sábado, 24 de agosto de 2013

RUA DA JUNQUEIRA [ V ]

 Rua da Junqueira - (2013) Foto de APS (O antigo "Palácio Burnay" na "Rua da Junqueira" actualmente) in ARQUIVO/APS
 Rua da Junqueira - (século XIX) Autor da foto não identificado (O "Palácio Burnay" com a frente virada para a "Rua da Junqueira" no final do século XIX) (Abre em tamanho grandein  AFML
 Rua da Junqueira - (1945) Foto de André Salgado ( O "Palácio Burnay" fachada Sul na "Rua da Junqueira" número 86, nos anos quarenta do século XX) in AFML
 Rua da Junqueira - (c. de 1907) Foto de Joshua Benoliel (O "Palácio Burnay" decorado com bandeiras e colchas  na "Rua da Junqueira")(Abre em tamanho grande) in AFML
 Rua da Junqueira - (c. de 1907) Foto de Joshua Benoliel (Pormenor da fachada central do "Palácio Burnay" na "Rua da Junqueira" ) (A foto abre em tamanho grande) in AFML
Rua da Junqueira - (finais do séc. XIX) (A chegada da palmeira ao "Palácio do Conde Burnay" na "Rua da Junqueira", foram necessárias oito juntas de bois e uns quantos homens, que ordenados entre si, fizeram deslocar a palmeira sobre um carro improvisado. Um sistema complexo, mantendo-a na vertical durante a viagem) in PROVAS ORIGINAIS (1858-1910) - CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ V ]

«O PALÁCIO BURNAY OU PALÁCIO DOS PATRIARCAS ( 1 )»

O «PALÁCIO BURNAY" no número 86 da "RUA DA JUNQUEIRA" que depois de 1940 albergou diversos organismos. Uma parte dos seus jardins está ocupada por modernos edifícios que pertencem ao "INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL".
Esta Palácio no século XVIII, foi também conhecido pelo "Palácio dos Patriarcas".
O Palácio teve o seu fundamento nas casas nobres que "D. JOSÉ CÉSAR DE MENESES", irmão do primeiro "CONDE DE SABUGOSA", "PRINCIPAL DE LISBOA", ali fez erguer depois de 1701 em terrenos aforados por "D. JOÃO SALDANHA E ALBUQUERQUE". Em 1734, o palácio encontrava-se rodeado de lindos jardins. Depois do terramoto de 1755, foi vendido ao PATRIARCADO DE LISBOA para residência de Verão dos prelados e a ele ligaram o seu nome "D. FRANCISCO DE SALDANHA", "D. FERNANDO DE SOUSA E SILVA" e "D. JOSÉ FRANCISCO DE MENDONÇA"Em 1818 funcionou no palácio o seminário de "S. JOÃO BAPTISTA".
Na primeira metade do século XIX, um capitalista apelidado de (MONTE CRISTO) "MANUEL ANTÓNIO DA FONSECA" homem muito rico e excêntrico - que chegava a beber chá por taças de ouro - tornou-se dono do palácio e fez-lhe inúmeras alterações, quer externas como interiormente.
A partir de 1865, o edifício voltou a mudar de proprietário, tendo sido comprado por "D. SEBASTIÃO DE BOURBOM", filho da princesa da BEIRA, "D. MARIA TERESA DE BRAGANÇA" e do INFANTE DE ESPANHA, "D. PEDRO CARLOS DE BOURBOM". Morou nele, também, o EMBAIXADOR DE ESPANHA, "D. ALEJANDRO DE CASTRO". 
No último quartel do mesmo século foi vendido a «HENRIQUE DE BURNAY», uma figura distinta da sociedade financeira portuguesa. Filho do médico "DR. HENRIQUE BRUNAY", de origem BELGA, e irmão do professor, médico também, "EDUARDO BURNAY", académico e jornalista.
O banqueiro «HENRIQUE BURNAY", que o enriqueceu com belas decorações e mobiliário. A partir de 1895 dois italianos "CARLO GROSSI" pintor e "PAOLO SOZZI" escultor, trabalharam na decoração dos interiores. Ambos residentes em MILÃO, foram contratados pelo "CONDE DE BURNAY" para trabalharem na reconstrução deste palácio, onde se deram grandes festas famosas. Em 1936, ficando viúva a Condessa de BURNAY, "D AMÉLIA KRUS", devido a partilhas foi o palácio vendido e o recheio leiloado, tendo os seus interiores ficado destroçados. 
Em 1940 o palácio foi adquirido pelo ESTADO, para o "MINISTÉRIO DAS COLÓNIAS", sujeitando-o a obras sob a orientação da "DIRECÇÃO GERAL DOS EDIFÍCIOS E MONUMENTOS NACIONAIS".
Após a conclusão em 1942 das principais obras de restauro das salas, o edifício serviu de residência do general "CONDE DE JORDANA", então "MINISTRO DOS ESTRANGEIROS DO GOVERNO ESPANHOL" e sua comitiva.
Em 1944 estiveram ali instalados o "CONSELHO SUPERIOR DO IMPÉRIO COLONIAL", o "CONSELHO TÉCNICO DE FOMENTO COLONIAL", a "JUNTA DAS MISSÕES GEOGRÁFICAS" e a "INSPECÇÃO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO COLONIAL".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ VI ]-O PALÁCIO BURNAY OU PALÁCIO DOS PATRIARCAS ( 2 )»

4 comentários:

Anónimo disse...

Sou brasileira. Visito seu blogue regularmente, pq amo sua cidade e os nomes deliciosos de suas ruas. Estou aprendendo e me divertindo. Obrigada!
ana

APS disse...

Cara ANA
Fico agradecido pela sua visita a este blogue.
Igualmente me sensibiliza bastante, o gostar das Ruas de LISBOA, este pedaço de terra, "à beira mar plantado" com cerca de 866 de existência.
Renovo os meus agradecimentos e despeço-me com amizade.
Cumprimentos :)
APS

Unknown disse...

Andei neste Liceu Rainha D.Leonor na Junqueira desde 1952 até 1958 mais ou menos. Adorava aquelas salas e aquele espaço onde brincávamos, nos intervalos. Aquela sala da Biblioteca era um colosso. Tenho agora 75 anos, o meu nome é ALDINA FERNANDA MORAIS GONÇALVES. Haverá alguém do meu tempo que ainda se lembre de mim? Foram anos adoráveis. Deixo o meu mail
dinaabil@gmail.com. Obrigada por esta recordação onde fui muito feliz.

APS disse...

Cara Aldina Sebastião

Fico muito sensibilizado e agradecido por ter usado este espaço para recordar a década de cinquenta do século vinte.
Deverá consultar a "RUA DA JUNQUEIRA [ IV ] de 21 de Agosto de 2013http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.pt/2013/08/rua-da-junqueira-iv.html
Este é realmente o edifício do LICEU RAINHA D. LEONOR e LICEU RAINHA D. AMÉLIA, depois de 1974 passou a "ESCOLA SECUNDÁRIA". Ali encontrará um LINK de um outro blogue "A ALFACINHA" que vai gostar com toda a certeza.
Despeço-me com amizade
Saudações
APS
PS- Também completei os meus estudos nessa mesma década mas na Escola Comercial D. Maria I (ao fundo da CALÇADA DO COMBRO, hoje um Condomínio Fechado).