sábado, 27 de março de 2010

RUA DE XABREGAS [ XIII ]

Rua de Xabregas - (Século XIX ?)(Fotógrafo não identificado) (Fonte da Samaritana hoje recolhida no Museu da Cidade, esteve localizada perto do Terreiro de Xabregas) in MUSEU DA CIDADE
Rua de Xabregas - (Autor desconhecido) (Jesus falando com a Samaritana...) (Ali havia o POÇO DE JACÓ. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da SAMARIA tirar água. Pediu-lhe Jesus: Dá-me de beber. SÃO JOÃO, 4:6,7. in PRESENTE PARA VOCÊ

Rua de Xabregas - (Século XIX ?) - Fotógrafo não identificado (Fonte SAMARITANA, um baixo relevo mandado construir pela rainha D. Leonor para o Convento da Madre de Deus em Xabregas, hoje pertença do Museu da Cidade de Lisboa in MUSEU DA CIDADE
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DE XABREGAS [ XIII ]
«FONTE DA SAMARITANA»
A «FONTE DA SAMARITANA» hoje exposta no «MUSEU DA CIDADE», foi mandada edificar em 1508 pela rainha «D.LEONOR». De início estava encostada à «IGREJA DA MADRE DE DEUS» junto do Tejo, fazendo parte do sistema de abastecimento de água ao MOSTEIRO e à população local.
Em finais do século de seiscentos era normal as freiras subtraírem a água que, destinada ao povo, corria num encanamento pela Cerca Conventual; o «BARÃO DO ALVITO» tomou medidas mas os abusos continuaram.
Em 1700 «D. FRANCISCO DE SOUSA COUTINHO», sucessor na Câmara do «BARÃO DO ALVITO», transferiu a «FONTE DA SAMARITANA» para junto do Terreiro, a Norte do actual «PALÁCIO DO MARQUÊS DE NISA».
Quando chegaram as obras dos caminhos-de-ferro de Leste ao sítio de Xabregas, existiu a ideia de desmanchar esta velha fonte. Felizmente apareceu na imprensa quem se opusesse à demolição deste apreciável monumento (1).
A «FONTE DA SAMARITANA» trata-se de um baixo-relevo, à direita, «JESUS» está sentado na borda do poço, frente à «SAMARITANA». A meio, ao alto, uma bica deixa cair água para um tanque pequeno de meia laranja, que se precipita num outro maior. Ostentava a insígnia evocativa da «RAINHA D. LEONOR» um Camaroeiro.
Todo o conjunto arruma-se num nicho pouco profundo - 2,90 metros de altura por 1,87 metros de largura - construído por duas pilastras da «RENASCENÇA ITALIANA», sobre as quais se apoiava uma grossa cornija com cimalha angulada.
Por ocasião de 1860 a fonte já não existia em «XABREGAS» tendo sido levada inicialmente para o jardim do «MUSEU DAS JANELAS VERDES», embora um pouco mal tratado, acabou por ir parar ao «MUSEU DA CIDADE».
No local do chafariz não há sinal da «FONTE DA SAMARITANA». Apenas ao lado, na parede exterior do pequeno e antigo «LAVADOURO PÚBLICO» no "LARGO DE XABREGAS" existiu uma curiosa NAU, em pedra de talha seiscentista.
(1) - «ARQUIVO PITORESCO» Tomo V, 1862.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DE XABREGAS [ XIV ] - (CHAFARIZ E LAVADOURO PÚBLICO DE XABREGAS)»


2 comentários:

Marcia Faria disse...

É uma obra magnífica,quantos detalhes, com tão poucos recursos se compararmos aos dias de hoje.

Um abraço, bom fim de semana!!!

APS disse...

Cara Marcia Faria

Efectivamente tem muita relevância a história desta notável fonte, que "matou" a sede a muitos lisboetas em determinada época.

Continuação de um bom fim de semana!!!

Um abraço
APS