sábado, 29 de junho de 2013

RUA DO AÇÚCAR [ XVI ]

 Rua do Açúcar - (2009) (Panorama da "freguesia de MARVILA" na zona Oriental da cidade de Lisboa, onde incluía a "QUINTA DOS MARQUESES DE MARIALVA" in   GOOGLE EARTH
 Rua do Açúcar - (2013) Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira) (Fachada da casa dos "Marialvas" na "Rua do Açúcar" com o seu andar nobre. Era chamada de "Quintinha" tendo esta propriedade muitos proprietários, veio para a posse dos "Marialvas" em 01.10.1707)  in ARQUIVO/APS
 Rua do Açúcar - (2013) (Fachada da casa dos "Marqueses de Marialva" situada junto da antiga cerca do "Convento de S. Bento de Xabregas", na "Rua do Açúcar") in   GOOGLE EARTH
 Rua do Açúcar - (2013) (Um troço da "Rua de Marvila" onde começavam as terras e o Palácio dos "Marqueses de Marialva" para a nossa esquerda) in GOOGLE EARTH 
Rua do Açúcar - (2013) A "Rua de Marvila" no lado direito e até sensivelmente ao Pátio do Marialva" existiu o "Palácio dos Marialvas" do século XVII ao século XIX) in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO AÇÚCAR [ XVI ]

«A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA ( 1 )»

A enorme «QUINTA DOS MARQUESES DE MARIALVA» ocupava parte significativa da encosta de "MARVILA", resultou da união entre duas parcelas foreiras ao MORGADO DO ESPORÃO. Uma mais a norte, entrou na posse da família em data incerta, sendo no entanto frequentes os registos de baptizados e casamentos na freguesia dos OLIVAIS, a partir de 1663, podendo pois conjecturar-se que, pelo menos desde o célebre «1º MARQUÊS DE MARIALVA, "D. ANTÓNIO LUÍS DE MENESES», a quinta se encontra na posse da família. Outra, vizinha, dita a «QUINTINHA», adquirida em 1707 pelo "2º MARQUÊS DE MARIALVA o 4º Conde de Cantanhede, D. PEDRO ANTÓNIO DE MENESES"(1658-1711), com casas ainda existentes, sobre a "Estrada de São Bento para o Poço do Bispo".
Quanto à primeira e principal, tinha as suas casas nobres no topo sobre a "RUA DE MARVILA", onde ainda se podem ver alguns restos em deplorável estado de conservação.
Pela descrição junta, respeitante a 1747 podemos conjecturar as linhas mestras deste notável conjunto, transformado, como se percebe pela descrição mais tardia de «WILLIAM BECKFORD», em verdadeiro santuário de louvor  à figura do 1º MARQUÊS.
Nada resta da grande CAPELA, decorada com as bandeiras das Batalhas das "LINHAS DE ELVAS" e de "MONTES CLAROS", como afirma o citado inglês, parte da aura mítica dessa grande figura da história portuguesa. Aliás a vontade de exaltar a participação nesse momento histórico parece ter sido uma preocupação de alguns aristocratas, devendo citar-se a Capela de "D. GASTÃO COUTINHO", ao "GRILO", também decorada de  bandeiras, esta quinta dos Marialvas, em Marvila, é, com certeza, a célebre "Sala das Batalhas" na "Quinta de Benfica", dos "Marqueses de Fronteira", a única lembrança dessa gente aristocrata que permanece felizmente intacta.
Os "MARQUESES DE MARIALVA" encontraram-se frequentemente nesta quinta, pois são contínuos os registos de baptizados, casamentos e óbitos desde 1663.
O último assinalado é a morte do 3º Marquês, o estribeiro-mor, «D. DIOGO DE NORONHA», em 1761, já viúvo da Marquesa senhora da casa. Após o terramoto e com a doação de "D. JOSÉ" ao 4º MARQUÊS, «D. Pedro», da "Quinta da Praia", em Belém, esta torna-se a residência principal desta casa, substituindo o desaparecido "PALÁCIO DO LORETO" (hoje PRAÇA LUÍS DE CAMÕES).
Quanto à "Quinta de Marvila" entra em progressivo declínio, como a conheceu «BECKFORD», com a natural aura de abandono tão sugestiva para a sua sensibilidade romântica. Era sobretudo utilizada para passeios familiares, sem se detectar efectiva residência na grande propriedade, em parte alugada para exploração.
Pela descrição  junta, sabemos que, além das casas ainda existentes da "QUINTINHA", possuíam mais outras na parte de baixo da quinta, sobre a estrada, certamente um pavilhão de regalo com vistas sobre o RIO TEJO, no fim da propriedade.
Este grande conjunto dos «MARIALVAS» na parte poente, foram ocupados em parte pelas instalações industriais da «SOCIEDADE NACIONAL DE SABÕES», tendo sido o restante, após a abertura da linha do caminho-de-ferro, escavado a pique, encontrando-se nesse plano baixo traçadas hoje as artérias, "RUA JOSÉ DOMINGOS BARREIROS" e "RUA CAPITÃO LEITÃO", onde também estiveram instaladas duas grandes industrias (de que já fizemos referência). Na "Rua Capitão Leitão" e "Rua Afonso Annes Penedo" funcionaram também grandes Armazéns de Vinhos, Tanoarias, um conjunto de  oficinas e algumas habitações operarias.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ XVII ]-A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA( 2 )» 

6 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde antes de mais, os meus parabens pelo exelente trabalho publicado, todavia venho por este meio solicitar mais informações detalhadas sobre a Quintya dos Marialva, pois tenho um avuelo, que foi bastante citado em registos sobre a Quinta do ^MArques de Marialva, de nome Vitorino Xavier dos Santos, se me puder enviar a informação disponivel que eventualemente poosa ter para xavierdebrito@sapo.pt . Desde já os meus melhores cumprimentos, e grato pela atenção dispendida.

Alberto Xavier de Brito

APS disse...

Caro Alberto Xavier de Brito

Já tive o prazer de responder ao seu Mail.

Cumprimentos
APS

Jose Sepulveda disse...

Que belo trabalho, meu amigo.
Gostaria de pedir a sua ajuda sobre que ligações houve entre os marqueses de marialva a Vitorino Henrique Xavier de Brito, a fim de documentar um tranalho que estou a elaborar sobre a família Xavier de Brito.
Ficaria muito grato.

o meu nome é José Sepulveda e o meu email
correiasepúlveda@gmail.com.

Muito grato.

APS disse...

Caro José Sepúlveda

Os meus agradecimentos às suas amáveis palavras a este Blogue.

Na realidade acho que nada tem em comum "JOÃO DE BRITO" com os CONDES DE MARIALVA e muito menos "VITORINO HENRIQUE XAVIER DE BRITO"
-poderá eventualmente ser um descendente de JOÃO DE BRITO ?-.
Talvez a aproximação da "QUINTINHA" pertença dos Condes de MARIALVA, com frente para a RUA DO AÇUCAR e seu termo com a CERCA DO CONVENTO DO BEATO, que mais tarde foi adquirido por JOÃO DE BRITO. Poderá ver RUA DO BEATO [ VII ] de 14 de Fevereiro de 2015.Cumprimentos
APS

Anónimo disse...

Boa tarde Caro amigo,

em primeiro lugar obrigada pela pesquisa e informação disponibilizada. Venho pedir a sua ajuda numa pesquisa que estou a fazer sobre o edifício sito na Rua do Açucar nº 31, supostamente antiga fábrica do vinagre erguida em 1887, mas sobre a qual não consigo encontrar muita informação...

Se puder ajudar enviando informação para anabelacachinhosad@gmail.com
agradeço,

Bem haja

Anabela


APS disse...

Cara Ana Bela

É só para lhe comunicar que já lhe envie um Mail com duas fotos.

Cumprimentos
APS