Rua da Palma - (2016) - (Panorâmica do "CCM-Centro Comercial Mouraria" os arranjos da "PRAÇA MARTIM MONIZ", em cima o conjunto da IGREJA E CONVENTO DA GRAÇA. Em baixo, na esquerda parte da "RUA FERNANDES DA FONSECA" (que fazia - em 1957 - esquina com o TEATRO APOLO, virado para a "RUA DA PALMA". Na frente do "CCM" existe a "RUA SENHORA DA SAÚDE". in ARQUIVO/APS
Rua da Palma - ( 2016 ) - (Mais uma panorâmica da "PRAÇA MARTIM NONIZ", mais à esquerda a IGREJA NOSSA SENHORA DA SAÚDE, para cima à esquerda a COSTA DO CASTELO e no cimo o "CASTELO DE SÃO JORGE". Na parte em baixo o SALÃO LISBOA, ao fundo para a direita o enorme edifício do "HOTEL MUNDIAL" com gaveto para a "RUA DA PALMA". in ARQUIVO/APS
Rua da Palma - (10.05.1957) - ( Anúncio do "TEATRO APOLO" uma representação do "TEATRO POPULAR DE ARTES DO BRASIL" com a peça " A... RESPEITOSA" de PAUL SARTRE. Com MARIA DELLA COSTA, no elenco principal) in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - (2016) - (Panorâmica do actual "MARTIM MONIZ", o espaço que ocupava o "TEATRO APOLO" era sensivelmente junto na nova Rua da Senhora da Saúde e a Rua Fernandes da Fonseca e o C.C. Mouraria) in GOOGLE EARTH
Rua da Palma - ( 2016) - ( A "RUA DA PALMA" entrada da "PRAÇA MARTIM MONIZ", próximo da "RUA FERNANDES DA FONSECA" e "RUA DE S. LÁZARO", ao fundo à direita podemos ver o "CENTRO COMERCIAL MARTIM MONIZ" e à esquerda o "CENTRO COMERCIAL MOURARIA") in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XX ]
«O TEATRO APOLO ( 6 )»
A "morte" do "TEATRO APOLO" estava anunciada desde o início dos anos cinquenta. O edifício de "MANSSARDA FRANCESA" dos finais do século XIX, estava condenado.
Lentamente iam desaparecendo quarteirões completos para o alargamento da "RUA DA PALMA".
Fronteiro ao "TEATRO APOLO" a "IGREJA DO SOCORRO" já tinha sido demolida em 1949, tendo seguido outros edifícios do século XIX. No início de 1956 era a vez dos edifícios circundantes ao TEATRO, e assim se abatiam "com total ausência de sentimentos pelo património edificado". os prédios chamados de tipo "Pombalinos".
Foi Brasileira a última "COMPANHIA" que actuou no "TEATRO APOLO", era dirigida pela actriz "MARIA DELLA COSTA". Tinha ocorrido em 1956 a primeira visita da "COMPANHIA DE TEATRO POPULAR DE ARTE DO BRASIL" a Portugal, onde o público pôde assistir no "TEATRO APOLO", com texto de autores variados como; "MORAL EM CONCORDATA" (1956) de "ABÍLIO PEREIRA DE ALMEIDA; "MANEQUIM" (1957) de "HENRIQUE PONGETTI"; "A PROSTITUTA RESPEITOSA" (1957) de JEAN-PAUL SARTRE. Em relação a esta última peça, só pôde ser representada com os devidos cortes do "LÁPIZ AZUL" da CENSURA do ESTADO NOVO, após um longo consenso, passou a ser chamada pelos meios de Comunicação Social, de "A...RESPEITOSA".
É realmente o último trabalho a ser representado no "TEATRO APOLO", com estreia em 10 de Maio de 1957, de "A... RESPEITOSA" de SATRE, que durou até 10 de Junho de 1957, altura do encerramento definitivo do TEATRO APOLO, sendo nessa época o seu Empresário o actor ERICO BRAGA.
No dia 22 de Agosto de 1957 estava colocada a bandeira de LEILÃO pendente na varanda da bonita fachada do edifício do século XIX. O recheio do "TEATRO APOLO" era levado à "praça". O cenário era fantasmagórico. A cortina de "cena" do Teatro, pintada por MANUEL LIMA, que eventualmente terá custado uns bons contos de réis, era agora vendida a metro. Cartazes, artigos usados nas cenas que alegraram meia LISBOA, eram também vendidos ao preço da "fita de mastro". Quadros de "CHABY PINHEIRO" e "BEATRIZ COSTA" que embelezavam a galeria, eram apeados da glória para acabarem num comum armazém de ferro-velho. No chão dos corredores amontoavam-se vários adereços que faziam parte das revistas, tudo vendido por lotes. E quem dá mais? Eram as palavras do pregoeiro!
Na assistência (desta vez não vieram para aplaudir a rábula) encontravam-se os "sucateiros", alguns "coleccionadores de recordações". e muita gente a assistir à "derrocada do velho" "TEATRO APOLO". (E nem mesmo com APOLO filho de ZEUS o chefe supremo do Olimpo na Mitologia Grega, e o mais poderoso dos imortais, lhe valeu).
E o Leiloeiro "ALBERTO" continuava com a sua tarefa.
"LEITÃO DE BARROS" um conceituado "olisipógrafo", escrevia na sua página semanal "CORVOS", que se publicava no "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" naquela época: "Depois, foi o silêncio. Em breves semanas, nada mais existia do que um monte de entulho - igual àquele que esta tarde cobrirá já o antigo cartaz do APOLO do seu êxito máximo, rasgado no chão - e nele toda a ilusão, toda a dor, toda a glória destas eternas palavras, que são o próprio TEATRO: SONHO DOURADO".
Desapareceu o edifício do "TEATRO APOLO" para, aproximadamente no mesmo local se construir o "C.C.M-Centro Comercial Mouraria" e mais tarde quase à sua frente junto da "RUA DA PALMA" outros edifícios e mais um "C.C.M.M.-CENTRO COMERCIAL MARTIM MONIZ". Da apreciação que nos move quanto ao arranjo actual urbanístico do "MARTIM MONIZ", nada temos a acrescentar, atendendo que se demoliu bastante (alguns bem antigos), para criar uma Praça, espaços verdes, edifícios novos de grande porte, de apreciável arquitectura.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XXI ] O TEATRO ÁDÓQUE ( 1 )»
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