quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXI ]

«A REAL FÁBRICA DAS SEDAS ( 1 )
 Rua da Escola Politécnica - ( 2011) Foto de João Carvalho - (Início da "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA", no lado direito a antiga "REAL FÁBRICA DAS SEDAS") in  WIKIPÉDIA
 Rua da Escola Politécnica - (depois de 2002) Foto de autor não identificado - (Fachada principal da antiga "REAL FÁBRICA DAS SEDAS" na "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA") in  PATRIMÓNIO CULTURAL - DGPC
 Rua da Escola Politécnica - ( entre 1898 e 1908 ) Foto de autor não identificado (Fachada principal da "REAL FÁBRICA DAS SEDAS" na Rua da Escola Politécnica) (Abre em tamanho grande ) in  AML
Rua da Escola Politécnica - ( Século XVIII) - Corpo central com Brasão joanino, na fachada da antiga "REAL FÁBRICA DAS SEDAS" na Rua da Escola Politécnica)  in  A SÉTIMA COLINA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXI ]

«A REAL FÁBRICA DAS SEDAS ( 1 )»

Muito antes do aparecimento da "REAL FÁBRICA DAS SEDAS" estes terrenos por aqui, entre o "RATO" e a "RUA DA IMPRENSA NACIONAL" (antiga Travessa do POMBAL) e até SÃO BENTO, faziam parte da "QUINTA DO MORGADO DOS SOARES DA COTOVIA". Quando a "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" (antiga RUA FÁBRICA DAS SEDAS") foi rasgada entre as "QUINTAS DO - NOVICIADO" e a de "DOM RODRIGO", que fazia ligação do sítio da «COTOVIA» com a de «CAMPO LIDE», foi então implantada uma das mais importantes manufacturas "JOANINA" e depois "POMBALINA" a "REAL FÁBRICA DAS SEDAS", erguida no subúrbio do "RATO", sendo um marco histórico na INDUSTRIA PORTUGUESA dos séculos XVIII e XIX.

Com o seu importante edifício e fachada principal virada para a "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA", esquina para o "LARGO DO RATO", apesar de ter sofrido incêndios que o foram mutilando, ainda se conserva como um monumento da época manufactureira.
O Edifício de construção de planta em " L ", de 117 metros de comprimento, dois pisos ritmados por 14 janelas em cada piso, coroada por uma platibanda oitocentista, trinta e sete vãos em piso de lojas e primeiro andar, quatro  delas nas extremidades, em corpo saliente, com portão e janela nobre por cima, e coberto com um frontão triangular de urnas sobre as pilastras que o definem, e no acrotério, tendo no tímpano um belo BRASÃO Nacional, concheado e coroado, com panejamentos apanhados dos lados, em bom estilo D. JOÃO V.
È a peça original da Fábrica, a única que resta em obra, modificações e acidentes que alteraram substancialmente a fachada, mas não fundamentalmente, que a sua estrutura se mantive, permitindo avaliar o ritmo funcional da edificação e a importância da empresa, ao longo da sua acidentada história.

Era desejo de D. JOÃO V, mal sustentado nas contradições de sua economia, em outro sistema económico, ele procurava soluções no quadro POMBALINO da "JUNTA DO COMÉRCIO",  sob a Direcção do vizinho "JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ" que, ao mesmo tempo, e aforando também terrenos dos "SOARES", ali se instalou no seu palácio dito "ALAGOA".

Sabemos que durante o reinado de D. JOÃO V, com o incremento da industria, foram criadas diversas unidades fabris em PORTUGAL, entre elas  uma fábrica de fiação de seda.
Em 1727, na cidade de PRAGA, o Embaixador português, o "CONDE DE TAROUCA", acompanhado pelo "P. THOMAZ DA SILVA", contrataram para Portugal o francês "ROBERTO GODIN", com o seu sogro "CLAUDIO CIBERT", dirigiam ali as fábricas de sedas, debaixo da protecção do imperador da ALEMANHA "FREDERICO GUILHERME I". A 29 de Agosto de 1727, GODIN, a sua família e alguns dos seus oficiais mais experimentados tecelões da seda, chegam a portugal, para montar entre nós, aquela manufactura. Esta iniciativa, tutelada pelo CARDEAL DA MOTA, Ministro de D. JOÃO V.
O alvará real de fundação data de 13 de Fevereiro de 1734 e a Fábrica foi edificada no "RATO", estando o edifício concluído em 1741, tendo custado cerca de 30 contos de réis.

Com o terramoto de 1755 o imóvel sofreu alguns danos, e a partir de 1757, o ESTADO acabou por reestruturar o regimento e estatutos da fábrica, designada a partir de então por "REAL FÁBRICA DAS SEDAS DO RATO", na "RUA DIREITA DA FÁBRICA DAS SEDAS".
Este industrial francês terá obtido em 1734 o privilégio de vinte anos de laboração monopolizada, estando próximo do "RATO" para beneficiar das "ÁGUAS LIVRES" que iriam ser instaladas muito perto. 

Mais tarde, a rua sofre um alteamento considerável que deu desnível à parte da fachada, defendido a certa altura por uma grade ( de que ainda existem troços), e antes, por um muro que devia isolar os operários. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXII ] A REAL FÁBRICA DAS SEDAS ( 2 )».

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