sábado, 30 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ]

 Alameda Dom Afonso Henriques (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais 1910-1988 - Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian) (A "FONTE MONUMENTAL" na "Alameda Dom Afonso Henriques) in  FLICKR
 Alameda Dom Afonso Henriques - (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais- Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian) (Lateral direito da "FONTE MONUMENTAL" com um painel em baixo-relevo vertical de "JORGE BARRADAS" em alegoria ao trabalho) in FLICKR
Alameda Dom Afonso Henriques - (1942) Foto de Eduardo Portugal (Construção da "Fonte Monumental" na "Alameda"  in  AFML
Alameda D. Afonso Henriques - ( 1939-06) Foto de Eduardo Portugal (Terreno onde foi construída a "FONTE MONUMENTAL" da ALAMEDA) in  AFML
Alameda Dom Afonso Henriques - (1939-06) Foto de Eduardo Portugal (Local onde foi construída a "FONTE MONUMENTAL" da Alameda, em terrenos que pertenciam à "Quinta do Alperche") (abre em tamanho grande)  in  AFML 

Alameda Dom Afonso Henriques - (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais - Biblioteca de Arte F.C.G.) (Lateral esquerdo da "FONTE MONUMENTAL) com um painel central de baixo-relevo vertical, de "JORGE BARRADAS" em alegoria ao trabalho) in FLICKR

(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ]

«A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES (1)»

Nos primeiros tempos chamaram-lhe oficialmente «FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES», hoje é conhecida pela "FONTE LUMINOSA DA ALAMEDA".
Desde sempre, o ser humano se extasiou perante os naturais efeitos causados pela água a cair: uma nascente, por mais singela, torna-se objecto de romagem e ponto de encontro, em funções que vão muito para além da utilidade essencial. Poços, fontes, chafarizes, têm sempre formado lugares de referência e de atracção. Agora, quando as modernas tecnologias permitem associar facilmente os jorros de água às possibilidades cromáticas da luz, obviamente a beleza ganha novos contornos, apetecidos por muitos.
LISBOA não escapou, evidentemente, ao sortilégio das «FONTES LUMINOSAS». E algumas tentativas têm sido feitas para dotar a cidade deste atractivo. Alguns revelaram-se efémeras; outras têm remado contra o tempo.
Nesta questão de "Fontes Luminosas", a moda veio, como os alvores da alta costura, de PARIS. 
Na verdade, parece ter sido na grande exposição que lançou a "ART DECO" e se realizou na capital francesa em 1925, onde surgiram os jogos de água iluminados, electricamente. Focou célebre, por exemplo, a "FONTE DE LALIQUE", nome de um arquitecto que juntou ao cristal as inúmeras possibilidades dos feixes de água de cores multivariadas. 
Claro que LISBOA invejou logo a maravilha. Mas, se a água não lhe faltava muito, carecia da energia eléctrica suficiente para se dar ao luxo de a utilizar em enfeites. 

Segundo nos informa um bem elaborado estudo do "Dr. RUI AFONSO SANTOS", foi o aparecimento de uma empresa arrojada que permitiu arrancar com esta nova forma de criar formosura. A "ELECTRO-RECLAMO" tomou a seu cargo a divulgação em LISBOA da electricidade decorativa. Muitos lisboetas certamente se lembrarão ainda, por exemplo, dos reclamos luminosos do "ROSSIO" e "RESTAURADORES" (o relógio da Omega, que marcava mesmo as horas certas, o Brandy que vinha de carruagem puxado por cavalos que se moviam, a Torrente de água das Lombadas...) toda, esta publicidade era obra da tal firma, a mesma que instalou no "PARQUE EDUARDO VII" a primeira "FONTE LUMINOSA" da cidade e do país; tal aconteceu em 1933, quando a vereação decidiu colocar naquela zona, à beira do lago, um "LUNA-PARQUE". 
Não foram muito longos nem o "LUNA-PARQUE" nem a respectiva "FONTE LUMINOSA".
Mas a semente tinha ficado lançada. Ainda nos anos 30 do século passado, teve lugar no PORTO uma célebre "EXPOSIÇÃO COLONIAL" e foi neste certame que as fontes iluminadas se apresentavam em grande esplendor.
LISBOA, organizou logo a seguir a na mesma década, uma "EXPOSIÇÃO HISTÓRICA", com sede no pavilhão que viria a ser dos DESPORTOS e depois de CARLOS LOPES.
Nova "FONTE LUMINOSA" reapareceu no lago, elaborada pelo Arquitecto "CARLOS SANTOS", um perito no género, com provas dadas no PORTO. Mas o "PARQUE" não se ficou por aí, ganhando ainda mais jactos de água luminosos, situados estes na esplanada que se abre em frente ao Pavilhão e ladeando um globo terrestre onde se assinalava o então "IMPÉRIO COLONIAL".
Em breve, chegava a "EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS", realizada em 1940, celebrando os  "CENTENÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA" e a "RESTAURAÇÃO". BELÉM foi o palco escolhido. E aí surgiu, inevitavelmente, uma nova "FONTE LUMINOSA", esta construída com mais ambições. Terá, aliás, nascido sob melhores signos, dado que ainda se mantém, embora, segundo dizem os admiradores mais antigos, sem a majestade dos primeiros tempos.
Chegou a fazer 63 composições diferentes, num programa que tinha a duração de 45 minutos. De qualquer forma, é sempre bonito ver aquilo que dela resta e admirar, quando se passa na marginal ou no comboio (da linha do Estoril) aqueles jactos coloridos em jogos caprichosos.
Foi exactamente por altura das festas dos CENTENÁRIOS que se começou a falar da construção de uma "FONTE MONUMENTAL NA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VIII ]-A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES (2)».

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VI ]

 Alameda Dom Afonso Henriques - (ant. 1952) Foto de Judah Benoliel (Local onde foi construído o "CINEMA IMPÉRIO", entre a "Avenida Almirante Reis", "Alameda Dom Afonso Henriques" e "Rua Quirino da Fonseca") (Abre em tamanho grande)  in  AFML 
 Alameda Dom Afonso Henriques (Depois de Maio de 1952) (O "CINEMA IMPÉRIO" na década da sua inauguração) in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Alameda Dom Afonso Henriques - (depois de 1952) (O "CINEMA IMPÉRIO" na "Alameda Dom Afonso Henriques" com a representação do filme "História de um Detective") in  COM O ZÉ 3
 Alameda Dom Afonso Henriques - (C. 1954) Foto de António Passaporte (O "Cinema Império" na "Alameda Dom Afonso Henriques", postal Ilustrado-351) (Abre em tamanho grande) in  AFML 
 Alameda Dom Afonso Henriques - (1959) Foto de Arnaldo Madureira ("Cinema Império", projectado e construído entre 1948-1952, contou com a concepção dos Arquitectos "Cassiano Branco", "António Varela", "Raul Chorão" e "Frederico Jeorge". Foi desactivado como cinema no final dos anos 80 do séc. XX) in  AFML
Alameda Dom Afonso Henriques - (2011) Foto de João Carvalho (Antigo "CINEMA IMPÉRIO" propriedade da "IURD", com a legenda no cimo da fachada principal virada para a "Alameda" "JESUS CRISTO É O SENHOR") (Abre em tamanho grande) in WIKIPÉDIA


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VI ]

«O CINEMA IMPÉRIO ( 2 )»

Após a sua inauguração em 24 de Maio de 1952 e colocada a tónica no facto de ser um cinema moderno e luxuoso, sobre a sua construção e condições de realização, nada se adiantava; mas eram referidos os cuidados postos na decoração, chamando a atenção para o efeito que provocava logo à entrada o painel de azulejos de "JOÃO FRAGOSO" e para a expressão que alcançavam o mural de "LUÍS DOURDIL" e das pinturas do próprio "FREDERICO GEORGE", presentes nos "foyers" do primeiro e segundo balcão.
A edificação do "CINEMA IMPÉRIO" parecia ter-se desenvolvido, por assim dizer, sem sobressalto. Mal se notavam as inúmeras alterações a que o projecto inicial tinha sido submetido e das sensibilidades que nele tinham intervindo e actuado. Na verdade, o edifício absorvera-as, fazendo com que se incorporassem no desenho de "CASSIANO BRANCO". Embora o cunho de "FREDERICO GEORGE" lhe tivesse imprimido outros encantos, tinha-se conseguido com a colaboração de um grupo de famosos artistas portugueses, "uma casa de espectáculos modelar" ( 1 ).
Na parte virada para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" no "CAFÉ IMPÉRIO" a intervenção de "RAUL CHORÃO RAMALHO", apresenta uma expressão idêntica, embora mais discreta. Não obstante a solução encontrada vai favorecer a formulação original, ainda que "CHORÃO RAMALHO" a tenha renovado e enriquecido com a ajuda do seu mobiliário moderno e da enorme pintura mural de "LUÍS DOURDIL" que se estendia nos seus 48 metros quadrados, coadjuvantes com as esculturas de "MARTINS CORREIAS"
Desnecessário se torna salientar que o "CINEMA IMPÉRIO" (com todo o seu edifício) veio valorizar a "ALAMEDA" colocando-lhe uma nota de sofisticação naquele local.
O "CINEMA IMPÉRIO" é inaugurado com o filme «O PREÇO DA JUVENTUDE»( 2 ), uma realização de "RENÉ CLAIR" de 1950, cuja história tinha a capacidade de poder converter as ambições da sua personagem nas aspirações da zona. Na verdade, tal como a personagem do filme, também este local desejara para uma nova vida, um novo vigor que o libertasse da memória rural das "QUINTAS DE ARROIOS", marcando posição na onda de modernizações a que se assistia.
Com a entrada em funcionamento regular da RTP os cinemas ressentem-se. Assim, entre 1961 e 1965 o "IMPÉRIO" passou a ceder temporariamente as suas instalações à "COMPANHIA DE TEATRO MODERNO DE LISBOA" uma iniciativa de "CARMEM DOLORES", "ARMANDO CORTEZ", "FERNANDO GUSMÃO" e "ROGÉRIO PAULO". Funcionava em sessão à tarde, pelas 18,30 horas, de Segunda a Sexta existindo ainda uma sessão aos Domingos de manhã.
O "CINEMA IMPÉRIO" possuía PLATEIA, 1º e 2º BALCÃO totalizando 1672 lugares, embora o projecto inicial contemplava 2326 espectadores o que fazia dele o maior cinema do país.
Em 24 de Outubro de 1964 surge uma sala "SATÉLITE" que viria a ocupar o espaço que anteriormente tinha sido planeado para Restaurante um projecto que nunca chegou a ser realizado. Afortunadamente este novo espaço teve enorme sucesso, tendo o seu investimento sido recuperado no período de dois anos.
No início dos anos 80 e com o aparecimento de salas de cinema a multiplicar-se em "CENTROS COMERCIAIS", o "CINEMA IMPÉRIO" acabaria por encerrar a sua exploração como exibidora de cinema em 31 de Dezembro de 1983, embora esporadicamente até aos anos até aos anos 90, fosse escolhida esta sala para ante-estreias ou exibições relacionadas com festivais de cinema.
Em 1992 foi adquirido pelo movimento religioso "IURD" que aí instalou a sua sede e local de culto em LISBOA, que assim se mantém até aos dias de hoje.

( 1 ) - "CINEMA IMPÉRIO", in "Diário de Notícias", 24 de Maio de 1952.

( 2 ) - Tradução encontrada na altura para "LE BEAUTÉ DU DIABLE", título original do filme.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ] A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES ( 1 )»

sábado, 23 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ V ]

Alameda D. Afonso Henriques - (2010) Foto de autor não identificado (Fachada do "Cinema Império" na "Alameda D. Afonso Henriques", adquirido em 1992 pelo movimento religioso "IURD") in CINEMA AOS COPOS
Alameda D. Afonso Henriques - (ant. 1952) Foto de António Passaporte (O terreno onde seria edificado o "CINEMA IMPÉRIO" assinalado com um "X", na esquina da "Avenida Almirante Reis" com  a "Alameda D. Afonso Henriques") (Abre em tamanho grande) in AFML
Alameda D. Afonso Henriques - (ant. 1952) Foto de autor não identificado (À esquerda da foto, depois da "Av. Almirante Reis", o terreno que foi ocupado pelo edifício do "CINEMA IMPÉRIO") in RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (1952) (Anúncio publicado na Imprensa diária, anunciando a inauguração da sala do "CINEMA IMPÉRIO", em traje de cerimónia. O produto financeiro da representação revertia a favor da Assistência Social da Junta de Freguesia de Arroios e do Inst. Superior Missionário do Ultramar. O título do filme em português "O PREÇO DA JUVENTUDE", em francês "LA BEAUTÉ DU DIABLE" in  RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (entre 1990 e 1991) Foto de Waldmann  Michel (O "Cinema Império" na "Alameda D. Afonso Henriques", projecto de "Cassiano Branco" , nos últimos tempos do cinema) (Abre em tamanho grande)  in  AFML 


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ V ]

« O CINEMA IMPÉRIO ( 1 )»

A construção do «CINEMA IMPÉRIO» reflecte o desenvolvimento da cidade de Lisboa em direcção a "ALVALADE" e ao embelezamento da "ALAMEDA".
O projecto do "CINEMA IMPÉRIO" destinava-se ao aproveitamento de um lote de terreno, que dava para três RUAS. Para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS", "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" e "RUA QUIRINO DA FONSECA"(antiga ESTRADA DE SACAVÉM).
"CASSIANO BRANCO" é o autor do projecto do "CINEMA IMPÉRIO" apresentado em 1945. O novo cinema é definido através de uma estrutura de desenvolvimento simétrico, cujos corpos se articulam no ângulo de confluência da ALAMEDA com a AVENIDA ALMIRANTE REIS, o qual por sua vez, era acentuado por uma enorme caixa luminosa em ferro e vidro, onde se deveriam colocar as letras que compunham a palavra «IMPÉRIO».
Interiormente, a sala de forma rectangular, inscrevia-se no terreno, ocupado-o quase na sua totalidade.
O seu traçado deixava bem delimitadas as diversas categorias de lugares no desenho de uma plateia com capacidade para 908 espectadores e de dois balcões, com uma lotação total de 1418 lugares, conjugados com um sistema de fácil circulação que permitia a possibilidade de movimento entre os bufetes e o grande salão de festas, situado entre o primeiro e o segundo balcão.
A confiança da Empresa no projecto era tão grande que, em Abril de 1945, publica um anúncio nos jornais com a reprodução do desenho da fachada do edifício, no qual dava conta das palavras elogiosas que o "MINISTRO DA EDUCAÇÃO" da altura, teria proferido sobre o trabalho do Arquitecto "CASSIANO BRANCO", ao mesmo tempo publicava que o cinema se inaugurava em Novembro do ano seguinte. ( 1 ).
A "Inspecção dos Espectáculos" levantou objecções ao projecto, estando em  causa a argumentação da localização das entradas e um recinto na sub-cave que se situava no percurso da "Avenida Almirante Reis". Solução que, aparentemente, desvalorizava as ambições que se tinham em relação à ALAMEDA, e o resultado foi que se exigiam tantas alterações que o projecto parou.
Em 1947 foi apresentado um segundo projecto, estando nesta nova versão de CASSIANO BRANCO que acentuava o corpo do edifício voltada para a ALAMEDA.
Virado para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" abrira um grande café de dois pisos. Mesmo assim existiram exigências por parte da "Inspecção de Espectáculos" o que levaram "CASSIANO" a abandonar o projecto, tendo a Empresa chamado o Arquitecto "ANTÓNIO VARELA", que se encarrega das alterações.
Mas novos requisitos foram apresentados pela "Inspecção de Espectáculos" que o Arquitecto António Varela, acabou, também, por se desinteressar do projecto, tendo a obra sido posteriormente confiada a "FREDERICO GEORGE" e a "RAUL CHORÃO RAMALHO".
Ainda no tempo do Arquitecto "ANTÓNIO VARELA" duas grandes modificações foram realizadas: O pano central da parede da fachada (virada para a ALAMEDA) por um enorme envidraçado, que melhorava as condições de utilização dos "foyers" dos balcões, iluminado-os com luz natural, permitindo que deles fosse possível ter uma perspectiva da ALAMEDA; e a modificação do traçado da escada de acesso à entrada principal (alteração sugerida pela "Insp. Esp."), uma vez que no projecto de "CASSIANO BRANCO" era bastante inclinada, não dando grandeza nem ao edifício, nem à "ALAMEDA".

( 1 ) - "EMPRESA CINEMATOGRÁFICA IMPÉRIO, LDA.", in "DIÁRIO DE LISBOA", 17 de Abril de 1945.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VI ] O CINEMA IMPÉRIO ( 2 )»

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ IV ]

 Alameda D. Afonso Henriques - (2000) Foto de Manuel V. Botelho (O "Instituto Nacional de Estatística-INE" visto da "Avenida António José de Almeida", uma obra do Arquitecto "Pardal Monteiro" in  WIKIPÉDIA
 Alameda D. Afonso Henriques - (2011) - Foto de João Carvalho (O "INE" inaugurado no ano de 1935 junto à "Alameda D. Afonso Henriques"" com a sua frente virada para a "Av. Antº. José de Almeida" in  WIKIPÉDIA
 Alameda D. Afonso Henriques - (2010) - Foto de autor não identificado  (O "INE" com frente para a "Av. Antº. José de Almeida" na comemoração dos seus 75 anos de existência) in  WIKIPÉDIA
 Alameda D. Afonso Henriques - (1966) Foto de Armando Serôdio (Vista aérea do "Instituto Nacional de Estatística-INE" ao lado do "IST") in AFML 
 Alameda D. Afonso Henriques - (Post. 1935) Foto de Ferreira da Cunha ( O "INE", edifício de 1935 do Arquitecto "Pardal Monteiro" virado para a "Av. Antº. José de Almeida") (Abre em tamanho grande) in  AFML 
 Alameda D. Afonso Henriques - (Post. a 1935) Foto de autor não identificado (O "INE" no seu lado direito o "IST". Na parte de trás do "INE" o vale que mais tarde viria a preencher a "Alameda" ) in RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (Post. a 1935) - Foto de autor não identificado (Vista aérea abrangendo os dois Institutos, no lado direito da foto (para Nascente) o "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA-INE") in  RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ IV ]

«O INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA - INE»

Na "AVENIDA MANUEL DA MAIA" (antigo caminho para o Arco do Cego e Campo Pequeno), na parte poente da «ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES», e entre a "AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA" e a "AVENIDA DO MÉXICO", foi construído um edifício para o "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA" pelo ESTADO NOVO no ano de 1935.
O primeiro organismo oficial português de Estatística, com carácter centralizador - a "SECÇÃO DE ESTATÍSTICA E TIPOGRAFIA" - surgiu no ano de 1841, embora já se realizassem em Portugal, desde há muito, operações de natureza estatística, como por exemplo as estatísticas do "COMÉRCIO EXTERNO" nos séculos XVIII e XIX.
Com o crescente interesse pela estatística, foram-se sucedendo outros organismos. No entanto, não se verificou uma perfeita constância de alguns dos princípios básicos que presidiram à evolução das instituições estatísticas, nomeadamente o da unificação.
Em 1929, ao serem introduzidas profundas alterações no foro estatístico, pretende-se sair do estado de dispersão, adoptando-se decididamente os princípios da centralização, da autonomia técnica e da autoridade estatística.
No período de 1929 e 1935, publicou-se uma série de medidas legislativas que culminaram com a criação do "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA", pela Lei nº 1911, de 23 de Maio de 1935, tendo-lhe sido atribuídas as "funções de notação, elaboração, publicação e comparação dos elementos estatistícos referentes a aspectos da vida portuguesa que interessavam à Nação, ao ESTADO ou à CIÊNCIA". Deste nodo foram reestruturados os SERVIÇOS OFICIAIS DE ESTATÍSTICA, visando dotá-los dos meios necessários a uma acção mais eficiente, definindo-se pela primeira vez, de forma sistemática, os princípios básicos orientadores do SISTEMA ESTATÍSTICO NACIONAL, dos quais salientamos a CENTRALIZAÇÃO DE SERVIÇOS, não por ser o mais importante, mas porque é o que mais justifica a criação do edifício-sede.
O edifício Sede do "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA", cujas obras de construção foram iniciadas em 1932, segundo projecto do Arquitecto "PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO", foi inaugurado em 1935, tendo uma área útil de dois mil e setecentos metros quadrados.
Destaca-se, como património artístico, o seu salão nobre (onde se encontra as mais antigas publicações que fazem parte do fundo bibliográfico do "INE"), decorado com um friso de dez frescos, da autoria do pintor "HENRIQUE FRANCO", representando as quatro estações do ano e algumas actividades económicas portuguesas: AGRICULTURA; PESCA; TÊXTIL e CERÂMICA. Na escadaria principal encontra-se um vitral, executado em 1933 nas antigas oficinas "RICARDO LEONE", sob cartão do pintor "ABEL MANTA", tendo a sua parte central sido adoptada para o ex-líbris da biblioteca do "INE". Encontra-se ainda na parte superior da fachada do edifício, duas composições de baixo-relevo da autoria do escultor "LEOPOLDO DE ALMEIDA",um alusivo à AGRICULTURA e à DEMOGRAFIA a outra ao COMÉRCIO  e à INDUSTRIA. O edifício, construído entre 1932-1935 mantém-se actualmente como sede do "INE". Um organismo governamental responsável, para produzir e divulgar informação estatística oficial de qualidade.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ V ] O CINEMA IMPÉRIO ( 1 )»

sábado, 16 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ III ]

 Alameda D. Afonso Henriques - (2011) Foto de autor não identificado (O conjunto arquitectónico do "Instituto Superior Técnico")  in  RÁDIO HERTZ 98 FM TOMAR
Alameda D. Afonso Henriques - (2012) Foto de autor não identificado (A "Alameda D. Afonso Henriques" com a sua Fonte Monumental, ao fundo as Torres "gémeas" do "IST")  in GUIA DA CIDADE
Alameda D. Afonso Henriques - (2012) Foto de Eduardo Martinho (O "Instituto Superior Técnico" com suas Torres , "olhando" lá do alto a ALAMEDA)  in  TEMPO DE RECORDAR
Alameda D. Afonso Henriques - (2005) -Soska- (A Torre Norte do "Instituto Superior Técnico") in WIKIPÉDIA
Alameda D. Afonso Henriques - (c. 1934) Foto de Pinheiro Correia (Fotografia aérea do "Instituto Superior Técnico" ainda em construção) in RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (c. 1934) Foto de Pinheiro Correia (Fotografia aérea do "Instituto Superior Técnico" durante a sua construção)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (c. 1934) Foto de Pinheiro Correia (Fotografia aérea durante a construção do "Instituto Superior Técnico" ao cimo da futura "Alameda")  in  RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (Post. 1935) (O conjunto arquitectónico do "IST", foi concebido como uma "Acrópole" sobre o vale da "Avenida Almirante Reis" e num dos extremos da "Alameda D. Afonso Henriques", tendo sido inaugurado no ano de 1935)  in  AFML
Alameda D. Afonso Henriques - (194_) Foto de Amadeu Ferrari ( O "IST", um conjunto de sete edifícios é exemplo importante do "Modernismo Português" e representa uma segunda fase na obra do Arquitecto "PARDAL MONTEIRO", onde a simplificação das formas e quase ausência de ornamentação são características fundamentais) (Abre em tamanho grande) in AFML 

(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ III ]

«O INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO - IST»

As instalações do «INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO-IST» - sendo uma das grandes instituições integradas actualmente, na "UTL-Universidade Técnica de Lisboa" - foram projectadas pelo arquitecto "PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO" em 1929 embora só inaugurada no ano de 1936.
Os edifícios projectados eram correspondentes à organização dos cursos de engenharia naquele tempo: um curso geral e cinco cursos especiais: CIVIL; MÁQUINAS; ELECTRICIDADE; QUÍMICA e MINAS.
Segundo as informações prestadas pelo arquitecto autor dos projectos, em artigo publicado no mês de Maio de 1938, na revista oficial do SINDICATO NACIONAL DOS ARQUITECTOS, dirigida então pelo Arquitecto "COTTINELLI TELMO", "PARDAL MONTEIRO" afirma que: "chegou a pensar a hipótese de destinar um pavilhão para cada curso", mas razões económicas levaram a optar por agrupar no Pavilhão principal não só todos os serviços da direcção e administração, como os cursos geral e de engenharia civil (...) e nos quatro pavilhões do corpo médio (...) os outros quatro cursos de especialidade". Esta preocupação de conjugar a arquitectura com os orçamentos disponíveis, perante uma obra ao tempo de grandeza invulgar no nosso país, é salientada por "PARDAL MONTEIRO", assim como a solução do "partido arquitectónico" que "com todas as características denominadas de  clássicas". Teria de se ajustar a um terreno de acentuado declive e a uma envolvente, "onde quase não existe um trecho recto". Por outro lado, este "partido arquitectónico", recebeu influência directa das previsões do Plano de transformação para aquela área urbana, que previa a execução da actual "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES", rematada por uma "FONTE LUMINOSA", com projecto do Arquitecto "CARLOS REBELO DE ANDRADE", datável de 1939-1948.
Com base nas novas instalações, o "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO", (Ver mais neste blogue amigo RESTOS DE COLECÇÃO) a partir do ano escolar de 1936-1937, abandonou definitivamente as velhas e insuficientes construções onde funcionara a "ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIA PORTUGUESA", na "RUA DA BOAVISTA".
O novo "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO" foi uma das iniciativas do jovem Ministro "DUARTE PACHECO" e seu Director, que soube escolher o arquitecto adequado a uma obra de grande vulto, mas igualmente um trabalhador incansável, duro e simultâneamente humano, moderno e artista de grande sensibilidade.
No ano de 1981 era publicado no jornal "Expresso" sobre o projecto e as primeiras polémicas referente às «TORRES» laterais que viriam surgir no "IST".
Passados treze anos, em 02.07.1994 o articulista diz-nos: "(...)resta o problema fulcral de todas as questões arquitecturais: são as "TORRES" (...)interessantes esteticamente, formalmente conseguidas".
Passada que está mais uma década sobre a construção da primeira «TORRE» e alguns anos da segunda, está à vista de toda a LISBOA o seu enquadramento, conjugado com o outro extremo que por "cima" da "FONTE" também cresceram dois prédios em altura, "espreitando" para a «ALAMEDA» do lado nascente.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ IV ] O INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA-INE»

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ II ]

 Alameda D. Afonso Henriques - (2011) Foto de João Pimentel Ferreira (Panorama da "Alameda D. Afonso Henriques vista do lado Poente) in  VERA VERITAS 
 Alameda D. Afonso Henriques - (2008) Foto de Isabel Silva (Uma panorâmica da "Alameda D. Afonso Henriques", já com as duas torres no "IST", tirada na parte de cima da "Fonte Luminosa") in  MULHER
 Alameda D. Afonso Henriques - (1966) Foto de Armando Serôdio (Panorâmica da "Avenida D. Afonso Henriques" para o lado da "Fonte Luminosa" (Abre em tamanho grande) in AFML
 Alameda D. Afonso Henriques - (195_) Foto de António Passaporte (A "Alameda D. Afonso Henriques" junto da "Avenida Guerra Junqueiro")  in  AFML
Avenida D. Afonso Henriques - (1938) Foto de Eduardo Portugal (Terrenos para a  futura Alameda D. Afonso Henriques) (Abre em tamanho grande)  in   AFML


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ II ]

«A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO ( 2 )»

Ligar a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" até ao "AREEIRO" assegurando a saída para Norte em substituição da antiga "ESTRADA DE SACAVÉM", com cobertura simultânea da orla do "ARCO DO CEGO", numa zona que dependia já então da nova urbanização accionada pela grande obra do "IST", que iniciava em 1929.
Do envolvente, porém, duas obras do Arquitecto "PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO", que em certa medida marcaram o início e talvez o fim da fase de LISBOA "MODERNISTA": o "IST", foi estudado já em 1927 e terminado ao longo dos anos 30, bem como o "INE" iniciado em 1932 e finalizado em 1935.
A "ALAMEDA" tinha sido objecto de um grandioso plano do Arquitecto "JOÃO GUILHERME FARIA DA COSTA" em 1939, (foi o 1º Arquitecto Urbanista) antes de se ter decidido a configuração que lhe conhecemos, através do arranjo do Arquitecto "CRISTINO DA SILVA".
No entanto era o resultado de uma intenção que "DUARTE PACHECO" e o ESTADO NOVO idealizara e que partira da construção do "IST", a "ALAMEDA" situada em terrenos ainda não inteiramente quadriculados pela rede ocidental das "AVENIDAS NOVAS" e em função da qual, tudo ali se definia.
A construção da ALAMEDA veio cortar parte da antiga ESTRADA DE SACAVÉM (tal como se antevia) que ligava o "LARGO DE ARROIOS" em épocas atrás a SACAVÉM tendo hoje o percurso assegurado até à ALAMEDA por duas Ruas; "ALVES TORGO" e a "QUIRINO DA FONSECA". Igualmente a Poente da "ALAMEDA" a "AVENIDA MANUEL DA MAIA" (antiga "ESTRADA DAS AMOREIRAS") ligava o "LARGO DE ARROIOS" a Norte e passa hoje na entrada principal (de escadaria) do "IST" e na parte Poente da "ALAMEDA". 
A "AZINHAGA DO AREEIRO" que vinha da "PENHA DE FRANÇA" e descia a "CALÇADA DOS MOUROS" foi igualmente cortada pela "ALAMEDA" que por deliberação Camarária de 08.08.1924 a designaram "RUA CARVALHO ARAÚJO" (oficial da Marinha Portuguesa), tendo o seu seguimento passado a denominar-se "RUA ABADE FARIA" por Edital Municipal de 7 de Fevereiro de 1957.
A "ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES" criou assim um eixo verde de características monumentais. Numa escala urbanística, surgiu este novo eixo urbano no qual se foram edificando diversos blocos de habitação entre 1936 e 1946.
Ficou também conhecida uma grande parte desta ALAMEDA pelos nomes das RUAS que lhe atribuíram, designadamente entre a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" e a "FONTE LUMINOSA", o chamado "BAIRRO DOS ACTORES" (embora nem todas as ruas sejam atribuídas a actores), mas continua a ser uma zona da cidade de LISBOA com a maior concentração de topónimos originários de ACTORES.
Nasceu sensivelmente no início dos anos trinta do século passado, quando por Editais e Deliberações Camarárias foram sendo atribuídos os nomes de actores, aos arruamentos então abertos. A sua designação não parece oficial, não consta pelo menos dos roteiros, mas será fruto, como tantas vezes acontece, da voz do povo.
A Rua da actriz "ÂNGELA PINTO" circunda o «MERCADO DE ARROIOS» e para ela convergem cinco Ruas: do "ACTOR EDUARDO BRAZÃO"; do "FERREIRA DA SILVA", da actriz "ROSA DAMASCENO", da "LUCINDA SIMÕES" e do actor "JOSÉ RICARDO". A esta liga-se a do actor "ANTÓNIO CARDOSO", e separados pela "RUA CARVALHO ARAÚJO"(Oficial da Marinha), estão a do actor "JOAQUIM DE ALMEIDA" e do "ACTOR VALE". Um pouco mais para Leste, junto da "ESCOLA ANTÓNIO ARROIO" fica a Rua da actriz "EMÍLIA EDUARDA", e a Ocidente do outro lado da "AVENIDA ALMIRANTE REIS" está a do "JOAQUIM COSTA" entre a "RUA A. PEREIRA CARRILHO" e a "TRAVESSA DAS FREIRAS".
Na parte Norte da "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" estão as ruas do "ACTOR ISIDORO", da "LUCINDA DO CARMO", da "ACTRIZ VIRGÍNIA" e do actor "JOÃO ROSA". Ao todo são 15 topónimos de actores considerando as adjacentes.
Atravessa todo o "BAIRRO DOS ACTORES" inclusive a "ALAMEDA" uma rua que em nada se relaciona com actores. Trata-se da "RUA CARLOS MARDEL" que foi Engº e Arquitecto, de nacionalidade Húngara, faleceu em LISBOA em 1763. Foi sim, um grande colaborador de "MANUEL DA MAIA" e de "EUGÉNIO DOS SANTOS" após o terramoto de 1755.

O valor histórico deste jardim é bastante elevado uma vez que se encontra associado às grandes obras públicas que decorreram durante o ESTADO NOVO. A associação deste jardim (Parque) a uma personagem de destaque em Portugal, através da atribuição do topónimo "DOM AFONSO HENRIQUES"(primeiro rei de Portugal) valoriza e enaltece o seu interesse histórico. É, sem dúvida, uma das «ALAMEDAS» mais conhecidas de LISBOA, bastante utilizada como lazer, frequentemente palco de manifestações e comemorações do 1º de MAIO, limitada a Poente pelo "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO" e a nascente pela grandiosa e monumental "FONTE LUMINOSA".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES [ III ]-O INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO-IST»

sábado, 9 de novembro de 2013

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ I ]

 Alameda D. Afonso Henriques - (2013) (Desenho adaptado da "ALAMEDA" e seu enquadramento - Sem escala - APS - LEGENDA - ( 1 )-Alameda D. Afonso Henriques; ( 2 )-Instituto Superior Técnico-IST; ( 3 )-Instituto Nacional de Estatística-INE; ( 4 )-Cinema Império; ( 5 )-Fonte Monumental da Alameda Dom Afonso Henriques. A Rua assinalada com dois traços vermelhos, já foi publicada neste blogue. ARQUIVO/APS
 Alameda D. Afonso Henriques - (195_) Foto de Augusto de Abreu Nunes (Fotografia aérea da "Alameda Dom Afonso Henriques e Areeiro) in AFML
 Alameda D. Afonso Henriques - ( 194_) Foto de Amadeu Ferrari (Panorama sobre a "Alameda D. Afonso Henriques") (Abre em tamanho grande) in  AFML 
Alameda D. Afonso Henriques - (1938) Foto de Eduardo Portugal (Terrenos para a construção da "Alameda". Ao fundo ficaria a "Fonte Luminosa") (Abre em tamanho grande) in  AFML 
Alameda D. Afonso Henriques - (1938) Foto de Eduardo Portugal - ("Alameda D. Afonso Henriques" em construção, ao fundo o "Instituto Superior Técnico-IST") in  AFML 

ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES [ I ]

«A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO ( 1 )»

A «ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES» pertencia a quatro freguesias: "SÃO JOÃO"; "ALTO DO PINA"; "SÃO JORGE DE ARROIOS" e "SÃO JOÃO DE DEUS". Com a Reforma Administrativa de Lisboa passou a pertencer só a três freguesias. "AREEIRO"; "ARROIOS" e "PENHA DE FRANÇA". Assim à freguesia da "PENHA DE FRANÇA" pertencem os números 1 a 9. À freguesia de "ARROIOS" pertence do Nº 11 em diante. À freguesia do "AREEIRO" pertencem os números 2 até final.
Esta "ALAMEDA" fica entre a "AVENIDA MANUEL DA MAIA" e a "FONTE LUMINOSA" (Rua Barão Sabrosa).
É atravessada pela "AVENIDA ALMIRANTE REIS". São convergentes com a "ALAMEDA" de nascente para poente no lado esquerdo a "RUA ACTOR VALE"; "RUA CARVALHO ARAÚJO"(antiga azinhaga do Areeiro); "RUA ROSA DAMASCENO"; "RUA CARLOS MARDEL" e "RUA QUIRINO DA FONSECA"(antiga Estrada de Sacavém). No lado direito igualmente de nascente para poente, "RUA JOÃO DE MENESES"; "RUA ABADE FARIA"; "RUA ACTOR ISIDORO"; "RUA CARLOS MARDEL" e "AVENIDA GUERRA JUNQUEIRO".
Foi atribuído por deliberação Camarária de 23.03.1932 e Edital de 31.03.1931 o topónimo de «ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES». Esta "ALAMEDA" com uma área aproximadamente de 5 hectares, desenvolve entre o edifício principal do "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO-IST" e a "FONTE LUMINOSA". Na parte mais plana possui um grande relvado e um parque infantil. Sobre a "FONTE LUMINOSA" existe um miradouro e um lago enquadrado por arvoredos que proporcionam sombras agradáveis.
No subsolo desta "ALAMEDA" cruzam-se as linhas vermelha e verde do Metro de Lisboa e tem como estação o nome de "ALAMEDA".
A partir de 1926, com a implantação e consolidação do Estado Novo, LISBOA é alvo de uma nova política de expansão e embelezamento de características monumentais e nacionalistas. A cidade viu parte do seu tecido urbano desaparecer por meio de expropriações e demolições com consequente construção de espaços emblemáticos para o sistema político vigente na época. A "ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES", a "PRAÇA DO IMPÉRIO" a "PRAÇA DO AREEIRO"( 1 ) e "PRAÇA DE LONDRES", são alguns dos espaços legados pelo anterior regime.
Com a elaboração de um PLANO GERAL, que só se concretiza a partir de 1938, no chamado plano "DE GRÖER", por encomenda directa do Engenheiro "DUARTE PACHECO", que acumulava na altura, os cargos de "MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS" e o de "PRESIDENTE DA CÂMARA DE LISBOA".
A sua arquitectura oficial teve um processo de formação lento, com início nos anos 30 e sedimentação concreta a partir dos anos 40. Os seus autores são, na maioria os mesmos que projectavam as obras modernistas do período imediatamente anterior. São realizações importantes, numa primeira fase, até meados da década de 30, O "IST", o "INE" ainda fortemente marcados por uma linguagem moderna.

( 1 ) - A «PRAÇA DO AREEIRO» hoje "PRAÇA SÁ CARNEIRO", tinha ligação com a exploração local, nomeadamente na " QUINTA DA NOIVA" e "QUINTA DO NARIGÃO" (a Norte do Areeiro, de um e outro lado da «AVENIDA DO AEROPORTO», hoje "AVENIDA ALMIRANTE GAGO COUTINHO", com inúmeros areeiros em actividade na época).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES [ II ] A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO ( 2 )»

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

RUA DA JUNQUEIRA [ XXVI ]

 Rua da Junqueira - (2009) Foto de Joaquim Carvalho (O Centro de Congressos de Lisboa" na "Junqueira" tendo como pano de fundo o magnifico Tejo) in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Vista ao entardecer do "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" na "Praça das Industrias" à "Junqueira")  in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Fachada principal do "Centro de Congressos de Lisboa", com o "XII Congresso de Nutrição e Alimentação" in CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Pavilhão do Rio" do "Centro de Congressos de Lisboa", com capacidade de área bruta de 3800 metros quadrados e ainda uma galeria com 1123 m2) in CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Aspecto do "Auditório VIII" do "Centro de Congressos de Lisboa" com uma área bruta de 390 metros quadrados, e capacidade para 400 pessoas) in  CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Aspecto do "Auditório I" do "Centro de Congressos de Lisboa", com uma área bruta de 1700 metros quadrados, e capacidade na plateia para 1500 pessoas) in CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XXVI ]

«O CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA-CCL»

O "CCL-CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA» tem a sua origem nos dois primeiros Auditórios da "Feira das Industrias de Lisboa" (antigo Auditórios "V" e "VI") com capacidade para 250 e 100 pessoas respectivamente e que se destinavam a acolher manifestações paralelas à feira de exposições.
Em 1989 é finalizado o "PAVILHÃO POLIVALENTE", posteriormente designado Auditório do Complexo das Feiras, "CENTRO DE CONGRESSOS DA FIL" e actualmente "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA".
Esta infraestrutura que contava com 4 auditórios e 5 salas de reuniões, com utilização conjugada com os restantes pavilhões da FIL, constitui um factor decisivo ao crescimento sustentado do turismo de negócios em LISBOA acolhendo os maiores e mais prestigiados eventos internacionais que se realizam em PORTUGAL nas duas últimas décadas.
O crescimento de actividades do "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" foi particularmente notório a partir de 1995, passando de 120 eventos acolhidos nesse ano, com um total de cinquenta e cinco mil participantes, para 250 eventos em 1990 e cento e oitenta mil participantes, tendo sido uma alavanca fundamental para o posicionamento de LISBOA entre os primeiros destinos mundiais de CONGRESSOS e REUNIÕES INTERNACIONAIS.
Com a saída da "FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA", para a nova infraestrutura do "PARQUE DAS NAÇÕES" na Zona Oriental de LISBOA, em 13.03.1999, passou a ser possível de imediato aumentar a disponibilidade de instalações.
O "C.C.L." passou a contar com mais três pavilhões, correspondendo a um total de dez mil metros quadrados para acolher grandes eventos em instalações adequadas e dar sequência ao projecto de dotar a cidade de LISBOA com um grande e moderno CENTRO DE CONGRESSOS, através da renovação e ampliação das actuais instalações.
Actualmente o "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" dispõe de oito auditórios e cinco pavilhões, sendo possível juntar o auditório três e quatro e o auditório seis com o sete.
O Pavilhão 1 tem uma área bruta de mil e oitocentos metros quadrados, seis portas de acesso sendo duas de emergência, tem capacidade de exposição para 85 módulos de 9 m2/cada, banquetes para mil e quinhentas pessoas localizado no piso zero do "CCL", esta infraestrutura com cerca de 1800 m2 de área bruta, adequada para a realização de FEIRAS E EXPOSIÇÕES, SHOW ROOMS, CATERING e BANQUETING, etc.
O seu espaço é possível combinar a instalação do auditório 5 a partir de paredes acústicas móveis, com área para exposições ou catering. Das cinco salas, três com luz natural e duas de interior e uma cafetaria, complementam as facilidades do Pavilhão um. Este pavilhão dispõe de caixas de electricidade, telecomunicações, água e esgotos no chão, que possibilita a realização de exposições e dos mais diversos eventos.
O "C.C.L." tem um total de dez mil metros quadrados disponíveis entre auditórios e pavilhões modernos, para acolher os grandes eventos, congressos e reuniões internacionais. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ADRAGÃO, José Victor-PINTO,Natália-RASQUILHO, Rui - Novos Guias de Portugal-Lisboa - Ed. Presença - 1985.
- ARAÚJO, Norberto - Peregrinações em Lisboa-Livro IX-Vega- Lisboa - 1993
- AZEVEDO, João de - LISBOA-125 anos sobre csrris - Roma Ed. Lisboa - 1998
- BELÉM Reguengo da Cidade - CML-Pelouro Cultural- Ed. ASA - 1990
- DICIONÁRIO da História de Lisboa - Dir. Francisco Santana e Eduardo Sucena-Carlos Quintas & Associados-Consultores,Lda. Sacavém - 1994
- DICIONÁRIO Ilustrado da História de Portugal - 2 Vol. - Pub. ALFA- 1986 - Lisboa
- LISBOA-Revista Municipal - 2ª série Nº 7 -1º Trim. de 1984 - Ed. CML
- LELLO UNIVERSAL . Dic. Enciclopédico Luso-Brasileiro- 2 Vol. -Lello&Irmão-Porto - 1976
- MENDES, João Fragoso-Olhares de Pedra- Diário de Notícias - 2004 - Lisboa
- NÉU, João B. M.-Em Volta da Torre de Belém-evolução da zona Ocidental de Lisboa-Livros Horizonte - 1994
- NOBREZA de Portugal e do Brasil-Cood. Dr. Afonso Eduardo Martins Zuquete - Vol. III - Editorial Enciclopédia - 1961 - Lisboa
- NOVA Enciclopédia Larousse - 22 Vol. - Círculo dos Leitores - 1996 - Lisboa
- O POVO de Lisboa - Exposição Iconográfica- CML Di. dos Serviços Culturais-1978-Lisboa
- PORTUGAL, Fernando e MATOS, Alfredo-Lisboa em 1758-Memórias Paroquiais de Lisboa- Publicações Culturais da CML- 1974 - Lisboa
- PROVAS Originais - 1858-1910- Arq. Municipal Pelouro da Cultura da CML -1993-Lisboa

INTERNET

(PRÓXIMO) «ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ I ]- A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO (1)»