postais, baseados na reprodução de uma gravura de «A. TABORDA», onde podemos ver representado o «CHAFARIZ DE ARROIOS».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO)-«PRAÇA DO CHILE [ V ] - O CRUZEIRO DE ARROIOS»
2 comentários:
Estimado APS.
Espero que o comentário o encontre bem nestes tempo difíceis.
Encontro me neste momento a estudar o edifício que refere ser o "PALÁCIO DO CONDE DA GUARDA". Se tiver disponibilidade, pergunto-lhe onde encontrou a informação para o classificar dessa forma?
Caro Segurado
Felizmente, neste momento encontro-me bem de saúde apesar do COVIDE-19 andar - muito intensamente - pelas bandas da Grande Lisboa.
Poderá consultar "Peregrinações em Lisboa" de Norberto de Araújo Volume IV, pág. 85. A Revista Municipal Nº 50 de 1951 pág. 10, in Hemeroteca Digital.
"Conde da Guarda" é um título nobiliárquico criado por D. Pedro V de Portugal, por Decreto de 19 de Junho de 1860, em favor de «LUÍS DE OLIVEIRA e ALMEIDA CALHEIROS e MENESES», sendo este o seu primeiro titular.
Vamos hoje encontrar um Palácio com o mesmo nome, que serve de "Paços do Concelho de CASCAIS" - Câmara Municipal de Cascais.
Despeço-me com amizade
Agostinho Paiva Sobreira-APS
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