Largo do Carmo - (1554) - (Imagem em Xilogravura da "Crónica do Condestável" D. Nuno Álvares Pereira) in SECRETARIADO NACIONAL DA PASTORAL DA CULTURA
Largo do Carmo - (Século XV) - (NUNO ÁLVARES PEREIRA 1423-1431, Donato Carmelita. Encontra-se exposto no Palácio do Marquês de Pombal em OEIRAS) in ALFACINHAS-OS LISBOETAS DO PASSADO E DO PRESENTE
Largo do Carmo - (2006) Foto de Georges Jansoone (A estátua equestre de D. NUNO ÁLVARES PEREIRA na frente do MOSTEIRO DA BATALHA, uma obra do escultor LEOPOLDO DE ALMEIDA) in WIKIPÉDIA
Largo do Carmo - (2009) (A IGREJA DO SANTO CONDESTÁVEL inaugurada a 14 de Agosto de 1951 no Bairro do CAMPO DE OURIQUE em LISBOA, uma obra do arquitecto VASCO REGALE IRA) in WIKIPÉDIA
Largo do Carmo - (26.04.2010) (Foto do 1º Aniversário da Canonização de NUNO DE SANTA MARIA anterior D. NUNO ÁLVARES PEREIRA. Em segundo plano podemos observar a IGREJA DO CARMO) in REAL FAMÍLIA PORTUGUESA
(CONTINUAÇÃO) - LARGO DO CARMO [ XV ]
«NUNO ÁLVARES PEREIRA»
Já falámos do vetusto CONVENTO DO CARMO e passamos com natural normalidade, ao respectivo fundador, o CONDESTÁVEL DO REINO, D. NUNO ÁLVARES PEREIRA, a cuja persistência e fortuna se deve a construção deste CONVENTO no local do CARMO.
Começarei por recordá-lo que embora natural de CERNACHE DE BONJARDIM, NUNO ÁLVARES PEREIRA nasceu a 24 de Junho de 1360 e faleceu em LISBOA no dia 1 de Abril de 1431. Era filho ilegítimo de Frei ÁLVARO GONÇALVES PEREIRA, CAVALEIRO DOS HOSPITALÁRIOS DE S. JOÃO DE JERUSALÉM e PRIOR DO CRATO, e de D. IRINA GONÇALVES DO CARVALHAL. Passou algum tempo após o seu nascimento o menino foi legitimado por Decreto Real, podendo assim receber a educação cavalheiresca típica dos filhos dos Nobres do seu tempo.
Feito mais tarde CONDE DE OURÉM e senhor de terras em todo o PORTUGAL (era donatário de trinta e três VILAS), NUNO ÁLVARES PEREIRA cedo conheceu LISBOA, aqui se deslocando com frequência e cá acabando por professar e morrer.
Logo aos 13 anos, NUNO foi apresentado na Corte, onde conheceu a Rainha D. LEONOR TELES esposa do Rei D. FERNANDO, que desejou tomá-lo para seu escudeiro.
Em plena juventude, viveu NUNO um célebre episódio que já demonstrava a sua propensão para as armas e para a valentia: durante um cerco das tropas castelhanas a LISBOA, divertiam-se os soldados estrangeiros a atravessar a Ribeira de ALCÂNTARA, e vir por quintais e hortas adentro até SANTOS, pilhando e estragando. Tal comportamento suscitou os ardores bélicos e patrióticos do moço guerreiro, que arremeteu sozinho contra a tropa castelhana até que os amigos, envergonhados, lhe deram ajuda, acabando por correr com os intrusos. Depois, com o MESTRE DE AVIS feito D. JOÃO I, obviamente muitas foram as vezes em que o CONDESTÁVEL DO REINO tinha de vir palestrar com o monarca.
A ligação maior de NUNO ÁLVARES com LISBOA deu-se, porém, a partir de 1389. Prometera ele em ALJUBARROTA um grandioso templo à Virgem. Quatro anos depois da batalha, começou a cumprir o voto, comprando aos Frades da TRINDADE uma parte das suas terras, que em termos actuais situaríamos da RUA DA CONDESSA para baixo.
Sendo escasso o terreno para o que pretendia, comprou mais aos PESSANHAS, descendentes do Almirante que ainda hoje dá nome a uma das ruas do CARMO.
Começou a construção do CONVENTO em seguida, naquele alto onde ainda se encontra, dominando o ROSSIO e a parte baixa da cidade.
Ora, reza a história que por duas vezes se desmoronou a projectada mole de pedra, porque assentava sobre terreno de fraca consistência e os alicerces não se agarravam suficientemente. D. NUNO ÁLVARES terá dito que, nem que o CONVENTO tivesse de assentar sobre bronze, ficaria ali. Assim aconteceu, mas o guerreiro e futuro monge deve lá ter gasto boa parte dos seus capitais: a construção demorou até 1423 ( 34 anos de obras, portanto), embora já em 1397 lá habitassem FRADES CARMELITAS. Sabemos destes factos dos séculos XIV e XV, não será pois de espantar muito que as mexidas constantes no subsolo daquela elevação tivessem provocado na actualidade complicações nos prédios da RUA, e do LARGO DO CARMO e da vizinha CALÇADA DO SACRAMENTO. Vejam lá, já NUNO ÁLVARES se queixava na época!
Após a sua morte FREI NUNO DE SANTA MARIA passou a ser reputado de SANTO pelo povo, que desde então o começa a chamar "SANTO CONDESTÁVEL". O Santo Padre, PAPA BENTO XVI, durante o Consistório de 21 de Fevereiro de 2009, determina que o "BEATO NUNO" seja inscrito no dia 26 de Abril de 2009, no álbum dos SANTOS (Canonização), 578 anos depois da sua morte.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ XVI ]O MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO»
Começarei por recordá-lo que embora natural de CERNACHE DE BONJARDIM, NUNO ÁLVARES PEREIRA nasceu a 24 de Junho de 1360 e faleceu em LISBOA no dia 1 de Abril de 1431. Era filho ilegítimo de Frei ÁLVARO GONÇALVES PEREIRA, CAVALEIRO DOS HOSPITALÁRIOS DE S. JOÃO DE JERUSALÉM e PRIOR DO CRATO, e de D. IRINA GONÇALVES DO CARVALHAL. Passou algum tempo após o seu nascimento o menino foi legitimado por Decreto Real, podendo assim receber a educação cavalheiresca típica dos filhos dos Nobres do seu tempo.
Feito mais tarde CONDE DE OURÉM e senhor de terras em todo o PORTUGAL (era donatário de trinta e três VILAS), NUNO ÁLVARES PEREIRA cedo conheceu LISBOA, aqui se deslocando com frequência e cá acabando por professar e morrer.
Logo aos 13 anos, NUNO foi apresentado na Corte, onde conheceu a Rainha D. LEONOR TELES esposa do Rei D. FERNANDO, que desejou tomá-lo para seu escudeiro.
Em plena juventude, viveu NUNO um célebre episódio que já demonstrava a sua propensão para as armas e para a valentia: durante um cerco das tropas castelhanas a LISBOA, divertiam-se os soldados estrangeiros a atravessar a Ribeira de ALCÂNTARA, e vir por quintais e hortas adentro até SANTOS, pilhando e estragando. Tal comportamento suscitou os ardores bélicos e patrióticos do moço guerreiro, que arremeteu sozinho contra a tropa castelhana até que os amigos, envergonhados, lhe deram ajuda, acabando por correr com os intrusos. Depois, com o MESTRE DE AVIS feito D. JOÃO I, obviamente muitas foram as vezes em que o CONDESTÁVEL DO REINO tinha de vir palestrar com o monarca.
A ligação maior de NUNO ÁLVARES com LISBOA deu-se, porém, a partir de 1389. Prometera ele em ALJUBARROTA um grandioso templo à Virgem. Quatro anos depois da batalha, começou a cumprir o voto, comprando aos Frades da TRINDADE uma parte das suas terras, que em termos actuais situaríamos da RUA DA CONDESSA para baixo.
Sendo escasso o terreno para o que pretendia, comprou mais aos PESSANHAS, descendentes do Almirante que ainda hoje dá nome a uma das ruas do CARMO.
Começou a construção do CONVENTO em seguida, naquele alto onde ainda se encontra, dominando o ROSSIO e a parte baixa da cidade.
Ora, reza a história que por duas vezes se desmoronou a projectada mole de pedra, porque assentava sobre terreno de fraca consistência e os alicerces não se agarravam suficientemente. D. NUNO ÁLVARES terá dito que, nem que o CONVENTO tivesse de assentar sobre bronze, ficaria ali. Assim aconteceu, mas o guerreiro e futuro monge deve lá ter gasto boa parte dos seus capitais: a construção demorou até 1423 ( 34 anos de obras, portanto), embora já em 1397 lá habitassem FRADES CARMELITAS. Sabemos destes factos dos séculos XIV e XV, não será pois de espantar muito que as mexidas constantes no subsolo daquela elevação tivessem provocado na actualidade complicações nos prédios da RUA, e do LARGO DO CARMO e da vizinha CALÇADA DO SACRAMENTO. Vejam lá, já NUNO ÁLVARES se queixava na época!
Após a sua morte FREI NUNO DE SANTA MARIA passou a ser reputado de SANTO pelo povo, que desde então o começa a chamar "SANTO CONDESTÁVEL". O Santo Padre, PAPA BENTO XVI, durante o Consistório de 21 de Fevereiro de 2009, determina que o "BEATO NUNO" seja inscrito no dia 26 de Abril de 2009, no álbum dos SANTOS (Canonização), 578 anos depois da sua morte.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ XVI ]O MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO»
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