Rua Augusta - (2011) - (Instalações do "BANCO ESPÍRITO SANTO" na "RUA AUGUSTA" esquina com a "RUA DO COMÉRCIO" no mesmo local onde se tinha iniciado a antiga "CASA BANCÁRIA") in GOOGLE EARTH
Rua Augusta - (2007) Foto de José Manuel Martins (A "RUA AUGUSTA" na sua parte sul, podendo observar-se no lado direito as instalações do "BANCO ESPÍRITO SANTO") in PANORAMIO
Rua Augusta - (Depois de 1920) (Galeria linha 21) (Colecção do BES-MUSEU) (O "BANCO ESPÍRITO SANTO" na "RUA AUGUSTA" esquina para a "RUA DO COMÉRCIO" nos anos 20 do século passado) in FLICKR
Rua Augusta - (Finais do século XIX) Fotografia de autor não identificado (Foto de "JOSÉ MARIA DO ESPÍRITO SANTO E SILVA" o iniciador do "BANCO ESPÍRITO SANTO" na "RUA AUGUSTA") in GENEALL
(CONTINUAÇÃO) - RUA AUGUSTA [ XVI ]
«O BANCO ESPÍRITO SANTO ( 1 )»
Podemos dizer que o fundador do «BANCO ESPÍRITO SANTO» foi «JOSÉ MARIA DO ESPÍRITO SANTO e SILVA». Com 19 anos de idade era proprietário de uma «CASA DE CÂMBIOS» onde exercia a sua actividade, na compra e venda de lotarias, juntamente com a transacção de títulos de crédito nacionais e estrangeiros, na sua modesta casa, que se situava na «CALÇADA DO COMBRO», frente ao «QUARTEL DA GUARDA MUNICIPAL».
É nesta época que as primeiras referências ao comércio de lotarias é assinalada, sobretudo entre (1869 e 1880), na revenda de lotaria espanhola, da qual foi em Portugal um dos principais redistribuidores. O seu mercado alarga-se também para o BRASIL o qual tinha então grande sucesso.
No ano de 1880 com a transferência do estabelecimento para a «RUA NOVA D'EL-REI»(hoje "RUA DO COMÉRCIO"), em plena «BAIXA POMBALINA», deixa de ser prioritária a redistribuição de lotaria espanhola em Portugal e no Brasil, dedicando-se mais ao negócio de fundos públicos e operações bancárias na praça de LISBOA.
A partir de 1884 deu sociedade deste negócio a alguns amigos e empregados, dedicando-se também ao sector imobiliário, este último quase sempre a nível individual, onde obteve resultados financeiros muito positivos.
Em 9 de Novembro de 1880, segunda-feira «JOSÉ MARIA DO ESPÍRITO SANTO E SILVA» abre uma nova «CASA DE CÂMBIOS» sediada na área onde normalmente se localizavam quase todos os estabelecimentos bancários, local estratégico de LISBOA de finais do século XIX, com duas portas abertas para a «RUA AUGUSTA» números 11 e 15 e outras para a «RUA NOVA D'EL-REI», (também conhecida por "RUA DOS CAPELISTAS", actual "RUA DO COMÉRCIO").
A loja terá sido arrendada pelo período de um ano por 250$000 mil réis e a autorização da "CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA" (à qual foram liquidados 3:120$000 pela licença) era válida por períodos, renováveis de seis meses.
Nos anos seguintes, a "CASA DE CÂMBIOS" de «ESPÍRITO SANTO E SILVA», onde trabalhavam, além do proprietário, mais dois empregados, «LUÍS BREGANTE» e «JOSÉ NORBERTO DA SILVA PORTO» (que recebiam semanalmente 4$500 réis), não opera apenas sobre "papeis de crédito".
Expande e solidifica a sua situação, desenvolvendo, entre outras actividades, a concessão de créditos.
Sabe-se que os lucros do ano de 1880, calculados até à véspera da abertura da casa na BAIXA lisboeta, estiveram perto dos 10 contos de réis. Com base nos livros selados, constatámos que o movimento anual em 1881 foi quase 2000 contos de réis, tendo o lucro desse exercício totalizado 59:475$800 réis.
O percurso do negociante «JOSÉ MARIA DO ESPÍRITO SANTO E SILVA» é mais de realçar, uma vez que não fazia parte da elite económica lisboeta, nem lhe eram conhecidas relações de amizade pessoal importantes, quer baseadas em laços familiares, quer estabelecidas com a oligarquia política e económica, detentora do poder, quer com Companhias industriais ou outras que pudessem facilitar o seu percurso.
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