quarta-feira, 31 de março de 2010

RUA DE XABREGAS [ XIV ]

Rua de Xabregas - (1939) - Foto de Eduardo Portugal (Chafariz de Xabregas e Lavadouro Público que existia no "Largo de Xabregas") Nota: Junto a esta bica ou tanque localizava-se a "Fonte Samaritana", coeva do Convento da Madre de Deus. Actualmente não restam vestígios ornamentais da primitiva fonte. Podemos observar contudo, um baixo-relevo, simbolizando uma caravela, esculpida em pedra de feição seiscentista. in AFML
Rua de Xabregas - (1954) - Foto de Fernando Martinez Pozal (Pormenor do antigo Chafariz no "LARGO DE XABREGAS" in AFML

Rua de Xabregas - (1949) - Foto de Eduardo Portugal - (Caravela foreira na Bica de Xabregas) Nota: Símbolo ornamental da Bica e Tanque de Xabregas. Trata-se de uma intervenção de seiscentos, quando a primitiva "FONTE SAMARITANA" foi deslocada do Convento da Madre de Deus para este sítio. in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DE XABREGAS [ XIV ]
«CHAFARIZ E LAVADOURO PÚBLICO DE XABREGAS»
«XABREGAS» como quase toda a LISBOA não dispunha geralmente (nas primeiras décadas do século XX) de água encanada, pelo que se tornava necessário acarretá-la e, com alguma sorte, quando uma torneira se situava por perto.
Assim, regra geral, neste sítio modesto vamos encontrar o POTE ou a TALHA DE BARRO, alta, bojuda, ovóide, de bocal largo e gola voltada ou a prumo, coberta com um prato e sobre este um pano. Para retirar a água deste recipiente utilizava-se um púcaro de esmalte, mas o normal e mais prático era a TALHA que possuía uma torneira junto da base.
Para se proverem de água, as pessoas tinham necessidade de ir buscá-la ao chafariz mais próximo, ou então, o que era vulgar, contratar a "mulher da água" ou aguadeiro, para lhe fornecer mediante o preço convencionado.
Nos anos 50 do século XX, cada lata de água (20 litros) que a mulher acarretava custava 50 centavos, claro está estes preços podiam variar, dependendo sempre da distância a percorrer.
Na «RUA DE XABREGAS» propriamente dito no «LARGO DE XABREGAS», existiu um «CHAFARIZ E LAVADOURO PÚBLICO» agarrado ao muro de suporte à linha-férrea. Nesse chafariz era um vai vem de pessoas de vasilhas na mão, aguardando a sua vez. Depois saiam derreados, eles de barril ou bilha ao ombro, elas de latas na mão ou à cabeça apoiadas numa rodilha ou "sogra".
E era assim todo o santo dia, nesta faina, percorrendo sempre o mesmo caminho.
Nesse tempo, logo à direita do chafariz, existia ainda o rectangular e alpendrado lavadouro, que se animava de mulheres, irrequietas e tagarelas. Cenário pitoresco das lavadeiras do tanque de «XABREGAS».
Depois do «CHAFARIZ» e antes do «LAVADOURO PÚBLICO», existe um tanque de dimensões reduzidas, onde os animais de raça cavalar, iam beber água, embora esse tanque servisse também para passar a roupa já lavada.
Como curiosidade, existe mesmo na parte superior do pequeno tanque um baixo-relevo simbolizando uma caravela, esculpido em pedra de feição seiscentista, assinalando o provável sítio onde existiu em tempos a «FONTE SAMARITANA».
Presentemente nada resta no local do «CHAFARIZ » e do seu «LAVADOURO».
CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DE XABREGAS [ XV ] - PALÁCIO DOS MARQUESES DE OLHÃO (1)»


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