sábado, 27 de setembro de 2014

TERREIRO DO PAÇO [ VI ]

TERREIRO DO PAÇO
 Terreiro do Paço - (1572) Gravura em cobre (Visão em perspectiva aérea ou voo de pássaro, semi-panorâmica, semi-topográfica. A cidade de LISBOA está limitada a Oriente pelo Campo de Santa Clara; a Ocidente, pela zona da Esperança; e a Norte pelos montes da Graça, Penha de França e Sant'Ana, vendo-se todas as ruas, ruelas e becos, na sua irregularidade. Nela de desenham nitidamente a Praça do Pelourinho Velho, o TERREIRO DO PAÇO e o Rossio. Na parte inferior da gravura e nos cantos superiores, estão registados 140 referencias aos edifícios mais significativos de LISBOA. É a única gravura conhecida, que representa o "PAÇO DA RIBEIRA" antes das remodelações feitas por FILIPE TERZI. Na parte superior esquerda tem o título OLISSIPO, e foi inserida na obra de JORGE BRAUNIO - CIVITATES ORBIS TERRARUM - Vol. V - 1572.) in  MUSEU DA CIDADE
 Terreiro do Paço - (Século XVI) (Fragmento da panorâmica de LISBOA obra de "Braunio", que colocou no "TERREIRO DO PAÇO" umas tercenas cuja a existência se dúvida)  in LISBOA REVISTA MUNICIPAL
 Terreiro do Paço - (Século XVI) (Em primeiro plano o TERREIRO DO PAÇO, com seu Palácio Manuelino da Ribeira e o Cais da Pedra) in ENCYCLOPÉDIA PELA IMAGEM - LIVRARIA CASTRO E SILVA
 Terreiro do Paço - (1637)  (Em 1637 ocorreu o tumulto do Manuelino de Évora, um pronúncio do que viria a ocorrer três anos mais tarde, em 1640, com a Restauração da Independência de 1 de Dezembro de 1640. Na imagem, uma formatura no Terreiro do Paço) in  GUERRA DA RESTAURAÇÃO
Terreiro do Paço - (antes de 1755 provavelmente) (Maqueta virtual do "PALÁCIO DO PAÇO DA RIBEIRA" um projecto de ANA CRISTINA LEITE, chefe da Divisão de Museus e Palácios da C.M.L.)  in  MUSEU DA CIDADE - SÉTIMA COLINA

(CONTINUAÇÃO - TERREIRO DO PALO [ VI ]

«O TERREIRO DO PAÇO»

Faltava ainda dizer mais umas palavras sobre a célebre PRAÇA que, ( por mais que teimem em lhe alterar o velho nome) sempre para o povo de LISBOA, lhe chamam de "TERREIRO DO PAÇO".

Esteve ali estabelecido um açougue, talvez fosse para lá transferido para estar próximo do TERREIRO DO PAÇO, por ter maior facilidade no desembarque do gado.
Em 1730 escreve um certo autor estrangeiro: "Notável é o açougue principal de LISBOA (situado no Terreiro do Paço) tanto pela sua largueza, como pelo seu asseio e ordem. São as paredes interiores revestidas a azulejo, e cobertas de grossa quantidade de peças de carne, penduradas na altura de seis pés, e dali para cima". Cada comprador aponta para a "fazenda" que deseja, e logo os moços, colocados nuns balcões ou estrados em volta, entregam o material pedido.

Vamos agora descrever as várias portas da cidade, rasgadas na muralha mandada construir por  El-Rei D. FERNANDO (ou MURALHA FERNANDINA), e que desembocavam no "TERREIRO DO PAÇO".
Primeiro, junto do corpo da "GUARDA REAL", na face Ocidental do Terreiro, abrindo-se, no edifício do PAÇO, a porta denominada "ARCO DAS PAZES" ou "PORTA DO ARCO DOS PAÇOS" (65), a qual comunicava com o dito Terreiro com o pátio interior da residência régia chamado "PRAÇA DO RELÓGIO".
Já na face setentrional da  PRAÇA abria-se outra porta, a que o povo dava o nome de "ARCO DA MOEDA" ou "PORTA DA MOEDA"(66).
Segue-se a porta ou "ARCO DOS PREGOS"(67) demolido em 1755 e muito próximo do local onde existe hoje o ARCO DA RUA AUGUSTA. Este e o seguinte, chamados "DOS BARRETES", tiveram os seus nomes ligados a "Dez tendas de mercearias abastadas" que ali existiam.
Ao "ARCO DOS BARRETES" (68) que no tempo de FREI APOLINÁRIO (1750) se costumava chamar de "ARCO DO AÇOUGUE". O arco dos barretes era o arruamento dos carapuceiros, que nas suas tendas ofereciam aos transeuntes todas as formas de barretes e gorras.
E chegámos à mais Oriental das portas rasgada na linha setentrional do TERREIRO a Nº 69 do MAPA DE BRAUNIO "PORTAS DA RIBEIRA", (duas contíguas) no tempo ainda do TERREIRO DO PAÇO que em 1755 chegava mais a Oriente, deixara de existir em 1619. As outras eram serventias mais ou menos usadas; esta era maior, a mais elegante, a mais concorrida. Quando em 1581 veio a Portugal D. FILIPE I, já se podia considerar arruinada a porta, que (a bem dizer) eram duas a par, segundo muito bem nos mostra "BRAUNIO" e outros. 
Em 1691 tivemos a visita de FILIPE III, o SENADO DA CÂMARA mandou demolir alguns casebres que tinham trepado acima desta porta (como em cima de outras), e derrubar a própria porta.
Comunicava esta porta entre si com duas PRAÇAS: a grande área do TERREIRO DO PAÇO, com o mesquinho recinto do célebre "PELOURINHO VELHO"; por isso FREI NICOLAU DE OLIVEIRA, no livro GRANDEZAS (1804), não duvidou escrever "PORTA DO PELOURINHO", ou "picola", era a "COLUMNA MAENIA" dos povos medievos. No foro romano a COLUMNA MAENIA era o lugar do castigo dos criminosos, nas cidades e vilas cristãs tinham igual emprego, e figurava, além disso, como insígnia de Jurisdição Municipal.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO [ VII ]-A PRAÇA DO COMÉRCIO (1)»

Sem comentários: