(CONTINUAÇÃO)
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RUA BARROS QUEIRÓS [ V ]
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«TOMÉ JOSÉ DE BARROS QUEIRÓS»
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«TOMÉ JOSÉ DE BARROS QUEIRÓS» nasceu em «QUINTÃS» (ÍLHAVO), a 2 de Fevereiro de 1872, e veio a falecer em LISBOA a 5 de Maio de 1926.
Descendente de uma família de tradições liberais, embora de recursos modestos. Assim, já em Lisboa, «TOMÉ DE BARROS QUEIRÓS» foi marçano, caixeiro e, por força do seu trabalho, sócio do patrão.
Estudou de noite na «ESCOLA ELEMENTAR DE COMÉRCIO» na década de 90 do século XIX, tendo adquirido conhecimentos de que viria a dar mostras na política.
Responsável pela criação da «ASSOCIAÇÃO DOS CAIXEIROS NOCTURNOS» foi na sua qualidade de comerciante - dos mais bem sucedidos de Lisboa - que se ligou à imprensa.
A sua faceta de jornalista foi posta ao serviço da classe profissional a que pertenceu, tendo fundado «A VOZ DO CAIXEIRO» e colaborado no «O CAIXEIRO».
Mais tarde, já em plena maturidade política, foi redactor assíduo do jornal «A LUTA», o jornal dirigido por «BRITO CAMACHO» (de quem falaremos mais tarde na Rua dos Duque de Bragança antiga Rua da LUTA).
Membro da Direcção das «COMPANHIAS DO BOROR», «MUTUALIDADE PORTUGUESA» (que foi co-fundador) e da «COMPANHIA DOS CAMINHOS-DE-FERRO» de cujo Conselho de Administração foi vogal, fez uma primeira passagem pelo Ministério das Finanças entre 1908 e 1911, período em que ocupa os lugares de presidente do Conselho Disciplinar, presidente da Comissão de Reforma Aduaneira e Serviços Fiscais, secretário-geral e Director-geral da Fazenda Pública, devendo-se, ainda, a autoria da reforma tributária de 1911.
Depois de desempenhar algumas funções ao nível da Administração local, presidindo à «JUNTA DE FREGUESIA DE SANTA JUSTA» e integrado entre a vereação da edilidade lisboeta, acaba por fazer a sua estreia governativa no lugar de MINISTRO DAS FINANÇAS no governo de «JOÃO CHAGAS», do executivo saído da revolução de 14 de Maio de 1915, o qual exerce até 18 de Junho.
Voltará ao governo entre 23 de Maio e 30 de Agosto de 1921, mas desta vez, não só reforma a pasta das finanças, como chefia o próprio Governo.
Republicano Português (a que aderiu em 1888), do Partido Unionista (entre 1911 e 1919), do Partido Liberal (a partir de 1919) e do Partido Nacionalista (depois de 1923).
Pertenceu, ainda, à «MAÇONARIA», onde se iniciou, em 1912, na loja «ACÁCIA», sob o nome de "GARIBALDI".
«BARROS QUEIRÓS» tem hoje o seu nome ligado à rua onde trabalhou e teve o seu estabelecimento.
Uma nota final: A família de «BARROS QUEIRÓS» não deixou que a projecção morresse com o "patriarca". Assim, «AMÍLCAR DE BARROS QUEIRÓS» foi actor dramático e esteve ligado a movimentos artísticos.
«CARLOS DE BARROS QUEIRÓS» foi jornalista, trabalhando principalmente para jornais brasileiros. O neto «TOMÉ DE BARROS QUEIRÓS» um excelente cantor lírico, depois publicitário actual Presidente da «SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS». É casado com a cantora lírica com o nome artístico «MIMI GASPAR». Pertencia ao reportório de Tome de Barros Queirós, uma canção muito bonita que na minha juventude tinha o prazer de a cantar «MACALA». [ FINAL ]
BIBLIOGRAFIA
(Obras consultadas)
ARAÚJO, Norberto - Peregrinações em Lisboa - 1993 - Livro XII - Vega - Lisboa
SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo - Dicionário da História de Lisboa - 1994 - 1ª Ed. - Sacavém - Carlos Quintas & Associados - Consultores.
INTERNET
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(PRÓXIMA) - «RUA BRANCA DE GONTA COLAÇO - A RUA BRANCA DE GONTA COLAÇO (1)».