sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

RUA GARRETT [ I ]

Rua Garrett - (2005) Foto APS (Antigos Armazéns do Chiado actual Centro Comercial do Chiado)
Rua Garrett - (1963) Foto Armando Serôdio in AFML

Rua Garrett - (1963) Foto Armando Serôdio in AFML


Rua Garrett - (1966) Foto Garcia Nunes (Eduardo Martins & Cª. e Jerónimo Martins & Filho) in AFML



Rua Garrett, 1 a 11 - (1966) Foto Garcia Nunes (Eduardo Martins & Cª.) in AFML




Rua Garrett, 1 a 11 - (Início do século XX) Foto Alberto Carlos Lima (Casa Eduardo Martins & Cª.) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


A RUA GARRETT pertence a duas freguesias. À freguesia doa MÁRTIRES do número 1 a 83, à freguesia do SACRAMENTO do número 2 a 98. Começa na Rua Nova do Almada e termina no Largo do Chiado.

Se existem Ruas com muita história esta é uma delas. Não me sentiria bem se não deixasse de prestar aqui uma homenagem, aquela loja, aquela figura notável ou mesmo aquele escritório que teve história mas não foi referenciada. Umas porque estão perdidas no tempo, outras que ainda não conhecemos a sua divulgação.
Como a Rua é longa, iremos fracciona-la em três ou quatro partes na nossa abordagem.
Hoje só vamos falar dos números 1 a 11 do lado esquerdo de quem sobe.




As Portas de Santa Catarina, construídas em (1373-1375) era uma das mais importantes saídas de Lisboa.
As Portas de Santa Catarina eram flanqueadas por torres, e tinham sobre o arco das portas duas imagens de mármore: de Santa Catarina do lado de fora, de Nossa Senhora do Loreto do lado de dentro, estava olhando a descida do Chiado.
A Rua Garrett era constituída por dois troços: Rua das Portas (ou Direita) de Santa Catarina e Rua do Chiado.
Em 1859 perdeu-se a designação de Santa Catarina, e toda a artéria passou a chamar-se Rua do Chiado, só em 1880 começou à designação de Rua Garrett.
Subindo a Rua Garrett ( de costas para os Grandes Armazéns do Chiado) à esquerda (antes de 1988) estavam os «Estabelecimentos Jerónimo Martins», casa fundada em 1792, cuja fachada do prédio, no 1º andar, se atesta em lápide que nesta casa nasceu em 1804 (Francisco Manuel Barroso da Silva) ou simplesmente «Almirante Barroso», o herói brasileiro que na batalha de Riachuelo, se viria a distinguir nas campanhas do Uruguai e do Rio da Prata, tendo Comandado a armada do seu país. Barroso, morreu em Montevideu em 1882.


EDUARDO MARTINS
O comerciante Eduardo David Martins instalou-se inicialmente nos números 111-115 da Rua Nova do Almada, no negócio de fazendas e modas. Foi a primeira casa do Chiado a promover o pronto-a-vestir, tendo ampliado a sua actividade entre 1889 e 1894.
Ocupava entretanto toda a parte do edifício em princípios de 1907, tornejando para a Rua Garrett nos números 1 a 11. Foi neste ano que devido às grandes e profundas remodelações introduzidas, se estabeleceu a ligação entre os vários compartimentos e publicitava assim nos postais e revistas da época os seus artigos: «Grandes Armazéns de fazendas, modas, confecções e enxovais para noivas e crianças».
O prédio onde Eduardo Martins estava instalado, tanto na Rua Nova do Almada como na Rua Garrett foram demolidos totalmente, devido ao incêndio de 1988.
A reconstrução do imóvel teve lugar anos mais tarde, modificado pelo conceituado Arquitecto Siza Vieira, que deu nova imagem ao Chiado do século passado.
(Continua)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

RUA NATÁLIA CORREIA

Natália Correia - (Escritora e Poetisa - 1923-1993) (Foto anos 60 do século XX)
A RUA NATÁLIA CORREIA pertence à freguesia da GRAÇA começa na Rua dos Sapadores e termina na Rua da Graça.
Natália Correia faleceu em Lisboa, no dia 16 de Março de 1993. A sua memória permanecerá na toponímia lisboeta, por via desta artéria junto ao Mercado dos Sapadores, por sugestão da Associação de mulheres socialistas e da Junta de Freguesia da Graça.
Este topónimo foi atribuído por Edital, ao arruamento até ai denominado por Rua A, a Sapadores.
Nascida a 13 de Setembro de 1923 na Ilha de São Miguel Açores, Natália de Oliveira Correia, viria a tornar-se num dos nomes mais incisivos das letras portuguesas deste século.
O seu berço foi a freguesia de Fajã de Baixo, na Ilha açoriana de São Miguel.
A sua vasta obra abarca textos para a infância, romance, ensaio, poesia e teatro. Embora seja através da corrente surrealista que o seu nome se tenha destacado (mais ou menos por volta de 1957), a sua obra é sustentada por vários outros registos. Às vezes mais satíricas. Assim, sintetizou os dias da Guerra Colonial em «Queixas das almas censuradas», musicado por José Mário Branco.
Sempre excessiva e vulcânica, porém muito cedo veio para Lisboa estudar, cidade em que deixaria a sua marca.
Mulher de Tertúlias literárias e paixões ardentes, viria a concretizar no seu «Botequim», junto do Jardim da Graça, um pouco do seu projecto de vida. Muito mais do que um simples bar, este local funcionou como palco de discussões artísticas, conspirações políticas e troca de experiências entre figuras dos mais diversos quadrantes da vida portuguesa.
Anos mais tarde assinaria na RTP uma série de programas designado por «Mátria», onde abordava o papel de mulher na construção da lusitanidade, sempre aliando a garra e a visão poética que eram as suas premissas de vida.
Natália Correia foi também deputada na Assembleia da República, qualidade na qual integrou algumas polémicas históricas, como a Frente de Defesa da Cultura ou o debate sobre a legalização do aborto onde respondeu a uma interpelação com um divertido soneto, episódio que ficou célebre como o "truca-truca".
Vários parceiros a acompanharam ao longo da vida, porém, a sua mais forte ligação terá sido o casamento com Dórdio Guimarães, que viria a falecer pouco depois de si.
De entre as suas obras poderiam destacar-se: «Dimensão encontrada» (1957), «A Mosca iluminada» (1972) ou «O Diluvio e a Pomba» (1979), na área da Poesia ou «Erros meus, má fortuna»(1981) no campo teatral. É ainda responsável por várias antologias como, por exemplo, «O Surrealismo na Poesia Portuguesa» (1973).

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

RUA DR. TEÓFILO DE BRAGA

Rua Dr. Teófilo de Braga - (1976) Foto Álvaro Campeão (Esta rua esquina com a Calçada da Estrela) in AFML
Rua Dr. Teófilo de Braga, 61 a 69 - (1970) - Foto João H. Goulart in AFML

Rua Dr. Teófilo de Braga - (1970) Foto João H. Goulart in AFML


Rua Dr. Teófilo de Braga - (1910) Foto Joshua Benoliel (Residência do Dr. Teófilo de Braga na antiga Travessa de Santa Gertrudes) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


A RUA DOUTOR TEÓFILO DE BRAGA ( antiga Travessa de Santa Gertrudes) pertence à freguesia da LAPA, começa na Calçada da Estrela no número 78 e termina na Rua de Santo Amaro em frente ao número 68.
Esta rua, que hoje se chama de Dr. Teófilo de Braga, foi outrora a Travessa de Santa Gertrudes e terá mudado de nome por volta de 1933. Diz uma testemunha local que ali mora desde essa data, que a alteração era recente quando ali se fixou.
A referida rua para quem vai da Rua de S. Bento até à Rua de Santo Amaro, é hoje a terceira à esquerda de quem sobe, porque segundo a mesma testemunha, existe presentemente a Rua da Imprensa no espaço intermédio, que anteriormente era ocupado por terras.
A urbanização estava para chegar. Não é uma rua qualquer na geografia lisboeta a Rua da Imprensa, no número 2, está fixada a residência oficial do lº Ministro.
No dizer de Rocha Martins na sua obra "Lisboa de Ontem e de Hoje" na página número 99, refere-se ao titular desta rua: «o sábio professor e notabilissimo investigador e escritor, que também era bairrista da Estrela, embora não morasse na colina mas na Travessa de Santa Gertrudes (hoje de Teófilo de Braga) onde foi alvo de grande manifestação, e, na qual faleceu».
Teófilo de Braga nasceu no ano de 1843 e faleceu em 28 de Janeiro de 1924. Com formação académica em Direito e Letras doutorou-se em1868. Instalada a República em 1910, sendo Presidente do Partido Republicano Português, foi nomeado primeiro Presidente do novo regime.
Em 1915 voltou a ocupar o mesmo cargo, após a renúncia de Manuel de Arriaga.
Ainda o mesmo escritor descrevia que algumas notáveis pessoas habitaram a rua. «Na esquina desta Rua morou José Bernardo da Costa Cabral, irmão do Conde de Tomar, o famoso José dos Cónegos. Ali esteve o Juízo de Instrução Criminal, em 1904 ou 1905, dirigido pelo notável magistrado Dr. Francisco Maria da Veiga que residia no Arco do Carvalhão. No prédio onde funcionou o Juízo de Investigação Criminal está hoje instalada a Secretaria-Geral da Legião Portuguesa e tem o número 80 para o lado da Calçada da Estrela. Também reside, no número 183, no segundo andar da mesma rua, um homem notável: Eduardo Schwalbach, ex-Director do Diário de Notícias». Tudo isto se passou no final do século XIX e principio do século XX.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

RUA DE BUENOS AIRES

Rua de Buenos Aires - (2002) Foto Andres Lejona in AFML
Rua de Buenos Aires - (1970) Foto João H. Goulart in AFML

Rua de Buenos Aires - (1960) Foto Arnaldo Madureira (Instituto Industrial de Lisboa) in AFML


Rua de Buenos Aires - (Ant. 1895) Foto Francisco Rocchini in AFML



Rua de Buenos Aires - (Ant. 1895) Foto Francisco Rocchini (Palacete) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa



A RUA DE BUENOS AIRES anteriormente chamada de Rua Direita de Buenos Aires pertence à freguesia da LAPA, começa na Rua dos Navegantes no número 41 e acaba na Rua de São Caetano e Rua de São Domingos.
É de crer que tendo o qualificativo "Direita" desaparecido com o tempo, trata-se da Rua de Buenos Aires. Se assim for é a "2ª à esquerda na Rua dos Navegantes, vindo da Rua do Quelhas e termina no fim da Rua de S. Domingos". Fica ali à Estrela, por detrás da Basílica. Na mesma rua ergue-se o palacete que foi dos viscondes dos Olivais. É justamente na Rua de Buenos Aires que serve de fronteira ao Bairro da Lapa - outrora habitado apenas por marítimos, depois quase exclusivamente por ingleses é hoje um dos lugares mais cobiçados e luxuosos da cidade.
A paisagem da zona é dominada pela Basílica da Estrela. Imponente no seu estilo, foi fundada pela Rainha D. Maria I e construída entre 1779 e 1790. O seu traçado foi da responsabilidade dos arquitectos (da escola de Mafra) Mateus Vicente e Reinaldo Manuel. Possui uma varanda donde se desfruta de uma excepcional vista sobre a cidade.
A Basílica da Estrela e o jardim da Estrela, frente a frente num noivado que já conta dezenas de anos! A separá-los apenas a praça. O Jardim - um dos locais mais aprazíveis de Lisboa, belo e bem cuidado. Construído entre 1842 e 1852, da sua luxuriante flora destacam-se araucárias, tílias, dragoeiros, álamos, espécies raras entre outras que por lá existem. Os lagos, em número de três, refrescam o panorama onde passeiam descontraídos belos cisnes e patos - brancos uns, negros outros, para que a paisagem tenha mais cor.
Também o coreto merece a nossa atenção.
A partir do ponto alto do jardim podemos desfrutar excepcionais vistas de um horizonte curiosamente definido, de forma recortada, por uma interpenetração do casario, vegetação e rio, que em conjunto compõem uma unidade representativa da cidade - uma cidade que vale a pena visitar sem conta, sempre do mesmo sítio se necessário for.
A Rua João de Deus, ali ao lado recebeu tal designação porque lá viveu o famoso poeta lírico do mesmo nome. Na Rua de Buenos Aires fica a casa do conde de Monte Real, construída em estilo pseudo-português «onde um curto espaço se acumulam claustros, uma capela, um passadiço, um tanque, silhares de azulejos. (...) Mais adiante, antes da Rua do Prior, do lado direito, o palacete dos Condes de Porto Covo da Bandeira, brasonado e com capela. Na parte baixa há ainda o palacete dos condes de Arnoso.
À esquerda parte da Rua de S. Domingos à Lapa, com a igreja de Nossa Senhora da Lapa, e à direita a do Sacramento à Lapa, onde se eleva o característico palacete dos viscondes de Sacavém, com a sua fachada, janelas, cunhais, varandas, etc., decoradas com barro das Caldas» (in GUIA DE PORTUGAL, F.C.G.).

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Rua do Diário de Notícias - (Actual) Foto de Dias dos Reis in Galeria de Dias dos Reis
Rua do Diário de Notícias - (1960) Foto Armando Madureira (Retiro a "TOCA" de Carlos Ramos) in AFML

Rua Diário de Notícias - (1942) Foto Eduardo Portugal (Jornal DN na antiga Rua dos Calafates-Desenho) in AFML


Rua do Diário de Notícias - (Início do século XX) Foto Alberto Carlos Lima in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa



Rua do Diário de Notícias - (Início do século XX) Foto Alberto Carlos Lima (Moços de fretes jogando à moeda) in AFML




Rua do Diário de Notícias - (Entre 1898 e 1908) Fotógrafo não identificado in AFML




A RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS (antiga Rua dos Calafates) pertence à freguesia da ENCARNAÇÃO, começa na Rua das Salgadeiras no número 10 e termina na Travessa da Cara no número 3.
Com as fainas navais junto ao rio Tejo - Ribeira das Naus, Remolares e Santos - passaram a ocupar, em finais do Século XV e princípios do XVI, os seus trabalhadores.
Muitos Calafates(1) procuraram então morada (pessoas modestas ligadas às lides marítimas), numa das ruas que se abria, ao tempo, por iniciativa dos Andrades, numa herdade que ficava fora das Portas de Santa Catarina e que hoje conhecemos pelo nome mais simples de BAIRRO ALTO. (Lugar de mareantes, de mestres de Naus e Calafates). Dai a designação de «Rua dos Calafates».
Nessa artéria instalou-se - anos mais tarde - uma tipografia (que já existia na primeira metade do século XVIII).
Na casa situada na esquina dos Calafates com via que dava acesso ao Poço da Cidade, foi elaborado o primeiro periódico que em Lisboa foi vendido pelas ruas; chamava-se a "GUARDA AVANÇADA" e foi publicado em 1835, durante alguns meses.
Em 1862 Tomaz Quintino (mais tarde Conde de S. Marçal) adquiriu o estabelecimento e pouco depois, a propriedade do edifício.
Imprimia-se na Casa um Jornal «O CONSERVADOR», de que era redactor Eduardo Coelho, homem culto e também empreendedor. Os dois resolveram fundar um jornal, que se publicaria na própria tipografia: o «DIÁRIO DE NOTÍCIAS». O primeiro número formal desse jornal era publicado do dia 1 de Janeiro de 1865.
Da importância deste diário, de intenção noticiosa e destinada ao grande público, resultaram dois acontecimentos importantes para a cidade de Lisboa: um deles, o aparecimento de ardinas a venderem o novo diário. O outro, acabou com a serrazina monótona dos cegos que enxameavam as Ruas de Lisboa, lamuriando as exíguas folhas de então. Dentro em pouco, Lisboa passava a ser percorrida por dezenas de ardinas que, em correria, soltavam o pregão do novo jornal.
Literáriamente, também o jornal da Rua dos Calafates, subia a um bom nível. Figuras das letras como Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Júlio César Machado e muitos outros passaram a ser colaboradores habituais.
Não espantou, por tudo isso, que em 31 de Dezembro de 1885, quando o jornal completara 21 anos, a vereação lisboeta decidisse, através de edital, que a Rua dos Calafates cessava a sua existência dando lugar à «RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS». O dístico lá ficou, mesmo quando o jornal se mudou para as suas novas instalações na Avenida da Liberdade nos anos 40 do século passado.
No dizer de Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa» no volume VI «Na esquina da Travessa da Queimada e da Rua dos Calafates - hoje do Diário de Notícias, - fica o velho Restaurante ALFAIA (hoje uma sombra) que teve tradições bairristas de certa nomeada na vida boémia, literária e jornalística, pobre e descuidada de há 20 anos. O ALFAIA vem de 1880, então na posse e administração do cidadão de PONTEVEDRA que lhe deu o nome. (...) No Bairro Alto, das tascas e das casas das iscas, o ALFAIA, agradável para a sua época, embora modesto de aparência».
Também Carlos Ramos teve a sua casa típica «A TOCA» nesta rua do Diário de Notícias.
Nascido no Bairro de Alcântara no ano de 1907, cedo se dedicou à música, primeiro como guitarrista acompanhante, depois como fadista. Tinha uma particularidade na época, acompanhava-se a si próprio à guitarra. Depois de ter cantado em várias casas Típicas, andou pelo Café Luso, neste Bairro, actuou nos palcos em Revistas e nas «Melodias de Sempre» na televisão.
Os seus fados de maior êxitos foram: «Não venhas tarde» e «Canto o Fado».
Fadista que conhecíamos, de trato afável, terminou a sua carreira por motivos de doença, vindo a falecer no ano de 1969.
(1) - Pessoas que calafetam navios - Tapar as fendas de navios com estopa alcatroada.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

RUA SANT'ANA À LAPA

Rua Sant'Ana à Lapa - (s.d.) Foto Eduardo Portugal (Casa dos Possolos) in AFML
Rua Sant'Ana à Lapa - (1939-08) Foto Eduardo Portugal ( Palácio dos Possolos ) in AFML

Rua Sant'Ana à Lapa - (1967) Foto João H. Goulart in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


Rua Sant'Ana à Lapa - (s.d.) Foto Augusto de Jesus Fernandes (Fábrica Couraça) in AFML


A RUA SANT'ANA À LAPA (antiga Rua Direita de Santa Ana) pertence à freguesia da LAPA começa na Rua da Lapa no número 72-B e termina na Rua de Santo António à Estrela no número 39-A
Esta rua encontra-se na freguesia de Nossa Senhora da Lapa, actualmente designada por Rua Sant'Ana à Lapa, perpendicular à Avenida do Infante Santo, mesmo por detrás da Basílica da Estrela.
Uma rua estreita com vários edifícios de construção do princípio do século XIX.
A Rua Sant' Ana à Lapa era uma pequena rua, que segundo o Itinerário Lisbonense «fica na direcção da Porta Principal do Convento da Boa Morte e termina na Rua Direita de Buenos Aires».
Transitou deste sítio uma das mais antigas Olarias de Sant'Ana (1741), certamente a mais afamada, que trabalhou também em faianças artísticas.
A Câmara Municipal em 1928 retirou-lhe o terreno para nele implantar uma rua.
É agora Norberto de Araújo que nos conta nas suas "Peregrinações em Lisboa" «a Olaria das Terras de Sant'Ana - assim se chamava - passou então para a Junqueira, de onde logo transitou para a Boa-Hora, número 96 à Ajuda e ali subsiste com o seu título antigo, sob a fórmula "Fabrica de Faianças e Azulejos de Sant'Ana».
Data de 1741 que neste local, segundo tradições locais, que um modesto oleiro ali fundara uma pequena oficina para fabrico de loiça vermelha, da qual ascendeu para loiça fina.
Achei muito interessante esta passagem do Bairro da Lapa, pelo que não resisti em transcrever parcialmente. «a freguesia da Lapa tem 234 anos e 15000 habitantes. Nos seus 75 hectares de Lapa, ricos e pobres sobem e descem as mesmas ruas, contornando as mesmas esquinas, olham-se mas não se cumprimentam.
A principal diferença entre um e outro é que o pobre é mesmo pobre e o rico nem sempre o é.
Mário Fonseca, dono do Minimercado da Lapa, na Rua das Praças , diz: "90% dos residentes da Lapa fazem uma vida da qual não fazem parte. São ricos pobres, ricos só de fachada» (1).
Embora a Lapa de outrora podia ser classificada como uma "Lapa popular" e outra "Lapa Aristocrata", uma Lapa das gentes do mar e da classe média, aqui e ali salpicada do seu Palácio ou aparência de Solar Burguês, hoje não é bem assim...
(1) - fora da linha (Bairros Históricos)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

RUA D. PEDRO V

Rua D. Pedro V, 2 a 6 - (1969) (Portão de entrada para a ex-residência de Diniz Bordalo Pinheiro Director do "Jornal do Comércio", hoje na posse do Totobola, com entrada também pela Rua das Taipas número 1) in AFML
Rua D. Pedro V, 8 a 14 - (1968) Foto João H. Goulart in AFML

Rua D. Pedro V - (1967) Foto Vasco Gouveia de Figueiredo (Pátio do Tijolo, 25 a 35) in AFML


Rua D. Pedro V - (1967) Foto Vasco Gouveia de Figueiredo ( Litografia de Portugal no Pátio do Tijolo) in AFML



Rua D. Pedro V - (1945) Foto Eduardo Portugal (Arco do Evaristo) in AFML




Rua D. Pedro V - [s.d.] Fotógrafo não identificado (Vendedora ambulante com sua mula, no lado direito o Convento de S. Pedro de Alcântara) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa



A RUA D. PEDRO V pertence a três freguesias. À freguesia da ENCARNAÇÃO os números 1 a 57, à freguesia de S. JOSÉ todos os números pares, à freguesia de SANTA CATARINA do número 59 em diante.
Começa na Rua Luísa Todi em frente do número 1 e termina na Praça do Príncipe Real no número 35.
A Rua D. Pedro V, antiga Rua do Moinho de Vento, foi assim chamada por estar muito perto do campo e ser ventosa.
Segundo se lê na obra de Norberto de Araújo em "Peregrinações em Lisboa", «esta artéria era uma estrada de terra batida que corria entre (terras de semeadura)». Já tinha servido causas patrióticas pois «os ingleses de Maria Tudor, auxiliares de D. António Prior do Crato, quando cercaram Lisboa em 1589, tempo de Filipe II de Espanha, estiveram aqui acampados».
No início da antiga Rua do Moinho de Vento (actual Rua D. Pedro V), encontramos o Convento de S. Pedro de Alcântara e sua Capela, também chamada dos Lencastres. Datam do século XVII e reproduzem a grandeza de um Arcebispo de Braga e Primaz de Espanha, "Cardeal Inquisidor" D. Veríssimo de Lencastre, descendente de D. João II.
A sua Capela dedicada aos Santos Veríssimo, Máxima e Júlia Mártires de Lisboa, testemunho de uma cristandade bastante antiga. ( o percurso da vida destes Mártires, impossível de averiguar com rigor, aparecem descritos num códice quatrocentista na Biblioteca Pública de Évora, -cód. CV/1-23d).
O espaço deste Convento e Igreja é pertença da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é um exemplo de coesão entre diferentes manifestações de arte decorativa do Barroco português, no que diz respeito ao ornamental de mármore policromados que os revestem.
Foi nesta rua, no Pátio do Tijolo, que existiu a Litografia de Portugal fundada no ano de 1803. Hoje com 105 anos de idade, fomos encontrar a referida firma no Cabeço de Montachique (LOURES), muito bem estruturada (de notório prestígio Nacional e Internacional) e ainda, com o mesmo nome: «LITOGRAFIA DE PORTUGAL, S.A.».
No Pátio do Tijolo está instalado o Palácio Braamcamp, edifício datado do século XVIII, onde funcionou o primeiro Liceu Francês.
Desde 1963 está nesse mesmo Palácio a funcionar a Caixa de Previdência do Pessoal de Câmara Municipal de Lisboa.
Neste Palácio viveu além de Anselmo Braamcamp (que lhe deu o nome) o Fontes Pereira de Melo.
Segundo o Itinerário Lisbonense, esta rua «é a continuação da Patriarcal Queimada, vindo da parte do Rato e termina no Largo de São Pedro de Alcântara». Pertencia à freguesia da Pena em 1780.
Em 1885 a rua acompanhou os sinais do tempo, mudando o nome para D. Pedro V.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

TRAVESSA DAS MERCÊS

Travessa das Mercês - (actual) Fotógrafo não identificado (Edifício novo no local onde existia a Ermida das Mercês - hoje prédio de habitação funcionando no r/c um posto da PSP) in oceusobrelisboa-blog
Travessa das Mercês, 36-38 - (1968) Foto Armando Serôdio (Palácio Perry de Linde) in AFML

Travessa das Mercês - (1959) Foto Arnaldo Madureira (Junta de Freguesia das Mercês) in AFML


Travessa das Mercês - (Início do século XX) Foto Joshua Benoliel (Capela das Mercês ou Nossa Senhora das Mercês - onde estava o túmulo do Marquês de Pombal) in AFML



Travessa das Mercês - [ s.d.] Foto Augusto de Jesus Fernandes in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa



A TRAVESSA DAS MERCÊS pertence a duas freguesias. À freguesia da ENCARNAÇÃO os números 1 a 3 e 2 a 10, à freguesia de SANTA CATARINA dos números ímpares a partir do 5 e pares do 12 em diante.
Começa no número 1 da Rua da Atalaia e acaba no número 22 da Rua do Século.
Na Rua do Século abre-se à esquerda, a Travessa das Mercês, em cuja esquina existia a Ermida das Mercês.
Nessa Ermida foi baptizado, em 6 de Junho de 1699, Sebastião José de Carvalho e Melo, o célebre Marquês de Pombal, e aí estiveram os seus ossos, num túmulo completamente abandonado, durante perto de um século, até que os republicanos em 1923 fizeram a sua transladação para a Igreja da Memória, no Alto da Ajuda.
Sabemos que já no século XX, a Ermida das Mercês foi desmantelada, e no seu local foi erguido um belíssimo prédio onde está instalado no r/c um posto da polícia de Segurança Pública(PSP).
Do Palácio Perry de Linde temos conhecimento que a sua construção foi no século XVII, e a sua reconstrução no século XIX.
Na esquina para a rua Luz Soriano ficava nessa mesma Travessa o antigo cemitério das Mercês, onde foram sepultados Bocage (talentoso escritor e poeta, com direito a figurar no altar dos poetas portugueses) e Nicolau Tolentino. Aquando de umas obras que aí se fizeram em 1897, foram removidas todas as ossadas para os dois cemitérios da cidade.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

RUA IVENS

Rua Ivens, 10 - (1968) Foto Armando Serôdio (Palácio dos Condes do Vimioso, onde se instalou a Companhia de Moçambique) in AFML
Rua Ivens - (1965-03) Foto Armando Serôdio (à direita a Casa da Sorte) in AFML

Rua Ivens - (1965-03) Foto Armando Serôdio (Kodak Portuguesa) in AFML


Rua Ivens - (1963) Foto Armando Serôdio (Tabacaria "Estrela Polar") in AFML



Rua Ivens, 37 - (1962) Foto Armando Serôdio (Grémio Literário) in AFML




Rua Ivens, 6 - (1960) Foto Arnaldo Madureira (Administração do 2º Bairro) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa





Rua Ivens - (Início do século XX) Foto Joshua Benoliel (Tabacaria "Estrela Polar" esquina com a Rua Garrett) in AFML




A RUA IVENS (antiga Rua de S. Francisco) pertence à freguesia dos MÁRTIRES, começa no Largo da Academia Nacional das Belas Artes (antigo Largo da Biblioteca Pública) e termina na Rua Garrett no número 33.
Segundo o "ITINERÁRIO LISBONENSE" de 1804, esta Rua chamada então de Rua de São Francisco da Cidade «é a quinta à direita, vindo do Loreto descendo a Rua Garrett, e termina na Rua do Ferragial de Cima» (hoje Rua Victor Cordon).
O nome da rua está ligado ao Convento de São Francisco instalado no Monte Fragoso, fundado em 1217, por Freire Zacarias. Foi a casa mãe da Ordem Franciscana em Portugal. A área ocupada no período áureo era tão grande que se lhe chamava «a cidade de São Francisco».
Sofreu vários incêndios o maior dos quais devido ao terramoto de 1755. Todas as riquezas desapareceram nessa altura, desde a Igreja de três naves até à biblioteca e obras de arte.
A reconstrução lenta da nova planta não estava ainda concluída quando foram extintas as Ordens religiosas.
Seria precisamente devido à sua enorme área que aí se instalou mais tarde a Biblioteca Pública, a Escola de Belas Artes (1836) e posteriormente o Museu de Arte Contemporânea.

Recuando séculos no tempo, encontraríamos no local onde se erguia o Convento de S. Francisco desde 1217 - denominado de Monte Fragoso - o acampamento dos Cruzados ingleses que auxiliavam D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa. Dali se dominava o rio e a Baixa lisboeta.
Este convento foi também um dos palcos das lutas civis entre absolutistas e liberais. Quando a 23 de Junho de 1828 por determinação de D. Miguel, o povo reuniu separado das outras ordens, coube-lhe este espaço de encontro, enquanto a nobreza reunia em S. Roque e o clero na Igreja de Santo António.
Nesta rua no prédio com esquina para a Rua Garrett, existiu durante muitos anos a Tabacaria «Estrela Polar», substituída mais tarde pela «Casa da Sorte».
Esteve também instalado nesse prédio o «Clube Tauromáquico Português», no número 72. Na outra esquina em frente a esta permaneceu muito tempo, uma das melhores casas da especialidade em fotografia a «Kodak Portuguesa).
No século XIX os números 2 a 14 desta rua alfacinha pertenciam à freguesia dos Mártires, enquanto os números 25 a 37 pertenciam já à freguesia de S. Julião. A mesma rua era, por isso, segundo a crença religiosa popular, protegida por dois padroeiros, exercendo cada um as boas graças sobre a sua parte. De resto, esta é uma situação comum nas ruas de Lisboa. Uma mesma rua "reza" a santos diferentes.
O traçado desta rua resultado do plano de urbanização elaborado na sequência do Terramoto de 1755, sendo referida pela primeira vez quando estavam passados 30 anos sobre esse destruidor acontecimento. Inicia-se no Largo da Biblioteca Pública (agora Largo da Academia Nacional das Belas Artes), onde estava implantada a Biblioteca Popular de Lisboa, na qual, para além das obras depositadas por Depósito Legal, se encontra os espólios valiosos legados por grandes vultos da cultura portuguesa.
Neste Largo foi erigido o busto de Visconde de Valmor pelo escultor Teixeira Lopes e pelo arquitecto José Luís Monteiro, a expensas dos professores e alunos da Academia das Belas Artes, tendo sido descerrado em 1904. A rua termina na célebre e poética Rua Garrett, ali ao Chiado, e foi rebaptizada com o nome de Rua Ivens. A bem conhecida Rua Ivens da Rádio Renascença.
Não podíamos deixar de falar de quem foi Roberto Ivens.
Nasceu no ano de 1850, na freguesia de S. Pedro (Ponta Delgada) Ilha de S. Miguel Açores. Filho de pai inglês e mãe portuguesa, assentou praça na Marinha em 1867.
Depois de concluir o curso em 1870, prestou serviços na Índia, em Angola (com apenas 26 anos), chefiou algumas expedições para Sul.
Em 1877 com Hermenegildo Capelo e Alexandre Serpa Pinto, explorou os Territórios entre Angola e Moçambique.
Ao longo de toda a viagem, Roberto Ivens escreve, desenha, faz croquis, levanta cartas topográficas.
No ano de 1885, vai em expedição a Quelimane em Moçambique, cumprindo todos os objectivos definidos pelo Governo. Estas expedições, para além de terem permitido fazer várias determinações geográficas, permitiram também servir para a defesa da presença portuguesa nos territórios explorados e reivindicados os respectivos direitos de soberania (Mapa cor-de-rosa) que a Inglaterra não aceitou e que provocou o ULTIMATO de 1890.
Roberto Ivens veio a falecer na Cruz Quebrada-Dafundo em 28 de Janeiro de 1898.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

RUA DE SANTA MARTA

Rua de Santa Marta - (Actual) Autor não identificado ( Palácio dos Condes de Redondo-actual Universidade Autónoma de Lisboa) in Universidade Autónoma de Lisboa
Rua de Santa Marta - (1968) Foto Armando Serôdio (Hospital de Santa Marta fachada principal-Convento de Santa Marta in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa

Rua de Santa Marta - (1961) Foto Arnaldo Madureira (Esquadra da PSP de Santa Marta) in AFML


Rua de Santa Marta - (195--) Foto Judah Benoliel (Palácio dos Conde de Redondo) in AFML



Rua de Santa Marta -(195--) Foto Mário de Oliveira (Igreja do Sagrado Coração de Jesus fachada principal) in AFML




Rua de Santa Marta - (1944) Foto Horácio Novais (Palácio dos Condes de Redondo) in AFML




A RUA DE SANTA MARTA pertencia a duas freguesias. À freguesia do CORAÇÃO DE JESUS todos os números ímpares e do 22 em diante, à freguesia de SÃO JOSÉ os números 2 a 20-B, hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA em 2012 passaram a integrar a freguesia de SANTO ANTÓNIO.
Começa na RUA DE SÃO JOSÉ  no número 234 e finaliza no LARGO ANDALUZ.
Esta artéria é a continuação da RUA DE SÃO JOSÉ que termina no LARGO ANDALUZ, seguindo paralela à AVENIDA DA LIBERDADE . Hoje em dia os edifícios mais conhecidos e de interesse público são: o Hospital de Santa Marta, o Palácio dos Conde de Redondo onde está instalada a Universidade Autónoma de Lisboa.

Nesta Rua no número 50 ergue-se o antigo Mosteiro das Religiosas Franciscanas Clarissas da segunda regra de invocação de SANTA MARTA fundado em 1612, no local onde em 1583 existiu um antigo recolhimento destinado a donzelas pobres.
Após a extinção das ordens religiosas em 1834, o convento foi objecto de obras de adaptação, para nele começar a funcionar o serviço de saúde com a designação de Hospício dos Clérigos Pobres. No anos de 1903 passou a funcionar como Hospital dependente do governo. Inicialmente como anexo ao Hospital de São José e mais tarde a integrar o grupo dos Hospitais Civis de Lisboa.
Em 1910 foi atribuído oficialmente ao Hospital de Santa Marta a função de Escola Médica Cirúrgica de Lisboa. Anos depois passou a denominar-se Hospital Escolar da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Desde Dezembro de 2002, o Hospital de Santa Marta integra o grupo de instituições hospitalares que transitaram para o novo modelo de gestão (Sociedade Anónima - S.A.) mantendo-se integrado ma rede pública de cuidados de saúde. É uma instituição altamente diferenciada, com vocação cardiotorácica, vascular e pneumologica, destacando-se a cardiologia como a área de mais valência.
No Palácio dos Condes do Redondo, viveu por algum tempo a Rainha D. Catarina de Bragança viúva de Carlos II de Inglaterra, antes de fixar residência no Palácio da Bemposta.
O Palácio dos Condes de Redondo, de arquitectura barroca, foi no século XVII edificado, pelos descendentes de:  D. Vasco Coutinho, 1º Conde de Redondo (1450-1522) título criado por D. Manuel I, rei de Portugal por carta de 02.06.1500. O Título de Conde de Redondo foi concedido, em contrapartida da cessão para a coroa do senhorio de Borba.
Este Palácio não sofreu danos significativos com o terramoto de 1755, tendo conhecido diversos proprietários, o último dos quais, a UAL.
A Universidade Autónoma de Lisboa instalada no antigo Palácio da Rua de Santa Marta, no número 56, desde 13 de Dezembro de 1985, é uma instituição de carácter Cooperativo e particular. No ano de 2005 contava com cerca de 4100 alunos, 405 professores e cerca de 96 funcionários.
No dizer do Dr. Justino Mendes de Almeida, reitor da UAL. (...) nessa altura, viemos para o Palácio dos Condes de Redondo, um Palácio que pertencia à família Espírito Santo e que depois nos foi vendido por intermédio do embaixador Franco Nogueira, que trabalhava no Grupo Espírito Santo. O Palácio era uma ruína completa, por isso tivemos de proceder à sua recuperação, sempre sob a fiscalização da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, uma vez que o Palácio era e é considerado um Monumento. (IIP-Imóvel de Interesse Público. Decreto Nº 735/74).
Este Palácio situa-se lado a lado com o Convento de Santa Marta (hoje Hospital de Santa Marta) cuja igreja se comunica por um corredor interior.
Do Barão de Lazarim (Manuel de Vasconcelos Pereira de Melo) sabemos que foi um grande fidalgo da Casa Real, vice-almirante, par do reino, vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar e comendador da Ordem de São Bento de Avis etc.. Nasceu em Castro Daire em 1782 e faleceu a 25 de Agosto de 1856.
Serviu a guarnição de alguns navios portugueses, tendo atingido a patente de Capitão de mar-e-guerra em 1818. Depois da morte de D. João VI foi mandado ao Brasil comandando a nau com o nome do monarca. D. Miguel declara-se rei absoluto, e não querendo servir aquela causa, refugiou-se no seu Palácio a Santa Marta,(ignorando-se a sua localização) onde passou esquecido todo o tempo das lutas fratricidas. Em 19 de Junho de 1845 foi agraciado com o título de Barão de Lazarim. Depois do seu falecimento, por imposição de D. Pedro V, foi posto o seu nome a um dos navios da nossa armada. (rectificado em 14.12.2016).