sábado, 10 de agosto de 2013

RUA DA JUNQUEIRA [ I ]

 Rua da Junqueira - (2013) (Desenho adaptado da "Rua da Junqueira" - Sem Escala - LEGENDA - 1)Rua da Junqueira - 2)Palácio dos Condes da Ribeira Grande - 3)Palácio Burnay ou dos Patriarcas - 4)Palácio dos Condes da Ponte/AGL - 5)Centro de Congressos de Lisboa - 6)FIL - 7)Palácio Pessanha/Valada - 8)Consulado Geral do Mónaco - 9)Instituto de Higiene e Medicina Tropical - 10)Hospital de Egas Moniz(antigo Hospital do Ultramar) - 11)Palácio da Ega/Palácio Saldanha - 12)Palácio e Quinta das Águias - 13)Chafariz da Junqueira ou da Cordoaria - 14)Cordoaria Nacional e Instituto Superior Naval de Guerra - 15)Palácio de Lázaro Leitão Aranha - 16)Universidade Lusíada - 17)Palácio do Marquês de Angeja/(antigo Forte de S. Pedro) actual Biblioteca Municipal de Belém - 18)Ferrador do Altinho - 19)Forte de S. João da Junqueira) in  ARQUIVO/APS
 Rua da Junqueira - (1856-1858) Mapa de Filipe Folque (A "Rua da Junqueira", no lado esquerdo inferior podemos ver o "Palácio do Marquês de Angeja" no centro e direita a "Cordoaria Nacional" e o cano que completava a foz do "Rio Seco" que vinha da encosta) in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua da Junqueira - (1856-1858) Mapa de Filipe Folque (A "Rua da Junqueira" no século XIX, na parte inferior esquerda o resto da "Cordoaria Nacional", mais à frente o "antigo Forte de S. João da Junqueira" depois prisão do Estado. O espaço da FIL ainda se encontrava no domínio do Tejo) in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua da Junqueira - (1856-1858) Mapa de Filipe Folque (No lado direito vamos encontrar o início da "Rua Direita da Junqueira". Em frente da "Calçada de Santo Amaro" os jardins e terrenos na parte inferior, mais tarde seria CARRIS. No inicio da "Rua da Junqueira" a primeira artéria à esquerda representa a actual "Travessa do Conde da Ponte") in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua da Junqueira (1968) Foto de Armando Serôdio (A "RUA DA JUNQUEIRA" na direcção a Belém com edifícios de habitação de rendimento) in AFM
 Rua da Junqueira - (1967) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (A "Travessa dos Algarves" na "Rua da Junqueira", deve o seu nome a um telheiro que aí existia, sob o qual se albergavam os remadores algarvios, vulgarmente conhecidos por "Algarves") in AFML
Rua da Junqueira - (1961) Foto de Artur Goulart (A "Travessa dos Algarves" que liga com a "Rua da Junqueira" por arco) in AFML

RUA DA JUNQUEIRA [ I ]

«A RUA DA JUNQUEIRA E SEU ENVOLVENTE ( 1 )»

A «RUA DA JUNQUEIRA» pertence a duas freguesias. À freguesia de «ALCÂNTARA» pertencem os números 1 a 65 e do 2 a 166. À freguesia de «BELÉM» pertence do número 65 em diante no lado Sul, e do 168 em diante do lado Norte.
A artéria começa no número 105 da "Rua Primeiro de Maio" e finaliza na "Praça Afonso de Albuquerque". Em consequência da "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA(2013), a freguesia a que correspondia parte desta via, foi substituída por «BELÉM». Assim, a antiga freguesia de "Santa Maria de Belém" e "São Francisco Xavier" passam a designar-se; freguesia de «BELÉM».
São convergentes à "RUA DA JUNQUEIRA" os seguintes arruamentos: 
Na parte Norte de nascente para poente - "TRAVESSA CONDE DA RIBEIRA"; "CALÇADA DA BOA-HORA"; "RUA PINTO FERREIRA"; "RUA ALEXANDRE DE SÁ PINTO" e  "TRAVESSA DE SANTO ANTÓNIO".
Na parte Sul de nascente para poente - "TRAVESSA CONDE DA PONTE"; "TRAVESSA DA GALÉ"; "TRAVESSA DA PRAIA"; "TRAVESSA DO PINTO"; "TRAVESSA DA GUARDA"; "RUA MÉCIA MOUZINHO DE ANDRADE"; "TRAVESSA DAS GALEOTAS"; "TRAVESSA DOS ESCALERES"; "TRAVESSA DOS ALGARVES"; "LARGO MARQUÊS DE ANGEJA"; "TRAVESSA PIMENTA" e TRAVESSA CAIS DE ALFÂNDEGA VELHA".

O nome do topónimo «JUNQUEIRA» é bastante antigo, remonta pelo menos ao início do século XIII. É provável que a sua origem esteja ligada à grande quantidade de juncos que proliferavam no local, então pantanoso, se acumulavam no designado "Sítio da Junqueira", por aí existir a foz do "RIO SECO".
A denominação "JUNQUEIRA" já é mencionada num dos livros da "Chancelaria do Rei D. DINIS", no qual se encontra registada uma carta em que o monarca doa o "sítio da Junqueira" e vários outros do seu reguengo de "Algés de Ribamar" a "D.URRACA PAIS", abadessa do Mosteiro de "S. Dinis", de Odivelas, onde se encontra sepultada.
"AIRES DE SALDANHA", filho do 3º casamento de "DIOGO SALDANHA", fidalgo Castelhano que acompanhou como mordomo-mor e secretário a Princesa "D. JOANA DE CASTELA", foi o fundador do "MORGADO DA JUNQUEIRA", que veio a terminar com o " CONDE DA EGA". "D. JOANA ALBUQUERQUE", casando com "AIRES DE SALDANHA", levou-lhe em dote a "QUINTA DAS CALDAS", que se estendia do início da "JUNQUEIRA" até "BELÉM" e se prolongava das praias do TEJO até ao "PÁTIO DO SALDANHA", sensivelmente a meio da "CALÇADA DA BOA-HORA".
À antiga estrada para "BELÉM" (que ligava o princípio da "Calçada de Santo Amaro" ao da "Calçada da Ajuda") foi dada a designação de «RUA DA JUNQUEIRA» no século XVIII.
Trata-se de um extenso percurso com características próprias em que a área residencial com carácter popular ocupa uma extensão limitada entre "SANTO AMARO" e o "ALTINHO".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ II ] A RUA DA JUNQUEIRA E SEU ENVOLVENTE ( 2 )»

4 comentários:

Anónimo disse...

Olá, quando refere "ferrador do Alvito" não será antes "ferrador do altinho"?

APS disse...

Por razões inexplicáveis, confundi ALTINHO com ALVITO. Embora o "ALVITO" também pertença à freguesia de "ALCÂNTARA", mas não se tratava dessa localidade. Assim, agradeço (a) ou (ao) Anónimo que teve a amabilidade de fazer a observação e muito bem. O ferrador é mesmo do "ALTINHO" e não do "ALVITO" conforme se indicava. Penso eu, que isto deve ser efeito das minhas setenta e sete primaveras.
Renovo os meus agradecimentos, despeço-me com amizade.
Cumprimentos,
APS

Paulo Louro disse...

Boa noite,

não precisa de agradecer pela observação, eu é que agradeço todas as informações que vai publicando sobre Lisboa. Como moro na zona da Junqueira é com grande interesse que leio os textos sobre esta zona.
cumprimentos

Adalk disse...

Bom dia,
Não se se me conseguem ajudar com esta dúvida. Na esquina da Rua da Junqueira, com a Travessa das Galeotas, no edifício em que actualmente está a loja dos Escoteiros de Portugal (porta número 1, da referiu da travessa), existe um marco de pedra com a inserção de Rua da Cordoaria. Essa pedra está integrada no edifício junto ao solo, mesmo na esquina acima referida. Pela toponímia, não achei estranho esta "Rua da Cordoaria" e até pensei tratar-se de alguma referência mais antiga da Travessa das Galeotas. Mas de facto pela pesquisa feita, não consigo encontrar nenhuma referência a esta rua, nesta zona. Mesmo os mapas deste post, também não fazem referência a esta existência. Poderá ter havido nesta zona esta rua? Ou está pedra poderá ter origem noutros locais de Lisboa onde terão existido as Ruas da Cordoaria Velha etc.? Obrigado