quarta-feira, 12 de novembro de 2014

RUA LEITÃO DE BARROS [ II ]

«A RUA LEITÃO DE BARROS ( 2 )»
 Rua Leitão de Barros - (2014) -(Entrada da "RUA LEITÃO DE BARROS" que liga à "RUA PADRE FRANCISCO ÁLVARES) in  GOOGLE EARTH
 Rua Leitão de Barros - (1940) (Planta da "EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS" inaugurada em 23 de Junho de 1940 no sítio de BELÉM) in   RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Leitão de Barros - (1930) (Fotografia de Salazar Dinis) ("LEITÃO DE BARROS" sabe colher o imprevisto e, apesar da ingenuidade de algumas cenas - como o quase afogamento de Maria - pôde dar largas à sua vigorosa cena)   in   MARIA DO MAR
 Rua Leitão de Barros - (1931) - ("A SEVERA" um filme de "LEITÃO DE BARROS", rodado em PORTUGAL e FRANÇA)  in    RESTOS DE COLECÇÃO
Rua Leitão de Barros - (1932) - (Desenho de STUART) (Uma publicação do extinto "DIÁRIO DE LISBOA" que publicava "AS MARCHAS DE LISBOA" na noite de SANTO ANTÓNIO. As MARCHAS DE LISBOA tiveram início no ano de 1931, por iniciativa de "LEITÃO DE BARROS" e o entusiasmo do olisipógrafo "NORBERTO DE ARAÚJO") (Abre em tamanho grande) in  AS MARCHAS DE LISBOA DE NORBERTO DE ARAÚJO


(CONTINUAÇÃO) - RUA LEITÃO DE BARROS [ II ]

«A RUA LEITÃO DE BARROS ( 2 )»

«LEITÃO DE BARROS» ao falar de si próprio empregando um tom anedótico, condizente com o seu fino sentido de humor. Parecia não se tomar demasiado a sério, um homem que ainda hoje é indefinível, tantas foram as suas facetas em que se distinguiu: professor, jornalista, realizador cinematográfico, pintor, autor teatral, organizador de festejos e dos maiores cortejos que LISBOA já viu.
«LEITÃO DE BARROS» era um homem de sete ofícios, apesar do contributo dado ao jornalismo, não era homem para se ficar por aí.
O TEATRO e o CINEMA, por exemplo, tiveram nele um apaixonado.
Para o primeiro, escreveu várias peças, algumas das quais de êxitos. Lembremos COLÉGIO UNIVERSAL, PRÉMIO NOBEL (escrita em parceria com FERNANDO SANTOS e ALMEIDA AMARAL, sendo representada no TEATRO NACIONAL) e ainda AVÓ LISBOA, de que foram protagonistas PALMIRA BASTOS e VASCO SANTANA.
Expôs ainda várias obras de PINTURA em MUSEUS portugueses, em ESPANHA, no MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE MADRID e ainda no BRASIL.

Mais conhecida ainda ficou a sua participação no CINEMA.
MALMEQUER a MAL DE ESPANHA (1918) foram os seus primeiros filmes. Neles se salientam duas tendências: a evocação histórica dos temas e a crónica anedótica.
Com o documentário NAZARÉ (1930) retoma um tema já explorado em (1923).   "LISBOA CRÓNICA ANEDÓTICA" (1930) em que mistura actores conhecidos como: NASCIMENTO FERNANDES, BEATRIZ COSTA, VASCO SANTANA, ERICO BRAGA, CHABY PINHEIRO, ESTEVÃO AMARANTE, JOSEFINA SILVA, EUGÉNIO SALVADOS, ADELINA ABRANCHES, COSTINHA, ALVES DA CUNHA e outros, todos eles interpretavam personagens típicas de LISBOA.  No mesmo ano eram rodados ainda os filmes NAZARÉ e MARIA DO MAR.
Em "MARIA DO MAR", com colaboração no argumento e assistência de realização de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, é para muitos a obra-prima do cinema "mudo" português, representado nas cinematecas de LONDRES, NOVA IORQUE, MOSCOVO e TÓQUIO. 
Rodado na PRAIA DA NAZARÉ, aborda as dificuldades da vida da comunidade piscatória, narrando a história de amor entre dois jovens cujas famílias haviam cortado relações na sequência  dum naufrágio.  O recurso ao grande plano, o desenho sensual dos corpos em contraste com a fúria dos elementos e a convincente combinação da actuação dos actores profissionais, de amadores e de gente anónima dão a "MARIA DO MAR" uma frescura que permite encontrar no filme elementos dum modernismo que permanece no tempo.  Neste filme deram a sua colaboração os actores: ROSA MARIA, OLIVEIRA MARTINS, ADELINA ABRANCHES e outros, sendo estreada no cinema "SÃO LUÍS" a 20 de Maio de 1930.
A célebre "SEVERA" uma fantasia biográfica da fadista, é um dos filmes "mais português", no sentido de reflectir um dramatismo e até uma auto-comiseração que eventualmente caracterizam a alma portuguesa, para outros terá sido (sem culpa directa de LEITÃO DE BARROS) um repositório de elementos que marcariam de forma pouco positiva certo cinema português; a associação fado e touros, em ambiente melodramático.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA LEITÃO DE BARROS [ III ]-A RUA LEITÃO DE BARROS ( 3 )». 

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