Alameda Dom Afonso Henriques (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais 1910-1988 - Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian) (A "FONTE MONUMENTAL" na "Alameda Dom Afonso Henriques)
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Alameda Dom Afonso Henriques - (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais- Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian) (Lateral direito da "FONTE MONUMENTAL" com um painel em baixo-relevo vertical de "JORGE BARRADAS" em alegoria ao trabalho)
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Alameda Dom Afonso Henriques - (1942) Foto de Eduardo Portugal (Construção da "Fonte Monumental" na "Alameda"
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Alameda D. Afonso Henriques - ( 1939-06) Foto de Eduardo Portugal (Terreno onde foi construída a "FONTE MONUMENTAL" da ALAMEDA)
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Alameda Dom Afonso Henriques - (1939-06) Foto de Eduardo Portugal (Local onde foi construída a "FONTE MONUMENTAL" da Alameda, em terrenos que pertenciam à "Quinta do
Alperche") (
abre em tamanho grande)
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Alameda Dom Afonso Henriques - (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais - Biblioteca de Arte F.C.G.) (Lateral esquerdo da "FONTE MONUMENTAL) com um painel central de baixo-relevo vertical, de "JORGE BARRADAS" em alegoria ao trabalho)
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(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ]
«A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES (1)»
Nos primeiros tempos chamaram-lhe oficialmente «FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES», hoje é conhecida pela "FONTE LUMINOSA DA ALAMEDA".
Desde sempre, o ser humano se extasiou perante os naturais efeitos causados pela água a cair: uma nascente, por mais singela, torna-se objecto de romagem e ponto de encontro, em funções que vão muito para além da utilidade essencial. Poços, fontes, chafarizes, têm sempre formado lugares de referência e de atracção. Agora, quando as modernas tecnologias permitem associar facilmente os jorros de água às possibilidades cromáticas da luz, obviamente a beleza ganha novos contornos, apetecidos por muitos.
LISBOA não escapou, evidentemente, ao sortilégio das «FONTES LUMINOSAS». E algumas tentativas têm sido feitas para dotar a cidade deste atractivo. Alguns revelaram-se efémeras; outras têm remado contra o tempo.
Nesta questão de "Fontes Luminosas", a moda veio, como os alvores da alta costura, de PARIS.
Na verdade, parece ter sido na grande exposição que lançou a "ART DECO" e se realizou na capital francesa em 1925, onde surgiram os jogos de água iluminados, electricamente. Focou célebre, por exemplo, a "FONTE DE LALIQUE", nome de um arquitecto que juntou ao cristal as inúmeras possibilidades dos feixes de água de cores multivariadas.
Claro que LISBOA invejou logo a maravilha. Mas, se a água não lhe faltava muito, carecia da energia eléctrica suficiente para se dar ao luxo de a utilizar em enfeites.
Segundo nos informa um bem elaborado estudo do "Dr. RUI AFONSO SANTOS", foi o aparecimento de uma empresa arrojada que permitiu arrancar com esta nova forma de criar formosura. A "ELECTRO-RECLAMO" tomou a seu cargo a divulgação em LISBOA da electricidade decorativa. Muitos lisboetas certamente se lembrarão ainda, por exemplo, dos reclamos luminosos do "ROSSIO" e "RESTAURADORES" (o relógio da Omega, que marcava mesmo as horas certas, o Brandy que vinha de carruagem puxado por cavalos que se moviam, a Torrente de água das Lombadas...) toda, esta publicidade era obra da tal firma, a mesma que instalou no "PARQUE EDUARDO VII" a primeira "FONTE LUMINOSA" da cidade e do país; tal aconteceu em 1933, quando a vereação decidiu colocar naquela zona, à beira do lago, um "LUNA-PARQUE".
Não foram muito longos nem o "LUNA-PARQUE" nem a respectiva "FONTE LUMINOSA".
Mas a semente tinha ficado lançada. Ainda nos anos 30 do século passado, teve lugar no PORTO uma célebre "EXPOSIÇÃO COLONIAL" e foi neste certame que as fontes iluminadas se apresentavam em grande esplendor.
LISBOA, organizou logo a seguir a na mesma década, uma "EXPOSIÇÃO HISTÓRICA", com sede no pavilhão que viria a ser dos DESPORTOS e depois de CARLOS LOPES.
Nova "FONTE LUMINOSA" reapareceu no lago, elaborada pelo Arquitecto "CARLOS SANTOS", um perito no género, com provas dadas no PORTO. Mas o "PARQUE" não se ficou por aí, ganhando ainda mais jactos de água luminosos, situados estes na esplanada que se abre em frente ao Pavilhão e ladeando um globo terrestre onde se assinalava o então "IMPÉRIO COLONIAL".
Em breve, chegava a "EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS", realizada em 1940, celebrando os "CENTENÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA" e a "RESTAURAÇÃO". BELÉM foi o palco escolhido. E aí surgiu, inevitavelmente, uma nova "FONTE LUMINOSA", esta construída com mais ambições. Terá, aliás, nascido sob melhores signos, dado que ainda se mantém, embora, segundo dizem os admiradores mais antigos, sem a majestade dos primeiros tempos.
Chegou a fazer 63 composições diferentes, num programa que tinha a duração de 45 minutos. De qualquer forma, é sempre bonito ver aquilo que dela resta e admirar, quando se passa na marginal ou no comboio (da linha do Estoril) aqueles jactos coloridos em jogos caprichosos.
Foi exactamente por altura das festas dos CENTENÁRIOS que se começou a falar da construção de uma "FONTE MONUMENTAL NA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES".
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VIII ]-A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES (2)».