quarta-feira, 9 de agosto de 2017

RUA ALFREDO DA SILVA [ XX ]

«A TABAQUEIRA ( 2 ) »
 Rua Alfredo da Silva - (1927)  -  (Cartaz publicitário da inauguração de "A TABAQUEIRA". Apesar da mensagem, será morosa para a empresa a adaptação inicial ao gosto dos fumadores nacionais.  in  CAMINHO DO ORIENTE
 Rua Alfredo da Silva - (anos 50 do século XX)  -  (O "PORTUGUÊS SUAVE" será uma das primeiras marcas de cigarros mais aperfeiçoados da "A TABAQUEIRA" na época)  In  FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX
 Rua Alfredo da Silva - (Quarto quartel do século XX)  -  ( O famoso "SG" , abreviatura de SOCIEDADE GERAL, marca muito apreciada, do grupo CUF)  in  ALFREDO DA SILVA A CUF E O BARREIRO
 Rua Alfredo da Silva - (30.08.2010)-Foto de Ricardo Ferreira) - (Estátua de "ALFREDO DA SILVA esculpida por "LEOPOLDO DE ALMEIDA" inaugurada em 1965 nas novas instalações de "A TABAQUEIRA" em ALBARRAQUE (SINTRA)  in   O GRUPO CUF
Rua Alfredo da Silva -  (2010) - Foto de Ricardo Ferreira  -  (A Estátua de ALFREDO DA SILVA junto da "A TABAQUEIRA" de ALBARRAQUE, inaugurada em 1965 quando a CUF comemora 100 anos de vida)   in    O GRUPO CUF

(CONTINUAÇÃO)-RUA ALFREDO DA SILVA [ XX ]

«A TABAQUEIRA ( 2 )»

Este aspecto vai popularizar o tabaco em PORTUGAL, envolvendo um largo espectro de consumidores potenciais, para os quais os cigarros passaram a ser um bem de consumo generalizado e não um luxo das classes altas. Assim os seus produtos tornaram-se famosos tanto em termos de normalização industrial como da marca.
Quem não se recordará dos maços de tabaco sendo os primeiros os "DEFINITIVOS" e a sua concorrente lançava os maços com o nome de "PROVISÓRIOS". Já na década de 30 surgiu com nova embalagem os "DEFINITIVOS" e maior quantidade cigarros. Paralelamente, na mesma década aparece o «PORTUGUÊS SUAVE»; «SEVERAS»; «TRÊS VINTE»; «PARIS» e mais tarde o «SG» com as suas variantes: «SG» normal «SG» gigante, "filtro"  e "ventil", cujas embalagens chegaram a todo o território e a todas as casas. A estratégia de produção acompanhava a evolução social, marcando a sua presença no quotidiano, assumindo-se até entre grupos étnicos.

Unidade fabril movida por central termo-eléctrica própria, nos primeiros anos assistiu-se à introdução de um novo sistema de empacotamento à máquina, com embalagens modernas e padronizadas, segundo a experiência europeia.  A organização empresarial de "A TABAQUEIRA" foi modelar numa época em que o monopólio legal quase substituído pelo monopólio real, usando toda essa estratégia para impor-se à concorrência desleal. A "CUF" de «ALFREDO DA SILVA» foi revendedora e distribuidora dos produtos fabricados na «TABAQUEIRA». Uma boa exploração comercial garantia os resultados positivos da exploração industrial. Assim impôs-se em PORTUGAL como empresa reguladora do preço do tabaco, oposta às tendências monopolista, contribuindo para o aumento de receitas públicas.
Mas em 1946,findas essas restrições, o salto foi enorme, atingindo-se o máximo da capacidade produtiva da fábrica do POÇO DO BISPO: 1833 toneladas, em 1948.  Um outro aspecto de grande interesse na história da "TABAQUEIRA" foi o da qualidade da matéria-prima, composta por ramos de tabaco das marcas "VIRGÍNIA", "KENTUCKY", "COLONIAL" e "MARYLAND", entre outras igualmente afamadas.

Em 1957, terminou o primeiro período do regime de 30 anos concedido pelo ESTADO para a exploração da fábrica. O ESTADO, no entanto, motivado pelos exercícios, renovou a concessão por mais 25 anos, após um acordo com o GOVERNO de novas instalações e um aumento do capital social, acabaria a concessão por trinta anos. No entanto, as dificuldades foram enormes nesses últimos anos da década de cinquenta, mantendo-se a laboração no POÇO DO BISPO e iniciando-se lentamente a construção da unidade de ALBARRAQUE, no  Concelho de SINTRA. Nessa época laboravam na fábrica do POÇO DO BISPO para cima de 600 trabalhadores. A inauguração da TABAQUEIRA de ALBARRAQUE, em fins de 1962, determinou o encerramento da laboração no POÇO DO BISPO um ano depois. A nova fábrica encontrava-se equipada com o melhor maquinismo alemão da especialidade, para produzir cerca de 600 toneladas/ano, com pessoal operário bastante reduzido. Junto à nova unidade de ALBARRAQUE, a empresa veio a instalar moderníssimos serviços sociais e culturais, para além de um BAIRRO RESIDENCIAL destinado ao pessoal da firma. Em 13 de Maio de 1975 a TABAQUEIRA foi nacionalizada. A "Empresa Pública TABAQUEIRA", criada em Junho de 1976, resultou da integração numa empresa "A TABAQUEIRA, S.A.R.L.".
Em 1991, a 21 de Março, a TABAQUEIRA-Empresa Industrial de Tabaco, EP passa a SOCIEDADE ANÓNIMA, alterada em 2 de Maio de 1999 sendo a denominação "TABAQUEIRA, SA", tendo por objectivo o cultivo, a industria e o comércio de Tabacos e produtos afins.
A 28 de MAIO de 1996, são aprovados por DECRETO-LEI as condições prévias para a "reprivatização" da totalidade do capital social da TABAQUEIRA, SA., em três fases terminando a última das quais em Dezembro de 2000, através de uma OFERTA PÚBLICA DE VENDA. Terminado o processo de privatização, a empresa "PHILIP MORRIS INTERNATIONAL, INC. adquire mais de 99% do capital Social.[ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ACTAS - da Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa- 1943/1974 - CML - Coordenação e Concepção da Edição- Agostinho Gomes - PAULA MACHADO - Rui Pereira e Teresa Sandra Pereira - LISBOA - 2000.
- ALFREDO DA SILVA E A CUF E O BARREIRO - Fernando Sobral - Elisabete de Sá e Agostinho Leite - Ed. Horácio Periquito - 2008 - LISBOA.
- ALFREDO DA SILVA - FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX - Júlia Leitão de Barros - Ana Filipa Silva Horta - Circulo de Leitores - 2003  - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de, - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro V - 2ºEd. VEGA - 1992 - LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - Direcção de FILIPE FOLQUE - 1856-1858 - Ed. CML - 2000 - LISBOA.
- BELÉM REGUENGOS DA CIDADE - Coord. Maria do Rosário Santos Benneville - Ed. ASA- 1990 - LISBOA.
- CAMINHO DO ORIENTE - GUIA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL - Deolinda Folgado e Jorge Custódio - Livros Horizonte - 1999 - LISBOA.
- CRÓNICA EM IMAGENS - 1900/1910 _ PORTUGAL SÉCULO XX - Cood. Joaquim Vieira - Círculo de Leitores - 1999 - LISBOA.
- DICIONÁRIO BOTÂNICO - João Cayolla Tierno - Ed. da TERTÚLIA EDÍPICA PORTUGUESA - 1958 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DO ANTIGO SÍTIO DE XABREGAS - MÁRIO FURTADO Ed. Vega - 1997 - LISBOA.
- ELÉCTRICOS DE LISBOA - Aventuras sobre CARRIS de Cristina Ferreira Gomes - Gravida - 1994 - LISBOA.
- EM VOLTA DA TORRE DE BELÉM - EVOLUÇÃO DA ZONA OCIDENTAL DE LISBOA - João B. M. Néu - L. Horizonte - 1994 - LISBOA.
- LELLO UNIVERSAL - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro em 2 vol. - Edição Lello & Irmão - 1996 - PORTO.
 - LISBOA 125 anos sobre CARRIS - João de Azevedo - Roma Editora - 1998 - LISBOA.
 - LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA - Angelina Vidal - Ed. Vega - 2ª Ed. 1994 - LISBOA. 
 - LISBOA de ALFREDO MESQUITA - P & R - 1987 - LISBOA.
 - LISBOA EM MOVIMENTO 1850-1920 - Livros Horizonte - 1994 - LISBOA.
 - LISBOA EM 1758 - Memórias Paroquiais de Lisboa - Fernando Portugal e Alfredo de Matos - Ed. da CML  - 1974 - LISBOA.
 - LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO - José-Augusto França - Bertrand Editora - 1987 - LISBOA.
 - OLISIPO - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa - Nºs. 115/116 - Ano XXIX - Junho/Outubro de 1966 - LISBOA.
 - UM OLHAR SOBRE O BARREIRO - Final do século XIX - Princípio do século XX- Ed. - Augusto Pereira Valegas - Documentação cedida pela população do BARREIRO - Dezembro de 1981- BARREIRO.
 - UM OLHAR SOBRE O BARREIRO - Idem em NOVEMBRO DE 1983 - BARREIRO.

(PRÓXIMO)«TRAVESSA DOS ALGARVES [ I ] OS REMADORES DAS GALEOTAS ( 1 )». 

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