Rua do Açúcar - (2013) Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira (Fachada da antiga "FABRICA DE BORRACHA LUSO-BELGA" na "Rua do Açúcar" freguesia de MARVILA) -Abre em tamanho grande- in ARQUIVO/APS
Rua do Açúcar - (2013) - (Um troço da "Rua do Açúcar" vendo-se à nossa esquerda a antiga "Fábrica de Borracha Luso-Belga") in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) - (Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira (Uma aspecto da "Rua do Açúcar", podendo-se observar o final da antiga "Fábrica de Borracha Luso-Belga" que ligava com a "Companhia Portuguesa de Fósforos") in ARQUIVO/APS
Rua do Açúcar - (1940) (Anúncio da "Fábrica de Borracha Luso-Belga" publicitando as botas de borracha "LUSBEL" para homem e senhora) in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua do Açúcar - (1947) (A "Fábrica de Borracha Luso-Belga" de Victor C. Cordier, Lda.", anunciando os seus artigos) in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua do Açúcar - (1950) - (No ano de 50 a "Fábrica de Borracha Luso-Belga" anunciava a transformação de pneus usados em pneus novos) in RESTOS DE COLECÇÃO
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO AÇÚCAR [ XI ]
«A FÁBRICA DE BORRACHA LUSO BELGA ( 2 )»
Em relação ao edifício modernista da década de quarenta - aquele que caracteriza a actual tipologia virada para a "RUA DO AÇÚCAR" -, desconhece-se o arquitecto que a projectou.
Aquando da fundação da Companhia, a matéria-prima mais importante consistia no "CAOUTCHOUC" em bruto, proveniente de ANGOLA, S. TOMÉ, BRASIL, PERU e MÉXICO. A matéria-prima chegava até à fábrica em embarcações e seguia para os depósitos, com a forma de torcidas ou de "pães" cor de tijolo escuro. Eram utilizados por ano cerca de sessenta mil quilos desta matéria.
Até à obtenção dos diversos produtos registavam-se uma série de operações: 1º - O "CAOUTCHOUC" era submetido ao aquecimento em caldeiras com água quente para ser cortado de imediato; 2º - Após o corte, seguia-se a lavagem em água fria de modo a perder as impurezas; 3º - O "CAOUTCHOUC" passava por cilindros laminados; 4º - A operação posterior intitulava-se "malaxage", tendo como objectivo a ligação dos diversos fragmentos, para obtenção de folha de borracha; 5º - Após a secagem, as folhas sofriam uma operação de mistura com as diferentes substâncias que entravam na sua composição, antes do "CAOUTCHOUC" ser vulcanizado; 6º - Por fim, as folhas sofriam uma acção compressora dos cilindros e de um forte laminador, a calandra. Da máquina saíam umas folhas com a consistência e espessura desejada para se utilizarem na obtenção dos diversos produtos.
De todas as operações a mais importante era a vulcanização porque permitia conservar as propriedades essenciais do "CAOUTCHOUC".
As primeiras fases de tratamento da matéria-prima dependiam de algumas máquinas-ferramentas importantes, como a calandra. Para a obtenção de alguns produtos, como a mangueira a máquina era também fundamental, mas noutras fases de acabamento a mão-de-obra tinha um papel determinante.
Em 1943, ainda aparece em planta a casa da caldeira e a máquina a vapor, indicando a força motriz utilizada na "FÁBRICA DE BORRACHA LUSO-BELGA".
A fábrica era a concessionária em PORTUGAL e ILHAS adjacentes da patente internacional, "STANDARD SUPER-MOULDING CO. LTDA.", para a moldagem de pneus das marcas "MICHELIN", "ENGLEBERT" e "DUNLOP". Mas a gama de produtos fabricados era vastíssima, desde acessórios para bicicletas, motas, automóveis, mangueiras para diversas funções, sacos de água fria e quente etc.. Um sector muito importante da produção era o calçado, fabricando-se desde galochas a sapatos.
Em 1940, a fábrica imprime um catálogo de calçado para a época de Inverno com os respectivos preços, destacando nessa publicidade a marca registada "CRUZ DE CRISTO".
A 4 de Junho de 1974 a entidade patronal da "Fábrica de Borracha Luso-Belga" põe em marcha um processo de falência, vindo a encerrar as portas em 1975.
Dotada de umas instalações, exemplares de arquitectura Industrial oitocentista, formava uma unidade, ocupando um quarteirão amplo com um conjunto de edifícios distribuídos por várias zonas: uma mais moderna, actualmente ocupada por escritórios com frente para a "Rua do Açúcar", zonas de produção que integram um edifício mais antigo, datado do século XIX, com telhados em "SHED", e a zona das caldeiras onde se erguia uma ampla chaminé em tijolo.
No "ARQUIVO DE HISTÓRIA SOCIAL do ICS-INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, encontra-se arquivado o processo de insolvência da "FÁBRICA DE BORRACHA LUSO-BELGA". Cota: FG 3843-CS0319 data 06/05/1974 - LISBOA - TÍTULO - Nota informativa do Delegado dos "SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL DO MINISTÉRIO DO TRABALHO".
Informação sobre a fábrica de artigos de borracha - Fábrica Luso-Belga de (Victor C. Cordier): encerramento da fábrica; falência; apoio para concessão de empréstimo no (Banco do Fomento); (...) ocupação de instalações pelos trabalhadores. 13 fl. ms. papel (cópia). NOTAS - Documentos reunidos num dossier sob a epigrafe «REIVINDICAÇÕES».
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ XII ]-A COMP. PORTUGUESA DE FÓSFOROS, DEPOIS SOC. NAC. DE FÓSFOROS»
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