sábado, 22 de janeiro de 2011

CAMPO DE SANTA CLARA [ VI ]

Campo de Santa Clara - (2009) - Foto de APS (Antigo CAMPO DA FORCA hoje "PRAÇA DR. BERNARDINO ANTÓNIO GOMES", num dia de "FEIRA DA LADRA" no Campo de Santa Clara) in ARQUIVO/APS
Campo de Santa Clara - (2010) (Palácio Sinel de Cordes-Palácio Godinho, hoje Escola Básica do 1º Ciclo Lisboa Nº4) in GOOGLE EARTH

Campo de Santa Clara - (1968) Foto de Armando Serôdio (Campo de Santa Clara, lugar do antigo CAMPO DA FORCA, hoje "PRAÇA DE BERNARDINO ANTÓNIO GOMES". O Jardim na parte de cima à direita, foi construído em 1862 e mais tarde baptizado em homenagem ao político "PEDRO DO AMARAL BOTO MACHADO") in AFML

Campo de Santa Clara - (1949) - Foto de Eduardo Portugal (Fachada do "PALÁCIO SINEL DE CORDES" também conhecido pela "PALÁCIO GODINHO") in AFML

Campo de Santa Clara - (c. 1940) Foto de Eduardo Portugal - (Fachada do "PALÁCIO SINEL DE CORDES" no Campo de Santa Clara, ao fundo à direita espreita o "PALÁCIO LAVRADIO") in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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CAMPO DE SANTA CLARA [ VI ]
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«PALÁCIO SINEL DE CORDES - PALÁCIO CORREIA GODINHO - ESCOLA BÁSICA Nº 4 - CAMPO DA FORCA»
Em meados do século XVIII a família de «SINEL DE CORDES» optou viver na zona Norte do «CAMPO DE SANTA CLARA», tendo mandado construir um palácio entre a «TRAVESSA DO CONDE DE AVINTES» e a «RUA DA VERÓNICA» que mantém uma boa fachada e onde funciona actualmente uma «ESCOLA BÁSICA DO 1º CICLO».
Este edifício foi erguido pelos «SINEL DE CORDES» que anos mais tarde era pertença de «JOSÉ CORREIA GODINHO DA COSTA», 1º Visconde de CORREIA GODINHO, Juiz do Supremo Tribunal Militar. Diz-se também que foi este «CORREIA GODINHO» que mandou colocar a balaustrada na plantibanda e adorná-la de quatro estátuas.
Também conhecido pelo «PALÁCIO GODINHO», no princípio do século XX, esteve neste local instalado a «LEGAÇÃO DA ITÁLIA».
O Palácio setecentista com a sua frente virada para o «JARDIM BOTO MACHADO», sofreu um grande incêndio, sendo depois todo o seu interior reconstruído.
Nos anos 30 do século XX foi instalada uma escola primária elementar, que ainda lá permanece com o nome de: «ESCOLA BÁSICA DO 1º CICLO LISBOA Nº 4» no número 142 desta artéria.
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"CAMPO DA FORCA" - "PRAÇA DR. BERNARDINO ANTÓNIO GOMES"»
Na «PRAÇA DR. BERNARDINO ANTÓNIO GOMES» no espaço compreendido entre a parte de baixo do talude que suporta o «JARDIM BOTO MACHADO» e o «HOSPITAL DA MARINHA», em determinada ocasião da nossa história, foi palco de execuções capitais, o que lhe valeu o nome de «CAMPO DA FORCA», "teatro" público para o cumprimento das sentenças a condenados.
As execuções teriam terminado neste lugar (a pedido das Freiras Clarissas) mas, nos séculos seguintes, o lugar ainda era conhecido como «CAMPO DA FORCA» até quase ao final do século XVI.
Embora nesta altura as execuções já aqui não se realizassem, existiu um caso de excepção em 3 de Fevereiro de 1631. Era um cristão-novo e chamava-se «SIMÃO PIRES DE SOLIS» (ver mais aqui), acusado de desacato cometido na vizinha «IGREJA DE SANTA ENGRÁCIA» (PANTEÃO NACIONAL desde 1916), foi condenado à fogueira neste «CAMPO DA FORCA» e quando as chamas já o envolviam, terá gritado uma maldição: "É tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem...". Uma lenda relacionada com as obras de «SANTA ENGRÁCIA».
A obra foi inaugurada em 1966, mais de três séculos de "maldição".
O nome da «PRAÇA DR. BERNARDINO ANTÓNIO GOMES» foi a homenagem que a Câmara Municipal de Lisboa arranjou para o notável médico da «MARINHA DE GUERRA PORTUGUESA» e cujo o busto, sobre plínto, se ergue no centro da «PRAÇA», frente ao «HOSPITAL DA MARINHA» do qual foi director. Diz-se que este foi o primeiro médico a aplicar anestesia pelo clorofórmio em 1848.
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(CONTINUA)-(PRÓXIMO) -«CAMPO DE SANTA CLARA [ VII ] - A FEIRA DA LADRA (1)»





22 comentários:

Gracioso disse...

Cá está a nossa escola do exame de quarta classe.
O Campo de Santa Clara é um lugar frequentado tanto pela Feira de Ladra como pelo mercado.
Passamos por lugares que desconhecemos o passado.
Este trabalho nos indica um nome para as fachadas e nos revela a história por detrás das fachadas.
Obrigado por nos indicar e revelar.
É sempre difícil comentar a história destes sítios.

Um campo de forca onde eu costumava comprar um gelado ou uma fartura !
Que contraste...
Era também aí que parava o célebre vendedor de "banha da cobra".
Diziam que era o "aldrabão da feira da ladra" a esse sujeito de voz rouca. Nunca comprei.
Parabéns pelo trabalho.
Gracioso

APS disse...

Caro Gracioso

É verdade. A Escola onde tantos alunos fizeram o exame, que para muitos foi o final da sua escolaridade. Era difícil nesse tempo os pais terem posses para os filhos continuarem os estudos, mas no entanto isso não deixou de ficar na memória de quem trouxe o seu diploma.
O edifício continua de pé, bonito, e a sua história merece ser referida.

Também me recordo do vendedor da "banha da cobra". Apesar de mentira, era típico, e com uma certa graça.

Agradeço mais uma vez, a sua agradável atenção a este trabalho.
Um abraço
APS

Unknown disse...

Ápêéssamigo

Venho blogosferando àvontademente, passo no Made in Portugal e fico com curiosidade de ver como é este teu blogue.

Em boa hora o fiz, porque é bué da fixe (ai okeu aprendo com os meus netos...). E, ainda por cima, sobre a minha cidade, pois nasci na falecida maternidade Bensaúde, ali ao Rego e morei anos na R. Filipe da Mata, 122, 2.º Esq. Na altura ainda não havia o meio caminho andado; andava-se todo...

Por isso, muitos parabéns. Os alfacinhas têm de agradecer-te pela iniciativa; mas, pelo sim, pelo não, agradeço-te eu.

Gostarei de te ver lá pela Minha Travessa; que ainda não é toponímico, mas, quem sabe se um destes dias...

Abs

APS disse...

Caro Henrique Antunes Ferreira

Fiquei bastante satisfeito que tivesse "rumado" até este blogue, e agradeço sinceramente as suas palavras.

Fui até à «"SUA" TRAVESSA DO FERREIRA» (por sinal bastante completa) e reparei no seu "currículo", que tinha trabalhado de (1975-1991) no Diário de Notícias.

Eu também trabalhei (no diário mais antigo do país "naquela época")

era o "JORNAL DO COMÉRCIO", cuja política o desintegrou em 1983, felizmente para mim que já lá não trabalhava desde 1966. Mas recordo-me de alguns colegas que foram para o DN. Talvez o amigo até se lembre de algum? O VALENTIM CANDIDO DO NASCIMENTO (morava na Amadora), o seu cunhado DOMINGOS GARCIA PICA (morava no Bairro da Bica) e o ARTUR CRISPIM que morava na Rua da Beneficência.
Nunca mais soube desta gente, apenas me resta recordar os seus nomes, de 15 anos como colegas e amigos que fomos.

Gostei que tivesse passado pelas «RUAS DE LISBOA», desejo-lhe muitas felicidades e continuidade desse espírito feliz, que tanta falta faz nos dias de hoje.

Um abraço
APS

Unknown disse...

Pois também gostei de ver o edifício onde fiz o exame da primária. Quanto ao vendedor da banha da cobra não era um mas vários. Nos anos cinquenta havia mesmo uma vendedora que actuava com duas jibóias enroladas ao pescoço

Paulo disse...

Ola boa tarde venho aqui e adorei ver a escola onde fiz a primaria grandes recordações nasci em 1970 andei nesta escola depois do 25 de Abril marco para sempre a minha vida adorava descobrir colegas da queles tempos como posso fazer podes me ajudar de alguma maneira. paulojorge70@gmail.com

APS disse...

Caro Paulo Jorge
Fico agradecido ter passado por este blogue.
Eu não andei nessa escola, mas foi ali que fiz o meu exame de 4ª classe, isto no ano de 1948.
Gostava de o poder ajudar a encontrar colegas da escola, mas não deve ser fácil.
As pessoas dispersam, afastam-se do sítio onde nasceram, vão construir a sua vida para os arredores e mais longe, emigram e desligam-se definitivamente das suas raízes. No entanto pode sempre acontecer aparecer alguém a ler o seu comentário, poderá reconhecer o seu nome e entrará certamente em contacto com o amigo.
Espero ansiosamente que o seu desejo se realiza.
Um abraço
APS

Manuel Esteves disse...

Olá,

Venho fazer um pequeno reparo: nesse edifício já não funciona nenhuma escola. Está abandonado como tantos outros em Lisboa.

Parabéns pelo seu blogue que visito com frequência.

M. Oliveira disse...

ola boa tarde, como era esta escola?
foi reconstruida em que ano? pois o edificio sofreu um grande incendio? os que la andaram lembram-se?
obrigada, M

APS disse...

Caro Manuel Esteves

Reparo aceite. Devo acrescentar que tudo muda muito depressa, o que hoje era uma coisa, amanhã será outra ou não será nada. É o chamado "Progresso", "Reforma", "Interesses Instalados" ou lá o que os nossos governantes quiserem chamar.
Eu quando andei a recolher elementos para a elaboração desta artéria, pela informação que me foi dada, a escola ainda existia, lamento que tal já não aconteça.
Se por acaso souber a data exacta em que a ESCOLA fechou, agradecia que nos informasse, para ficar aqui registado.

Já lhe enviei por mail o que me pediu.
Um abraço
APS

correiaduque@hotmail.com disse...

Aqui vim dar, rumando por ruas e travessas,a partir uma noticia vinda no jornal "O Público" a propósito da polémica atribuição camarária do palácio Sinel de Cordes, para sede da trienal de arquitectura, em deterimento das crianças,que dali foram retiradas e mal alojadas num edificio sem condições para o acto.
Decorria o ano de 1961,quando,num dia chuvoso de outubro, pela mão da minha mãe entrei pela primeira vez nas instalações deste palácio,Sinel de Cordes;a então escola primária nº 4 da C.M.L.
A agitação era mais que muita e as empregadas,de bata preta,tentavam,gritando, pôr alguma ordem às dezenas de pessoas,(pais e crianças) concentradas no amplo e bonito hall de entrada.Estava assutado,nada habituado aquelas concentrações,nem à bata imaculadamente branca e à mala de cartão,cheia de coisas novinhas em folha.Coisas curiosas, que depressa haveria de saber para que serviam,lápis cadernos,borracha e um livro com alguns desennhos engraçados.Não estranhem porque naqueles tempos essas coisas só nos chegavam à mão,quando iamos para a escola.Feita a chamada, lá fomos subindo uma sumptuosa escadaria ornada com diversos quadros avisando que o seguro morreu de velho e que portanto era contrprucedente andar-mos pedurados nos eléctricos. Fomos encaminhados para o salão, a sala de aulas maior que a escola tinha, e distribuidos aos respetivos professores.Tive dois,a DªEmilia e o seu marido, o professor Pedro, que foi diretor da escola por muitos anos e que por ali ficou na sua função,quando finda a 4ªclasse rumei a uma loja fazendas no largo da mouraria.Havia o pátio do recreio imenso,as antigas cavalariças e o refeitório que pouco frequentei, devido ao meu estomâgo se manifestar incompetente à absorção de um maldito ólio de figado de bacalhau que a professora Isabel teimava em nos enfiar pela goela abaixo.Fugi dali, embora com com pena de nunca mais ter podido aceder ao pão com uma generosa fatia de um queijo,muito amarelo, que ali se distribuia aos alunos.Era realmente um espaço escolar bonito e harmonioso,bem escolhido para a função a que se destinava.Pena que hoje se tenha perdido alguma "visão fina" e se não mantenha o edificio com as citadas funções ao serviço das crianças, em vez de as alojar em espaços sem condições para sequer terem direito a um pátio de recreio.

APS disse...

Caro Correia Duque

Bem-vindo a este Blogue.
Apreciei muito a sua história "escolar", são situações que nos vão acompanhar pela vida fora. Também me é grato recordar o lugar, pois foi nessa escola que fiz o exame da 4ª classe.
Não sabia da atribuição desse espaço para «Sede da Trienal de Arquitectura» (fica aqui registado), só espero que o saibam preservar.
Volte sempre
Cumpts.
APS

Manuel Jorge disse...

Meu caro e amigo APS
"Cá está a nossa escola"
Entrei nessa escola em 1957, ainda não tinha completado os 7 anos.
Lembro-me de muitos colegas que me acompanharam ao longo dos anos até à conclusão da 4ª classe: o Fernandinho (que havia de encontrar na tropa, na recruta em 1971 no então RAL 1, na Encarnação,o Calisto na EDP), da aula do Professor Oliveira. O Costa Pereira da aula da Professora Lucinda do salão grande. Do José Manuel Barata (hoje com consultório de advogado ali para o Chile e outros queridos e saudosos colegas de infância (a todos eles um forte e comovido abraço).
Professores, como já mencionei, lembro-me dos professores Oliveira, Lucinda, Isabel, o director o professor Pedro e esposa, o professor Gustavo Cardeira, professora Varandas entre muitos outros.
A aula do professor Oliveira, onde andei mais tempo, entrava-se pela travessa da Pereira, mesmo em frente ao tribunal militar (as aulas dos rapazes era no turno da manhã e das raparigas de tarde.
Depois havia a taverna do Necas, onde à porta estava uma senhora já de idade a vender guloseimas. No mesmo edifício da escola havia a loja do Loibé, a padaria….
Lembro-me ainda dos exercícios ao sábado de manhã, ao estilo da mocidade portuguesa, cuja mentalidade se queria fazer interiorizar na mente dos jovens etc. Aliás a mentalidade do ""Estado Novo estava presente no quotidiano da escola e instituição de ensino na altura. Vivia-se a guerra colonial, o assalto do “Santa Maria” pelo Capitão Galvão, tudo isto fazia exacerbar um sentimento incomensurável de patriotismo.
Contudo, a história e situação muito concreta, enquanto criança e no contexto que tenho vindo a apresentar, que mais me marcou emocional e sentimentalmente foi a captura do Farrusco. Era um cão já muito debilitado, já com muitos anos em cima do corpulento corpo que o sustentava. Era conhecido como o cão do Casão militar. Uma certa manhã, em frente ao Mercado de Santa Clara, uma camioneta (carroça), da c.m.lisboa, que apanhava os animais da rua, exibia o Farrusco, cruelmente, dentro de uma alta, mas estreita gaiola, sem possibilidades de fuga. Sereno, mas triste, o Farrusco sangrava da boca, fruto da violência e crueldade que tinha sido apanhado. Talvez naquela manhã, com os meus 7 ou 8 anos, acabara de ganhar sensibilidade para o sofrimento dos animais, uma estranha dor que não era dor física, combinada com uma infinita compaixão e revolta, apertava-me o coração, impotente face àquela violência dos humanos, sentia o corpo gelar….

Incomensuravelmente agradecido, pelos momentos de grande satisfação, que "Ruas de Lisboa," nos proporciona ao poder aceder e activar a nossa memória e vivenciar a nossa querida e bela terra.
Deixo aqui, um forte abraço a todos e parabéns pelo excelente trabalho realizado sobre "Ruas de Lisboa."

Lisboa, 28 de Junho de 2012

Manuel Jorge

APS disse...

Caro Manuel Jorge
Fico muito agradecido pelas suas palavras de apreço a este blogue, bem assim como enaltecer a grande sensibilidade demonstrada pelos animais. Eu também gosto muito de animais (especialmente gatos) e tenho um que já me acompanha à 12 anos, estando a sua foto patente na lateral deste blogue.
Quanto à Escola do «CAMPO DE SANTA CLARA» não a frequentei diariamente. Fui lá fazer o meu exame da 4ª Classe, isto no ano de 1947 (dez anos antes do amigo iniciar os seus estudos). A minha Escola Primária Nº15 da CML, estava sediada dentro do «CONVENTO DE SANTOS - o - NOVO» no Largo com o mesmo nome, mas os exames eram efectuados no estabelecimento de ensino no «CAMPO DE SANTA CLARA». Mais tarde a escola no Convento foi desactivada e edificaram uma escola de raiz na entrada a sul da «CALÇADA DAS LAJES» esquina com a «CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA».
Como nasceu nestas paragens de «SANTA CLARA» certamente deverá ter conhecido a "NOVA AURORA" de gratas recordações da minha infância.Poderá gostar de visitar a «CALÇADA DOS BARBADINHOS», «CALÇADA DAS LAJES», «CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA» , «AV. MOUZINHO DE ALBUQUERQUE» ou no meu sítio «RUA GUALDIM PAIS» e a «RUA DE XABREGAS», todas elas já publicadas neste Blogue.
Mais uma vez obrigado
Um abraço
APS

Manuel Jorge disse...

Caro APS

Relativamente ao blogue, as minhas palavras de apreço são mais que justas e pecam por defeito.

Fiquei contente e sensibilizado, por saber que é amigo dos animais. Na verdade, a forma como se trata os animais é sem dúvida um indicador muito importante, para auscultar a saúde de uma sociedade, a sua índole civilizacional.

Também já vi o seu percurso do amigo ao nível de estabelecimentos de ensino, as mudanças que foi forçado, de Santos para lá de Santa Apolónia e exames em Santa Clara. Certamente que valeu a pena, como diz o poeta."Eu tive sempre na mesma escola da Câmara, era a nº4 e ficava a poucos metros da minha casa.
Agora relativamente aos nomes dos vários professores que evoquei no meu comentário, o objectivo essencial, era verificar se alguns dos visitantes também se lembravam de alguns deles, atestando a nossa memória, aliás, como foi o caso do Correia Duque (um dos comentadores desta página), cujas palavras passo a citar:
“Fomos encaminhados para o salão, a sala de aulas maior que a escola tinha, e distribuídos aos respectivos professores. Tive dois, a Dª Emília e o seu marido, o professor Pedro, que foi director da escola por muitos anos.”
“O refeitório que pouco frequentei, devido ao meu estômago se manifestar incompetente à absorção de um maldito óleo de fígado de bacalhau que a professora Isabel teimava em nos enfiar pela goela abaixo.” Já agora quero enfatizar o que o Correia Duque disse acerca do óleo de Fígado de bacalhau, também eu fui objecto daquela “tortura,” nunca mais fui ao referido refeitório. Mas não tenho dúvidas que a tal professora Dª Isabel o fazia por uma boa causa.
Com efeito, os três professores que o caro Correia Duque menciona, conheci-os eu na minha altura, já que esse amigo entrou precisamente no ano que eu saí aprovado na 4ª classe.

Relativamente à questão que coloca, se conheci a “Nova Aurora” afirmativo, perfeitamente, ficava ali ao fim da Rua do Mirante, era uma loja de roupa. Houve uma altura há mais de 50 anos (meio século) fui lá com a minha mãe fazer compras, não me lembro de ir lá mais fazer compras. Nessa altura estava lá um senhor, presumo que era colaborador/empregado, chamado José, que mais tarde, já depois do “25 de Abril,” encontrei-o num atelier de artes na Rua do Paraíso (quase em frente ao Restaurante “ Faz Figura).” Infelizmente ao José faleceram-lhe dois irmãos em acidentes de viação.

Obrigado pela sua sugestão de acesso ao blogue aos locais indicados.


Muito obrigado,
Os meus melhores cumprimentos,
Manuel Jorge

Rosa Machado disse...

Boa noite,

Gostei muito de ler todos estes comentários sobre a Escola do Campo de Santa Clara.
Frequentei o Externato Luso, na mesma rua onde morava, e se bem me lembro, ia à Escola aos sábados, às actividades da Mocidade Portuguesa Feminina, isto nos anos 50.
Um abraço,
R. Machado

APS disse...

Cara Rosa Machado
Fico agradecido pelo seu comentário.
É sempre bom recordar o passado.
Passei pelo seu blogue e gostei de ver o interior do "Convento dos Cardais". Já escrevi a "Rua do Século" e seu envolvente, mas existe sempre motivos para realçar.
Gostei da imagem da "minha" Igreja da Madre de Deus.
Volte sempre
Despeço-me com amizade
APS

Valdemar Alves disse...

Depois de tantos anos fiquei encantado ao descobrir a minha escola... Os comentários fizeram-me lembrar a minha primeira sala de aula que dava para o recreio e a última da quarta-classe, que era a maior... Depoís disso fiz ainda o exame de admissão num edíficio junto ao Hospital da Marinha e dirigido pelo Director... Lembro-me bem dos jogos de futebol que tinhamos junto ao muro... Belos tempos... Um abraço de Sydney.

APS disse...

Caro Valdemar Ribeiro Alves
Agredecido pelo seu comentário.
Recordar é viver... lá diz o ditado.
Felizes aqueles que ainda se vão recordando do lugar onde aprenderam as primeiras letras ou, tal como eu, o local onde realizei o meu exame da 4ª classe.
A distância que o amigo se encontra é grande (AUSTRÁLIA-SYDNEY). Mas certamente com um PC à frente torna-se bastante encurtada, podendo ainda recorrer ao "GOOGLE EARTH" que nos dá uma ajuda maravilhosa quase presencial.
Desejo tudo de bom para si, renovando os meus agredecimentos, despeço-me com amizade.
Um abraço
APS

cara menggugurkan kandungan disse...

for beginners like me need a lot of reading and searching for information on various blogs. and articles that you share a very nice and inspires me

APS disse...

Mr. cara menggugurkan kandungan

Thanks for your comment.

Terima kasih atas Komentar Anda

APS

Cigestep@iol.pt disse...

Entrei neste site hoje por acaso e achei interessante porque também eu fui aluno dessa professora que digo a verdade nunca mais lembrei o nome já nem lembro quando fiz a quarta classe mas ainda lembro que foi esse diretor que me perguntou qual o verbo que se forma a partir de cavalo e eu respondi que era o verbo cavalar (risada geral)
Já lembro que os rapazes tinham aulas de manha e as raparigas de tarde para não haver confusão.
Lembro tAmbém o teatro d. Roberto que dizia "trototo" enquanto batia na outra fantoche com uma moca.
Obrigado por me lembrar de coisas boas da infância.