RUA DOS SAPATEIROS

Rua dos Sapateiros - (2005) Foto de APS (Arco do Bandeira entrada para a Rua dos Sapateiros)-ao lado esquerdo a Tendinha.

Rua dos sapateiros . (actual) Fotografo não identificado ("A Varanda da Santa Inquisição") (Janelão) in Movimentoacordalisboa.com

Rua dos Sapateiros - (2002) Foto Andres Lejona (Fachada do Animatógrafo do Rossio) in AFML

Rua dos Sapateiros - (actual) Foto da Galeria de Dias dos Reis - com os nossos agradecimentos

Rua dos Sapateiros -(197-) Foto Armando Serôdio (Animatógrafo do Rossio) in AFML

Rua dos Sapateiros - (194-) Foto Eduardo Portugal (Arco do Bandeira) in AFML

Rua dos Sapateiros - (Início do século XX) Foto Joshua Benoliel in Arquivo Fotográfico de Lisboa

A RUA DOS SAPATEIROS (antiga RUA DO ARCO DO BANDEIRA) pertence à freguesia de SÃO NICOLAU, começa na Rua da Conceição em frente do número 119 e finaliza na Praça D.Pedro IV (ROSSIO) no número 6.

A Rua dos Sapateiros a que muitas vezes chamamos de Rua do Arco do Bandeira (no entanto continua a ser dos sapateiros), é uma nomenclatura primitiva destinada aos oficiais de São Crispim e Crispiniano, tendo o Marquês do Pombal decidido arrumar os nomes das ruas da baixa de Lisboa, consoante as profissões e respectivos negócios.

Fica entre a Rua do Ouro e a Rua Augusta na sua vertente mais a Norte, ornamentada com um arco, ligando-a à Praça de D.Pedro IV (vulgo ROSSIO), cuja construção, é uma interessante obra de Arquitectura Cívil dos finais do século XVIII.

No número 226 primeiro andar da Rua dos Sapateiros funciona o Grémio Lisbonense, fundado a 26 de Outubro de 1842, distinguido com o grau de Comendador da Ordem de Benemerência pelo então Presidente da República Oscar Carmona no ano em que comememorava o primeiro centenário (1942); este Grémio foi homenageado com a Medalha de Mérito Grau Prata da Cidade de Lisboa, pelos serviços prestados à comunidade.

O Edifício está instalado sobre o Arco do Bandeira, virado para a Praça D. Pedro IV (Rossio). A sua visão destaca-se pela «Varanda da Santa Inquisição».

Esta casa foi alugada há longa data para a realização de festas de aniversários e bailes a fim de poder sobreviver. O Grémio Lisbonense enfrenta neste momento (2007) uma acção de despejo que urge resolver.

Esta rua tão curiosa quanto fervilhante, alberga no seu número 225 a 290 o célebre Animatógrafo do Rossio. Resultado de uma associação dos irmãos Ernesto Cardoso Correia e Joaquim Cardoso Correia, que constituiram uma sociedade com o nome Correia & Correia no ano de 1907. A fachada do Animatógrafo com características do estilo "ARTE NOVA", emprestam à Rua uma paisagem dos tempos do século passado.

Concebido essencialmente para exibições cinematográficas, por ele também já passaram companhias de Teatro. Após algumas épocas teatrais, regressa novamente a exibições cinematográficas, actividade que vai manter até à abertura de uma "Sex shop", em exploração que perdura na actualidade.

Diz-nos Norberto de Araújo nas suas "Peregrinações em Lisboa" Volume XII páginas 75 e 76: «o prédio com seu arco e janelão, foi construido no final do século XVIII, quando a Praça pombalina ganhava tessitura de edificação urbana, por um capitalista Pires Bandeira, (...) no primeiro andar deste prédio, com entrada pela Rua dos Sapateiros (do Arco do Bandeira) e ocupado o salão onde se abre o janelão setecentista, fica o velho Grémio Lisbonense. (...) A propriedade pertence ao Marquês de Santa Iria, que a adquiriu ao Conde de Casal Ribeiro, a quem o magnifico prédio adviera por casamento com D. Emília Vanzeller».