Rua Actor João Rosa - (2014) (A "RUA ACTOR JOÃO ROSA" inicia na Rua Egas Moniz" no número oito, do primeiro BAIRRO DOS ACTORES) in GOOGLE EARTH
Rua Actor João Rosa - (2007) (Panorâmica do BAIRRO DOS ACTORES onde se insere a RUA ACTOR JOÃO ROSA) in GOOGLE EARTH
Rua Actor João Rosa - (2014) (Um troço da RUA ACTOR JOÃO ROSA no sentido Sul para Norte) in GOOGLE EARTH
Rua Actor João Rosa - (2014) (A RUA JOÃO ROSA vista da Rua Barão Sabrosa na parte a Norte) in GOOGLE EARTH
Rua Actor João Rosa - (1885) Desenho a carvão de José Malhôa (O jovem JOÃO ROSA numa das suas representações teatrais) in O INFERNO
Rua Actor João Rosa - (depois de 1883) Pintura de Columbano Augusto Bordalo Pinheiro(1857-1929) ("Retrato" do actor JOÃO ROSA pintado por COLUMBANO) in APPH - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE FOTOGRAFIA
Rua Actor João Rosa - (Gravura de autor não identificado) (Um "retrato" do actor JOÃO ROSA, publicado na revista "O OCIDENTE" em 20.11. 1907) in CVC-INSTITUTO CAMÕES
(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ II ]
«RUA ACTOR JOÃO ROSA»
A RUA ACTOR JOÃO ROSA pertencia à freguesia do ALTO DO PINA que, juntamente com a freguesia de S. JOÃO DE DEUS e de acordo com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, resultou na freguesia do «AREEIRO». Começa na RUA EGAS MONIZ no número oito e finaliza na RUA BARÃO SABROSA, 309. Integrada no primeiro BAIRRO DOS ACTORES, em Acta Nº 4 de 18.01.1944 da COMISSÃO DE TOPONÍMIA, foi aprovada a sua nomenclatura.
JOÃO ANASTÁCIO ROSA nasceu em LISBOA a 18 de Abril de 1843 tendo falecido também em LISBOA a 16 de Março de 1910. JOÃO ROSA nasceu numa família que viria a ser destacada como uma das mais notáveis famílias de artistas do teatro português.
JOÃO ROSA tinha um irmão mais novo de nome AUGUSTO ROSA que seguia a mesma vocação do irmão JOÃO. Pai e filho partilhavam o mesmo nome - JOÃO ANASTÁCIO ROSA - sendo que ao filho foi atribuída a designação de ROSA JÚNIOR. Pouco tempo durou tal epíteto, pois que cedo passou a ser conhecido simplesmente como JOÃO ROSA, recaindo sobre o pai a designação de ROSA PAI.
JOÃO ROSA sofre a desventura de ser matriculado na ACADEMIA DE BELAS ARTES, mesmo tendo desde cedo, demonstrado o desejo de representar. Terá caído seu pai no mesmo equívoco quando seu avô, quis orientar o ROSA PAI, contra a sua vontade para a medicina. Mas o destino desta gente era a arte de representar! Assim, aos 19 anos, JOÃO ROSA, apresenta-se ao público pela primeira vez ao lado do pai, no TEATRO BAQUET no PORTO, em 15.11.1862, na comédia AS JÓIAS DE FAMÍLIA de CÉSAR DE LACERDA.
Do PORTO transferiu-separa LISBOA para representar no TEATRO SÃO CARLOS, D. MARIA II, GINÁSIO, TRINDADE e no TEATRO DO PRÍNCIPE REAL, sempre com grandes êxitos e com um trabalho digno de maior admiração em cada papel.
Depois de breve passagem pelo TEATRO GINÁSIO, em 1892 com seu irmão AUGUSTO ROSA, e o ACTOR EDUARDO BRASÃO fundou a COMPANHIA ROSAS & BRANDÃO, que dirigiu o TEATRO D. MARIA II durante 18 anos. Estes anos de JOÃO ROSA passados no D. MARIA, foi uma das suas épocas mais notáveis, com inúmeras e geniais criações e desempenhos. Filho e discípulo de um Mestre, foi companheiro de grandes da sua época como: EMÍLIA DAS NEVES, MANUELA REY, TASSO, TEODORICO, JOSÉ CARLOS DOS SANTOS (o SANTOS PITORRA) e outros. Em todos os seus actos soube impor-se pelo carácter e merecimento, tanto ao público como e no meio teatral. Foi professor de Declamação no CONSERVATÓRIO NACIONAL, onde patenteou a sua vasta cultura e os seus profundos conhecimentos de TEATRO, tanto antigo como moderno. Distinguido como actor de primeira classe e condecorado com a comenda da ORDEM DE SANTIAGO DA ESPADA, passou a ser conhecido como MESTRE JOÃO. Pelos seus relevantes serviços prestados ao TEATRO PORTUGUÊS, foi-lhe ainda concedida uma reforma.
JOÃO ROSA é surpreendido por uma terrível doença, que começou a enfraquecê-lo e a deixar marcas como lapsos de memória, problemas de dicção e envelhecimento precoce, foi forçado a afastar-se do palco e consequentemente do seu público que guardou a sua imagem com tal saudade que, num espectáculo realizado em seu beneficio (promovido pela Associação da Classe dos Artistas Dramáticos em 1909), ao vê-lo, repleto de admiração, o público estremeceu e num movimento unânime ergueu-se e fez-lhe a mais carinhosa aclamação. Esta foi a a última recordação que o público pode guardar deste esplêndido ser humano, pois no ano seguinte partia para sempre.
Dizia "O SÉCULO" Nº 10148 de 16.03.1910, página 1 - A morte do Actor JOÃO ROSA, sem dúvida um soa nossos artistas dramáticos mais queridos e admirados do público e que deixa gravado na história do teatro português dos últimos 50 anos, um nome deveras glorioso aureolado pelos mais brilhantes triunfos.
Assistido por EGAS MONIZ na CASA DE SAÚDE PORTUGAL-BRASIL, mas já deveras debilitado, o actor não resistiu a uma hemorragia cerebral, vindo a falecer na madrugada de 16 de Março, tinha 67 anos de idade.
No seu "CURRICULUM", deixamos aqui um apontamento de algumas peças onde se notabilizou: RICARDO III de Shakespeare, O ALFAGEME DE SANTARÉM de ALMEIDA GARRETT, FEDORA de VICTORIEN SARDOU, O CARDEAL RICHELIEU, LEONOR TELES, O GRANDE INDUSTRIAL, FOGUEIRAS DE SÃO JOÃO e A CEIA DOS CARDEAIS de JÚLIO DANTAS ( 1 ) entre muitas outras...
( 1 ) - A CEIA DOS CARDEAIS , apresentada em 28 de Março de 1902 pela primeira vez no TEATRO D. AMÉLIA (actual S. LUÍS).
(CONTINUAÇÃO)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[ III ] - RUA ACTRIZ VIRGÍNIA»