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(CONTINUAÇÃO)
A PRAÇA DE SÃO PAULO ( e mais valeria chamar-lhe pracinha pelas proporções e pelo mimo que inspira) é o caso evidente da jóia escondida e desprezada.
A PRAÇA DE SÃO PAULO ( e mais valeria chamar-lhe pracinha pelas proporções e pelo mimo que inspira) é o caso evidente da jóia escondida e desprezada.
Qualquer pessoa de bom gosto que por ali passe adivinha facilmente o encanto que dela parece ainda desprender-se, mas recuará e fugirá rapidamente, tal é a decadência que parece despender-se de cada pedra em redor.
Mas vamos também, ao lado positivo.
No reinado de D. José, estabeleceu-se no Largo a primeira fábrica existente em Portugal para a refinação do açúcar; pertencia ao estrangeiro Cristiano Henriques Smits e obteve licença régia em 14.07.1751.
Com o terramoto de 1755, a freguesia e o Largo sofreram uma destruição considerável, provocada não só pelo abalo sísmico, como pelo maremoto que se lhe seguiu (esta foi a zona mais atingida por este fenómeno) e, finalmente, pelo incêndio que destruiu praticamente toda a zona central da cidade.
São Paulo surge como uma das quarenta paróquias de Lisboa alvo dos trabalhos de reconstrução Pombalina. O Marquês de Pombal, com grandes interesses neste bairro e como primeiro dirigente honorário da Confraria responsável pela reconstrução da Igreja, adquiriu neste processo um importante protagonismo (também, mais tarde , Pina Manique aqui deterá várias propriedades).
A nova Praça estrutura-se de acordo com um ordenamento especial comum em Lisboa reedificada por Pombal: regular e enquadrada por edifícios de características idênticas, de desenho sóbrio e monótono, com a Igreja abrindo para a Praça, integrando-se perfeitamente nesta, surgindo nitidamente como um núcleo ordenador do espaço circundante.
Os edifícios Pombalinos erguem-se a Norte, onde corre também a Rua de São Paulo, a Sul e a Oriente, ficando a Igreja na face ocidental da Praça. Actualmente, a uniformidade do conjunto arquitectónico Pombalino foi cortado, em alguns pontos, pela construção de novos edifícios e alterações nas fachadas de outros, levadas a cabo nos séculos que se seguiram.
O primeiro edifício Pombalino era um extenso conjunto de quatro pisos, com telhado de águas duplas e mansardas, surgindo uma marcação de sacadas no segundo piso dos edifícios da face Sul e no segundo e terceiro pisos dos da face Oriental.
Em 13.04.1771, o Marquês de Pombal cria o novo mercado de São Paulo, chamado «RIBEIRA NOVA» que se organizava entre o Largo e a zona da praia.
O Largo foi utilizado, igualmente, como zona de mercado, sendo este proibido por edital de 03.07.1771.
Adquire o estatuto de Praça privativa de hortaliças em Lisboa no ano de 1809, para em Dezembro de 1935 aí ser proibido qualquer tipo de venda.
Com seu chafariz a meio e a frontaria da Igreja paroquial, as lojas de especial alfaiataria no lado Sul, os prédios Pombalinos a Norte, a Praça oferece uma visão convidativa, podendo adivinhar-se ali as tais festas e convívios que seriam desejáveis e normais nestes larguinhos alfacinhas.
Nas suas proximidades, são construídos os «BANHOS DE SÃO PAULO» (que nos propomos falar na IV Parte) em 1850-1868, da responsabilidade do Arquitecto Pedro Pézerat, é demolido o Forte de São Paulo e aberta a Praça D. Luís e, onde se irá erguer, em 1882, o novo Mercado do Peixe, de Ressano Garcia e, em 1930 o actual Marcado 24 de Julho, em substituição do anterior.
(CONTINUA) (No próximo iremos falar do início da freguesia e Chafariz de S. Paulo)
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