![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh61AAJ0tXi1zDeWBhoSlcYqaxG2NZYp5aCu9874-h6x59bYWi-xR1juX_cj5KSeVa3-g6ZkyV8G5ZD55iS6kry3e62Ar2FdUmNmZWM0Q0rYln7MJcGYNBLVpcG2S4zw0rOrAFPS8R2SjM/s400/4-R.Po%C3%A7o+dos+Negros.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIWXPJEKXY2un8aldBMgPgq27u0K_4gKbrFdOJCXA7q4bqN4nfEtP_00b_YtmPIX3hISU8Z8dpKEMT10TDVjRqpwVNWJG35ZLDRsAJ2sYX171OmodA74jwLL4Ssw7HGa7fYufi-5rD4hI/s400/3-A4262-R.Po%C3%A7o+dos+Negros-Pal%C3%A1cio+Flor+da+Murta-1911.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjerwkMZ2x4t0DtjYlG8SlpZKcpLLVp7e0qKX0W6OucxK5IM60_owTPfxUYLhYAK_0nl4OX_oMNuSmPryU3oplyX06JnvIU4wSJ4Gkqw0b_XIbg_EjuRUH2xxbqOKDjy-qi-R4XGXxuHPU/s400/2-A862-Rua+do+Po%C3%A7o+dos+Negros.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF9WG_rLHJczoV7o-1bUfzhXXNjgNhgY0kIuffQ-vuWfORChqWlteO3CG1lPf_Q0aTEAPtDLCpFk_RRiokzifXl4jzAnhkD0gANCkcNuxbgkj1SlnPFRrokzkfw8WLY2YxD-qbS0pkp4o/s400/1_-_Escravos_de_Ganho_-_Christiano_Junior_-_1865_Rua+Po%C3%A7o+dos+Negros.jpg)
-
(CONTINUAÇÃO)
-
RUA DO POÇO DOS NEGROS [ V ]
-
«O NEGÓCIO E TRÁFEGO DE ESCRAVOS NA LISBOA QUINHENTISTA»
-
O topónimo «POÇO DOS NEGROS» tem origem no século XVI quando o rei «D. MANUEL I» mandou abrir um poço para onde eram lançados os escravos negros, que morriam em LISBOA.
Conta-nos «JOSÉ RAMOS TINHORÃO» na sua obra «OS NEGROS EM PORTUGAL-UMA PRESENÇA SILENCIOSA», que os cadáveres dos escravos inicialmente eram atirados no monturo das «PORTAS DE SANTA CATARINA» ou para as herdades dos arredores.
Para acabar e evitar as epidemias, toma o rei «D. MANUEL I» a decisão de mandar abrir um POÇO (ou VALA) naquele local ao fundo da «CALÇADA DO COMBRO», para funcionar como cemitério dos negros, já que quando morriam não tinham direito a serem enterrados nos adros das Igrejas.
A decisão surge precisamente porque a presença dos negros em LISBOA tornava-se cada vez mais numerosa. É em pleno século XV que chegam a LISBOA os primeiros cativos negros, com as CARAVELAS regressadas das primeiras descobertas na «COSTA DE ÁFRICA».
Desde então, as embarcações portuguesas trouxeram sucessivamente escravos, cuja mão-de-obra passou a ser reclamada para assegurar os trabalhos domésticos e as tarefas mais árduas.
Desde então, as embarcações portuguesas trouxeram sucessivamente escravos, cuja mão-de-obra passou a ser reclamada para assegurar os trabalhos domésticos e as tarefas mais árduas.
Vinham nas embarcações, com o ouro, o ébano e o marfim, em número sempre crescente, "empilhados na coberta dos navios, mal alimentados, amarrados uns aos outros, costas com costas", contava «FILIPE SASSETTI», comissário florentino que viveu em LISBOA entre 1573 e 1578.
O negócio do tráfego de escravos provocou na metrópole um surgimento significativo de africanos, alterando o quotidiano na cidade de LISBOA.
Por toda a cidade, a presença dos negros passou a ser visível, sobretudo no que respeita aos ofícios servis: criados, domésticos, lavadeiras, estivadores ou calhandreiras (1).
Diz ainda o autor de «OS NEGROS EM PORTUGAL» recorrendo às descrições do humanista italiano «CLENARDO» para ilustrar a realidade da metrópole no fim do século XVI: "Estou a crer que em LISBOA os escravos são mais que os portugueses livres de condição. Dificilmente se encontrará uma casa onde não haja pelo menos uma escrava (...). É ela que vai comprar as coisas necessárias, que lava a roupa, varre a casa, acarreta a água, faz os despejos à hora conveniente numa palavra, é uma escrava não se distinguindo de uma besta de carga se não pela figura".
Os africanos dos séculos passados foram progressivamente integrando uma população carismática, mantendo a ligação com as actividades fluviais, mas os ex-escravos africanos e o topónimo «MOCAMBO» desapareceram em 1833.
Os africanos dos séculos passados foram progressivamente integrando uma população carismática, mantendo a ligação com as actividades fluviais, mas os ex-escravos africanos e o topónimo «MOCAMBO» desapareceram em 1833.
No final da década de setenta do século passado, a «RUA DO POÇO DOS NEGROS» e a «TRAVESSA DO POÇO DOS NEGROS», bem como a zona de «S. BENTO» foram redescobertas pela primeira vaga de imigrantes de «CABO VERDE».
O certo é que quinhentos anos depois não existe nenhum vestígio do POÇO mandado construir por «D. MANUEL I».
-( 1 ) - Mulher que despeja calhandros - calhandro - vaso cilíndrico alto para urinar ou defecar. Bacio alto em forma de cilindro.
-
BIBLIOGRAFIA
(Fontes e obras consultadas)
- ARAÚJO, Norberto - 1993 - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Volumes XI e XIII - LISBOA - VEGA.
- Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais - Palácio Flor da Murta - INTERNET - 2006.
- SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo - Dicionário de História de Lisboa - 1994.
-
(PRÓXIMO) - «AVENIDA 24 DE JULHO [ I ]-A AVENIDA 24 DE JULHO(1)»
Sem comentários:
Enviar um comentário