A RUA NATÁLIA CORREIA pertence à freguesia da GRAÇA começa na Rua dos Sapadores e termina na Rua da Graça.
Natália Correia faleceu em Lisboa, no dia 16 de Março de 1993. A sua memória permanecerá na toponímia lisboeta, por via desta artéria junto ao Mercado dos Sapadores, por sugestão da Associação de mulheres socialistas e da Junta de Freguesia da Graça.
Este topónimo foi atribuído por Edital, ao arruamento até ai denominado por Rua A, a Sapadores.
Nascida a 13 de Setembro de 1923 na Ilha de São Miguel Açores, Natália de Oliveira Correia, viria a tornar-se num dos nomes mais incisivos das letras portuguesas deste século.
O seu berço foi a freguesia de Fajã de Baixo, na Ilha açoriana de São Miguel.
A sua vasta obra abarca textos para a infância, romance, ensaio, poesia e teatro. Embora seja através da corrente surrealista que o seu nome se tenha destacado (mais ou menos por volta de 1957), a sua obra é sustentada por vários outros registos. Às vezes mais satíricas. Assim, sintetizou os dias da Guerra Colonial em «Queixas das almas censuradas», musicado por José Mário Branco.
Sempre excessiva e vulcânica, porém muito cedo veio para Lisboa estudar, cidade em que deixaria a sua marca.
Mulher de Tertúlias literárias e paixões ardentes, viria a concretizar no seu «Botequim», junto do Jardim da Graça, um pouco do seu projecto de vida. Muito mais do que um simples bar, este local funcionou como palco de discussões artísticas, conspirações políticas e troca de experiências entre figuras dos mais diversos quadrantes da vida portuguesa.
Anos mais tarde assinaria na RTP uma série de programas designado por «Mátria», onde abordava o papel de mulher na construção da lusitanidade, sempre aliando a garra e a visão poética que eram as suas premissas de vida.
Natália Correia foi também deputada na Assembleia da República, qualidade na qual integrou algumas polémicas históricas, como a Frente de Defesa da Cultura ou o debate sobre a legalização do aborto onde respondeu a uma interpelação com um divertido soneto, episódio que ficou célebre como o "truca-truca".
Vários parceiros a acompanharam ao longo da vida, porém, a sua mais forte ligação terá sido o casamento com Dórdio Guimarães, que viria a falecer pouco depois de si.
De entre as suas obras poderiam destacar-se: «Dimensão encontrada» (1957), «A Mosca iluminada» (1972) ou «O Diluvio e a Pomba» (1979), na área da Poesia ou «Erros meus, má fortuna»(1981) no campo teatral. É ainda responsável por várias antologias como, por exemplo, «O Surrealismo na Poesia Portuguesa» (1973).
2 comentários:
O meu aplauso para tão abnegada contribuição à cultura toponímica da minha querida cidade. Bem haja.Passarei a ser consumidor.
Armindo S.
Caro Armindo S.
Fico muito agradecido pelas suas palavras.
Também, a ilustre senhora que dá nome a esta rua, gostava de palmas.
Muito obrigado e volte sempre
SOBREIRA
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