Rua Teresa Gomes - (2015) - (A parte final da "RUA TERESA GOMES" ma freguesia de "SÃO DOMINGOS DE BENFICA") in GOOGLE EARTH
Rua Teresa Gomes - (2015) - (Panorâmica da freguesia de "SÃO DOMINGOS DE BENFICA" onde se insere a "RUA TERESA GOMES") in GOOGLE EARTH
Rua Teresa Gomes - (2015) - Início da "RUA TERESA GOMES" visto pelo lado Nascente ) in GOOGLE EARTH
Rua Teresa Gomes - ( 1941 ) - ("TERESA GOMES" em "O PAI TIRANO" com a célebre expressão "então são dois copinhos de vinho branco". Um filme de António Lopes Ribeiro estreado a 19 de Setembro de 1941 no cinema ÉDEN em Lisboa) in TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Teresa Gomes - ( 13 de Dezembro de 1947) Foto reportagem de Armindo Blanco - (Interior de duas páginas do "SÉCULO ILUSTRADO" dando relevo à história teatral de TERESA GOMES) (Abre em tamanho grande) in SÉCULO ILUSTRADO
Rua Teresa Gomes - (anterior a 1962) - (Foto de FREIJOTA) - (Condecoração merecida à actriz "TERESA GOMES", que nos seus tempos áureos era uma figura bonita, de ar natural que inspirava confiança, aliado à presença do seu enorme talento) in COM JEITO E ARTE
(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ XV ]
«A RUA TERESA GOMES ( 2 )»
A sua primeira revista terá sido "PÉ DE MEIA" (1919), tinha SCHWALBACH na equipa dos autores, sendo-lhe distribuída uma rábula que foi um enorme sucesso. O seu desempenho levou a que os empresários disputassem a sua contratação.
Dessa disputa resultou o compromisso de TERESA GOMES em não se fixar por muito tempo em nenhum palco, percorrendo desde então os vários géneros teatrais, embora sempre com maior incidência no teatro musicado.
Passou também pela ÓPERA CÓMICA com "BOCCACIO" e na opereta "A VIÚVA ALEGRE", mas era no Teatro de revista que o público reclamava a sua presença.
TERESA GOMES ainda experimentou o chamado teatro declamado na "COMPANHIA" liderada pelo actor "JOSÉ RICARDO", quando este repôs "OS VELHOS" de "D. JOÃO DA CÂMARA" e, mais tarde, no TEATRO NACIONAL DONA MARIA II, teve participação destacada nos espectáculos "OS DOIS GAROTOS" de P. DOCOUREELLE e "A MASSAROCA" de PEDRO MUÑOZ SECA e PEDRO PETREZ.
Ainda voltou por mais cinco vezes ao género dramático mas,assim como o público, também ele concluiu que o seu lugar natural seria no palco do Teatro Ligeiro. E a partir de 1925 TERESA GOMES jamais deixou a revista à portuguesa a não ser para algumas colaborações esporádicas na RADIO ou no CINEMA.
De uma sobriedade de processos pouco comuns, o que lhe dava uma simplicidade fora do comum, TERESA GOMES deixou o seu talento "impresso" em meia dúzia de filmes:
FILMATOGRAFIA DE TERESA GOMES - 1930 - "LISBOA CRÓNICA ANEDÓTICA" de LEITÃO DE BARROS; 1933 - "A CANÇÃO DE LISBOA" de CONTINELLI TELMO; 1941 -"O PAI TIRANO" de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO; 1943 "FÁTIMA TERRA DE FÉ" de JORGE BRUM DO CANTO; 1947 - "OS VIZINHOS DO RÉS-DO-CHÃO" de ALEJANDRO PERLA e em 1954 - "O COSTA DE ÁFRICA" de JOÃO MENDES.
É no "PAI TIRANO" de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, onde temos memória quando ela pedia "tem pastelinhos de bacalhau?" e o empregado respondia negativamente ao seu pedido, ela continuava: "Então dê-nos dois copinhos de vinho branco". São os filmes que ainda hoje nos permitem confirmar com frequência a sua excelente relação com a câmara, graças à regularidade com que são exibidos na programação da RTP-MEMÓRIA, ou pequenos apontamentos no YOUTUBE.
Mas é nos filmes "FÁTIMA TERRA DE FÉ" (1943) e "OS VIZINHOS DO RÉS-DO-CHÃO"(1947) que TERESA GOMES melhor exibe os seus extraordinários recursos de actriz de cinema.
Em 1945 TERESA GOMES perdeu o seu marido, com quem formava o par mais feliz da cena teatral portuguesa. A morte de "ÁLVARO DE ALMEIDA" aconteceu quando a actriz estava em cena no TEATRO MARIA VITÓRIA, ao lado de LUÍSA SATANELA, não tendo interrompido a sua actuação em obediência ao seu profissionalismo, mau grado o desgosto que sentia.
O público percebeu na voz e no rosto da actriz a dor e a tristeza que lhe invadia a alma, e no final, quando foi tornado pública a nefasta notícia, homenageou-a com uma vibrante ovação enquanto gritavam o nome do seu camarada de trabalho e companheiro de vida.
Amada pelo público e muito querida pelos colegas, TERESA GOMES foi superando aos poucos a dor da saudade em cima do palco, contracenando com alguns dos maiores nomes do nossos Teatro de Revista, como: ESTEVÃO AMARANTA; VASCO SANTANA ou ANTÓNIO SILVA. A sua festa de despedida aconteceu em 1959, no COLISEU DOS RECREIOS, perante uma plateia arrebatada, Para trás ficaram as criações memoráveis como "MADAME SIMÔA" na revista "A ALDEIA DOS MACACOS" (1927), "MULHER ANTIGA" na revista "OLARILA" (1926) ou "COMADRE ZAFA" na revista "HAJA SAÚDE" (1919), para além de outras inesquecíveis composições em mais de uma centena de espectáculos onde ela comunicava serenamente com o público, quase sem um gesto, apenas com o seu talento e a sua presença. TERESA GOMES, no seu género, deixou uma lacuna que nunca chegou a ser preenchida no TEATRO PORTUGUÊS. [ FINAL desta série ]
BIBLIOGRAFIA
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- DIAS, Marina Tavares - LISBOA DESAPARECIDA volume 9-Quimera-2007 -LISBOA.
- FOTOBIOGRAFIAS DO SÉCULO XX - Dir. de JOAQUIM VIEIRA-Texto de JÚLIA LEITÃO DE BARROS - Círculo de Leitores- 2009-RIO DE MOURO.
- GENTE DE PALCO (as coleções do MUSEU) - MUSEU DO TEATRO -1985- LISBOA.
- HISTÓRIA DO TEATRO E DA REVISTA EM PORTUGAL -Vol. II- LUIZ FRANCISCO REBELLO- Pub.Dom QUIXOTE - 1985 - LISBOA.
- PORTUGAL CONTENPORÂNEO - Selecções do R.D. - 1º a 3º Volume - Direcção de ANTÓNIO REIS- 1996 - LISBOA
- PORTUGAL SÉCULO XX - PORTUGUESES CÉLEBRES - Coord. LEONEL DE OLIVEIRA - CÍRCULO DE LEITORES -2002-RIO DE MOURO.
- QUARTAS JORNADAS DE TOPONÍMIA DE LISBOA - CML - 2001 - LISBOA.
- SÉCULO XX - Homens, mulheres e factos que mudaram a história - JORNAL PÚBLICO- (MARLENE DIETRICH 1901-1992) - 2000 -LISBOA.
- SEGUNDAS JORNADAS DE TOPONÍMIA DE LISBOA - CML - 1997 - LISBOA.
INTERNET
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