Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1961) Foto de Artur Goulart (Caminho que liga a Av. Mouzinho de Albuquerque aos "Caminhos-de-Ferro", à direita a Quinta dos Peixinhos ao fundo à esquerda o «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO») in AFML
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1961) foto de Artur Goulart (Terrenos baldios situados entre as traseiras da Av. Mouz.Albuq. e a Rua Particular, próximo do viaduto à Avenida General Roçadas) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«O SÍTIO E SEU ENQUADRAMENTO (2)»
É-nos dada informação de que a Avenida Mouzinho de Albuquerque " era o troço da Avenida Dr. Jacinto Nunes, desta Praça junto à Rua Morais Soares, (agora Praça Paiva Couceiro) até ao Largo (Largo General Pereira Eça. O início do arruamento é feito na Praça Paiva Couceiro e o final na Rua de Santa Apolónia (1). Estando este historial em fase de análise.
A Avenida Mouzinho de Albuquerque é construída entre o antigo «CAMINHO DE BAIXO DA PENHA» e a «ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO». A Estrada da Circunvalação (Oriental) tinha início no Largo da Cruz da Pedra (junto a uma das entradas da actual Casa Pia de Lisboa), seguia o princípio da Estrada de Chelas (actual Nelson de Barros), virava para a esquerda subindo a actual Avenida Afonso III, passava junto do Alto de São João, descia a Rua Morais Soares (e ficamos por aqui). O Caminho de baixo da Penha, começava na Estrada da Penha de França e finalizava na Estrada da Circunvalação junto da actual Rua Morais Soares.
Do Caminho de baixo da Penha saia a «AZINHAGA DO VALE ESCURO» (azinhaga que deu o nome ao sítio) e mais para baixo «O CAMINHO DA QUINTA DO PEIXE» (que mais tarde se generalizou em Quinta dos Peixinhos). Existe no lado nascente o «ALTO VAREJÃO» sendo ligado a Norte pela Azinhaga da Quinta do Alterada e mais a baixo a «CALÇADA DO ALTO VAREJÃO»(2).
Não podemos afastarmos da ideia de que esta Avenida também entrou em terrenos pertencentes as «COMENDADEIRAS», (mais tarde adquiridos pela CML) como nos referimos mais á frente.
Dizia Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa» que "a Rua de Santa Apolónia (na convergência com a Calçada da Cruz da Pedra) faz agora uma curva, desenhada na artéria, forçadamente, para dar lugar à construção da «ROTUNDA» nos terrenos das grandes oficinas gerais da C.P.
Com as perspectivas em implantar a Companhia Real dos Caminhos de Ferro, neste lugar, toda a zona ficou transformada. A C.P. tomou conta da maioria dos edifícios entre Santa Apolónia e Xabregas (na zona ribeirinha), sofrendo também algumas ruas, sendo o caso da Rua de Santa Apolónia pois o trânsito era todo canalizado por aquela rua, nas direcções Ocidental e Oriental, pela inexistência de uma via alternativa. Nessa altura ainda não existia a Marginal (hoje Avenida Infante D. Henrique).
Os terrenos do local do «RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO», eram convergentes com as hortas das «COMENDADEIRAS», depois terrenos do Estado após 1834. Estava nessa altura destinado a continuidade de uma avenida, que ligasse a Morais Soares e a Cruz da Pedra.
Diz-nos ainda Norberto de Araújo "que a CML adquiriu por 294 contos ao Ministério das Finanças 59000 metros quadrados da antiga Cerca das Comendadeiras - que era enorme - para abertura da dita Avenida (3).
(1) - Divisão de Alvarás, Escrivania e Toponímia da CML.
(2) - Interpretação retirada do «ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA» de Filipe Folque: 1856 - 1858.
(3) - Araújo, Norberto - "PEREGRINAÇÃO EM LISBOA» - Livro XV página 31.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «MOUZINHO DE ALBUQUERQUE (1)»
1 comentário:
As coisas que você descobre q nos dá a conhecer... Vou continuar atento, para ficar a conhecer na totalidade a história da "minha" avenida.
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