Largo do Carmo - (19__) Fotógrafo não identificado (O "Largo do Carmo" à esquerda a fachada da IGREJA DA ORDEM TERCEIRA, obras no CONVENTO DO CARMO e CHAFARIZ DO CARMO) (Abre em tamanho grande) in AFML
Largo do Carmo - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus no LARGO DO CARMO) (Abre em tamanho grande) in AFML
Largo do Carmo - (1959) Foto de Armando Serôdio (Igreja da Ordem Terceira do Carmo, fachada principal virada para o LARGO DO CARMO) in AFML
Largo do Carmo - (2001) Foto de Teresa Vale (Pormenor do Portal da IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO, no LARGO DO CARMO) in SIPA
Largo do Carmo - (2013) (Fachada da Igreja da Ordem Terceira do Carmo) in GOOGLE EARTH
Largo do Carmo - (2013) (Parte do edifício da "IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO" com esquina para a RUA DA OLIVEIRA) in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - LARGO DO CARMO [ XIII ]
«A CAPELA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO (3)»
Fez-se um "OFICIO" em 24 de Maio de 1862, e em 3 de Junho seguinte, à ordem do Vigário Geral do Património, e perante o DR. MANUEL JOSÉ FERNANDES CICOURO e três "TERCEIROS" do CARMO, foi aberto o relicário e autenticadas as 27 relíquias.
Uma das peças de prata circular, media 64 cm de diâmetro e 15 de espessura, tendo ligada uma corrente grossa, também de prata. No anverso, circundado por uma virola, ornamentada com um dentado de pontas redondas há a seguinte inscrição, em caracteres latinos: "Estas relíquias deste relicário trazia consigo o CONDESTÁVEL N. ÁLVARES".
Na parte central vê-se gravado no espelho de prata um SÂO CRISTÓVÃO. No reverso, onde está gravada a cena do CALVÁRIO, lê-se ao redor da virola: "Este relicário é de NOSSA SENHORA DO CARMO DE LISBOA".
O HOSPITAL DA ORDEM TERCEIRA da à muito que só existia teoricamente, por falta de recursos. O saudoso D. TOMÁS DE MELO BREYNER, Irmão TERCEIRO, alimentou um dia o sonho de restaurá-lo. Fez-se ainda um projecto de arquitectura, mas a ideia não pode ir por diante. Era necessário muito dinheiro.
Foi ainda organizado um gabinete de consultas e tratamentos, mas as duas enfermarias, de homens e de mulheres, continuavam vazias, aguardando o velho material hospitalar.
Com o recrudescimento do culto patriótico de NUNO ÁLVARES, seguido da sua beatificação, a CAPELA da ORDEM TERCEIRA obteve uma nomeada maior. Quase esquecida, com o seu aspecto exterior de prédio de habitação, onde se não suspeita o que existe no seu interior, passou de novo a ser conhecida da população.
Na altura da visita da infanta D. FILIPA DE BRAGANÇA ao CARMO e à ORDEM TERCEIRA, mais uma vez a velha corporação religiosa se evidenciou e de novo o antigo TERREIRO DO CARMO teve a concorrência de outros tempos.
A venerável ossada, identificada em SÃO VICENTE em 11 de Fevereiro de 1918, por uma comissão nomeada por portaria, concluiu a sua missão, foi mandada entregar à ORDEM TERCEIRA em 10 de Maio de 1918, colocada dentro do cofre em que estava, no altar do lado da Epístola. Por deliberação do senhor Cardeal Patriarca, fez-se a mudança para a actual urna de prata em 30 de Julho de 1927( 1 ).
Aquando das festas de 1938, comemorando a data de 28 de Maio, no LARGO DO CARMO armou-se de verdura, coreto, mastros com bandeiras - um verdadeiro arraial popular - e a MOCIDADE PORTUGUESA mais a LEGIÃO PORTUGUESA, foram à CAPELA DA ORDEM, prestar a sua homenagem ao SANTO CONDESTÁVEL, visitar a urna de prata que contém os seus despojos mortais (conduzindo-a num andor do altar para o átrio do templo, processional e solenemente).
Em 1835 tinha a CML mandado intimar a ORDEM a edificar, ou vender a quem nele edificasse, o chão que possuía junto à RUA DA CONDESSA ( 2 ) e onde se alastrava uma série de barracas que aí ficou muitos anos, formando um corredor entre aquela RUA e a RUA DA OLIVEIRA. Parece-me desnecessário dizer que a ORDEM nada fez. As suas finanças não o consentiam e esta situação continuou por aí fora.
Em 1859, como os seus telhados necessitassem de obras, viu-se obrigada a pedir à CÂMARA que lhe fizesse a obra, dado que os seus recursos eram precários ( 3 ).
No andar térreo do edifício da ORDEM esteve sempre ocupado por vários estabelecimentos.
Contava-se uma OFICINA DE GALVANIZADOR, durante largos anos, uma LOJA DE CHOCOLATARIA. O artista, chamava-se JOÃO CAETANO PIRES BRANCO e esteve ali de 1837 a 1883, embora de 1866 a 1869 se mencione lá um tal JOSÉ ALVES, talvez caixeiro do Estabelecimento. Em 1885 ainda permanecia a loja onde o fabrico se fazia à vista do cliente, e à moda antiga, esmagando-se o chocolate entre duas pedras ( 4 ).
Também uma CAPELISTA aqui esteve instalada de 1873 a 1880 e tantos, tendo depois aparecido uma TABACARIA. Um BARBEIRO para manter a tradição dos "FÍGAROS" que ali se sucederam desde 1840. De 1849 a 1857, o barbeiro chamava-se PASTOR.
Existiu também uma TABERNA, entre 1841 e 1848, um DENTISTA chamado NEVES, de 1873 a 1875 que acumulava o manejo do "BOTICÃO" com a navalha de escanhoar, e ainda um PADEIRO em 1883.
Nesta altura o que existe no edifício da ORDEM TERCEIRA, é uma loja de calçado - SAPATARIA CARMO - e um BARBEIRO.
( 1 ) - Elementos e informação obsequiados dos confrades AFONSO ORNELAS e GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA.
( 2 ) - Archivo Municipal, de 1859, pág. 266
( 3 ) - Archivo Municipal, de 1859, pág 266
( 4 ) - Informação de um erudito sr. JOSÉ RODRIGUES SIMÕES.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ XIV ]AS RELÍQUIAS DO CONDESTÁVEL»
Na parte central vê-se gravado no espelho de prata um SÂO CRISTÓVÃO. No reverso, onde está gravada a cena do CALVÁRIO, lê-se ao redor da virola: "Este relicário é de NOSSA SENHORA DO CARMO DE LISBOA".
O HOSPITAL DA ORDEM TERCEIRA da à muito que só existia teoricamente, por falta de recursos. O saudoso D. TOMÁS DE MELO BREYNER, Irmão TERCEIRO, alimentou um dia o sonho de restaurá-lo. Fez-se ainda um projecto de arquitectura, mas a ideia não pode ir por diante. Era necessário muito dinheiro.
Foi ainda organizado um gabinete de consultas e tratamentos, mas as duas enfermarias, de homens e de mulheres, continuavam vazias, aguardando o velho material hospitalar.
Com o recrudescimento do culto patriótico de NUNO ÁLVARES, seguido da sua beatificação, a CAPELA da ORDEM TERCEIRA obteve uma nomeada maior. Quase esquecida, com o seu aspecto exterior de prédio de habitação, onde se não suspeita o que existe no seu interior, passou de novo a ser conhecida da população.
Na altura da visita da infanta D. FILIPA DE BRAGANÇA ao CARMO e à ORDEM TERCEIRA, mais uma vez a velha corporação religiosa se evidenciou e de novo o antigo TERREIRO DO CARMO teve a concorrência de outros tempos.
A venerável ossada, identificada em SÃO VICENTE em 11 de Fevereiro de 1918, por uma comissão nomeada por portaria, concluiu a sua missão, foi mandada entregar à ORDEM TERCEIRA em 10 de Maio de 1918, colocada dentro do cofre em que estava, no altar do lado da Epístola. Por deliberação do senhor Cardeal Patriarca, fez-se a mudança para a actual urna de prata em 30 de Julho de 1927( 1 ).
Aquando das festas de 1938, comemorando a data de 28 de Maio, no LARGO DO CARMO armou-se de verdura, coreto, mastros com bandeiras - um verdadeiro arraial popular - e a MOCIDADE PORTUGUESA mais a LEGIÃO PORTUGUESA, foram à CAPELA DA ORDEM, prestar a sua homenagem ao SANTO CONDESTÁVEL, visitar a urna de prata que contém os seus despojos mortais (conduzindo-a num andor do altar para o átrio do templo, processional e solenemente).
Em 1835 tinha a CML mandado intimar a ORDEM a edificar, ou vender a quem nele edificasse, o chão que possuía junto à RUA DA CONDESSA ( 2 ) e onde se alastrava uma série de barracas que aí ficou muitos anos, formando um corredor entre aquela RUA e a RUA DA OLIVEIRA. Parece-me desnecessário dizer que a ORDEM nada fez. As suas finanças não o consentiam e esta situação continuou por aí fora.
Em 1859, como os seus telhados necessitassem de obras, viu-se obrigada a pedir à CÂMARA que lhe fizesse a obra, dado que os seus recursos eram precários ( 3 ).
No andar térreo do edifício da ORDEM esteve sempre ocupado por vários estabelecimentos.
Contava-se uma OFICINA DE GALVANIZADOR, durante largos anos, uma LOJA DE CHOCOLATARIA. O artista, chamava-se JOÃO CAETANO PIRES BRANCO e esteve ali de 1837 a 1883, embora de 1866 a 1869 se mencione lá um tal JOSÉ ALVES, talvez caixeiro do Estabelecimento. Em 1885 ainda permanecia a loja onde o fabrico se fazia à vista do cliente, e à moda antiga, esmagando-se o chocolate entre duas pedras ( 4 ).
Também uma CAPELISTA aqui esteve instalada de 1873 a 1880 e tantos, tendo depois aparecido uma TABACARIA. Um BARBEIRO para manter a tradição dos "FÍGAROS" que ali se sucederam desde 1840. De 1849 a 1857, o barbeiro chamava-se PASTOR.
Existiu também uma TABERNA, entre 1841 e 1848, um DENTISTA chamado NEVES, de 1873 a 1875 que acumulava o manejo do "BOTICÃO" com a navalha de escanhoar, e ainda um PADEIRO em 1883.
Nesta altura o que existe no edifício da ORDEM TERCEIRA, é uma loja de calçado - SAPATARIA CARMO - e um BARBEIRO.
( 1 ) - Elementos e informação obsequiados dos confrades AFONSO ORNELAS e GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA.
( 2 ) - Archivo Municipal, de 1859, pág. 266
( 3 ) - Archivo Municipal, de 1859, pág 266
( 4 ) - Informação de um erudito sr. JOSÉ RODRIGUES SIMÕES.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ XIV ]AS RELÍQUIAS DO CONDESTÁVEL»
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