Poço do Borratém - (200_) Fotógrafo não identificado (Fachada do Hotel-Lisboa Tejo) in http://www.book-hotel-in-lisboa.com/
(CONTINUAÇÃO)
O POÇO DO BORRATÉM
«O POÇO» (3)
Num interessante artigo do «SUMÁRIO DE VÁRIAS HISTÓRIAS - 1873» aparecem as medições do POÇO.
Cinquenta palmos de alto, e nove de diâmetro. (...) Como a água do «Poço do Borratém» possuía certas virtudes, houve uma irmandade que, sem se saber com que títulos e em que tempo, conseguiu aproveitar-se d'ela e impor um tributo sobre quem a usava.
A irmandade de Santo André e Almas, da freguesia de Santa Justa, até 1818, recebia 80 réis por mês de cada aguadeiro, e fornecia os baldes e cadeias. Porém, o mais galante é que uma certa Maria Thereza, viúva, constituíra-se administradora do POÇO e exigia 240 Reis por mês de cada aguadeiro e dessa quantia entregava uma pequena parte à irmandade, guardando para si a maior parte, como Senado verificou, e além d'isso tinha em seu poder a chave da cobertura do POÇO.
Houve questão a este respeito, e afinal o desembargo do Paço e o Governo resolveram que o POÇO, por estar em terreno público, pertencia à Câmara, e portanto a sua água era do uso livre do povo.
Assim, o Senado, acabou com as usurpações da irmandade e de Maria Thereza, entregou a chave da coberta a um capataz que reformava as cordas e os baldes, abria e fechava o POÇO, recebendo dos aguadeiros e criados de servir 80 réis mensais.
Em 1849 a Câmara pôs termo por uma vez a essas alcavalas, e resolveu que as despesas com o POÇO fossem feitas pelo seu cofre.
Hoje o POÇO (em 1861) está bem acondicionado debaixo de uma abobada no prédio que ali construiu o senhor Bernardino, em terreno que foi do Hospital de São José, e continua, já se sabe, no uso público.
(CONTINUA) - (Próximo) « O POÇO (4)»