sábado, 14 de novembro de 2009

RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ VII ]

Rua da Bica de Duarte Belo - (2009) Foto de APS ( Vista do Elevador da Bica tirada do Largo do Calhariz) - ARQUIVO/APS

Rua da Bica de Duarte Belo - (2007) - Foto de Carlos Kariz (Entrada Sul no Elevador da Bica) in ORIGENS


Rua da Bica de Duarte Belo - (2003) - Foto de Dias dos Reis (Ascensor da Bica) in DIAS DOS REIS


Rua da Bica de Duarte Belo - (1959) - Foto de Fernando de Jesus Matias (A rua do elevador) in AFML


(CONTINUAÇÃO)


RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ VII ]


«A HISTÓRIA DO ELEVADOR DA BICA (1)»


O relevo acidentado de Lisboa foi desde sempre um grave obstáculo à circulação de pessoas e bens entre partes altas e baixas da cidade. Nem mesmo os «AMERICANOS» (carruagens movidas por tracção animal e deslocando-se sobre carris), surgidos nos finais do século XIX, conseguiram responder a este problema de um modo satisfatório.


Com o advento da tracção mecânica surge uma Empresa vocacionada para a sua resolução, a «COMPANHIA DOS ASCENSORES MECÂNICOS DE LISBOA». Fundada em 6 de Junho de 1882 e remodelada dois anos mais tarde, tendo então adoptado o nome de «NOVA COMPANHIA DOS ASCENSORES MECÂNICOS DE LISBOA», dotou a cidade com um conjunto de ascensores funcionando em plano inclinado.


O primeiro foi inaugurado em 1884 na «CALÇADA DO LAVRA», seguindo-lhe o da «CALÇADA DA GLÓRIA» no ano seguinte.
Quando em 20 de Abril de 1888 a «NOVA COMPANHIA DOS ASCENSORES MECÂNICOS DE LISBOA» assinou um novo contrato com a «CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA», obteve a concessão para a instalação de mais um ascensor que, partindo da «RUA DE S. PAULO» pela «RUA DA BICA DE DUARTE BELO», deveria efectuar ligação com o «LARGO DO CALHARIZ».
As obras foram iniciadas em 1890. Em Maio já a instalação da máquina motora estava concluída e em Novembro começava o assentamento das linhas.
Dificuldades de todos os géneros, nomeadamente a instalação do cano colector, abalroamentos e as próprias diferenças de declive, atrasaram a construção. Contudo, após sucessivos adiamentos realizaram-se em 27 de Junho de 1892 as experiências oficiais iniciando-se no dia seguinte o serviço de exploração. O sistema de tracção era de cremalheira e cabo por contrapeso de água. Cada carro estava equipado com um reservatório de água que esvaziava sempre que chegava à «RUA DE S. PAULO» e enchia no «LARGO DO CALHARIZ», de modo que a simples diferença de peso fazia funcionar o sistema. Os carros eram abertos, com nove metros de comprimento e bancos dispostos "em plateia".
Os problemas levantados pelas frequentes faltas no abastecimento de água, obrigando à constante paragem de serviços, fizeram com que, em 1896 a Empresa decidisse substituir o sistema de tracção, passando então a utilizar máquinas a vapor. Estas fornecidas pela firma «MASCHINNENFABRIK » de ESSLINGEN, ALEMANHA, assegurando o serviço até ao momento em que foi decidida a electrificação do sistema.
Já desde 1903 a «NOVA COMPANHIA DOS ASCENSORES MECÂNICOS DE LISBOA», decerto estimulada pelo aparecimento dos eléctricos e pela sua rápida expansão, pedia a empresas estrangeiras orçamentos com vista à electificação.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA BICA DE DUARTE BELO [VIII] - A HISTÓRIA DO ELEVADOR DA BICA (2)»




7 comentários:

Luisa disse...

APS,

Já utilizei muito este elevador, e em cada viagem encontrei sempre qualquer coisa que me despertava a curiosidade.


Abraço
Luisa

Duende disse...

um dos míticos "elevadores" da cidade!! muito bom

José Quintela Soares disse...

Caro APS

Há poucos dias, deambulando pela rua da Palma, entrei neste elevador.
Como companhia, um pequeno grupo de turistas japoneses, absolutamente fascinados com o inusitado que se lhes deparava. Fotografias (as crónicas) às dezenas. Mas espanto, admiração.
Mesmo com o elevador totalmente coberto de absurdas e idiotas letras feitas por energúmenos.
Subimos.
E "subir" a Bica é "descer" à Lisboa que desaparece, em breve viagem que se lamenta não durar mais tempo.

Excelente o seu texto.

APS disse...

Cara Luísa Moreira
Eu enquanto trabalhei no "JC" a (Santa Catarina), também o usava diariamente.
Foi uma boa ajuda para as pernas.
(Custava na altura vinte centavos).

Abraço
APS

APS disse...

Caro Duende

Mítico e pitoresco... este amarelo da Carris!

Um abraço
APS

APS disse...

Caro José Quintela Soares

O "grafito" é indicio de um "progresso" que me parece bastante incomodativo, além de degradar o património.

Agradecido pelas suas palavras.

Um abraço
APS

Anónimo disse...

Settembre 2011. Vacanza a Lisboa, 5 giorni per vedere tutta la città.

http://podi-podi.blogspot.com.es/2012/11/rua-da-bica-de-duarte-belo-lisboa.html

podi-.