Rua de Xabregas - (1989) Foto de APS - (Antiga Fábrica da Samaritana, depois do incêndio de 1948, vista da "RUA GUALDIM PAIS") ARQUIVO/APS
Rua de Xabregas - (1887) - Gravura publicada no Diário Ilustrado Nº 1617 -Ano VI - Lisboa 1887) (Baseada na gravura do Archivo Pitoresco-1864 p. 182) (Fábrica de Fiação de Xabregas (Vulgo) "FABRICA DA SAMARITANA" no "BECO DOS TOUCINHEIROS" Nº 1 em XABREGAS).
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DE XABREGAS [ XI ]
«FÁBRICA DE FIAÇÃO DE XABREGAS (Vulgo) "FÁBRICA DA SAMARITANA" (1)»
A «FÁBRICA DE FIAÇÃO DE XABREGAS» podemos considerar ser uma das mais antigas fábricas "maquinofactureiras" de Lisboa, edificada de raiz para essa finalidade, na segunda metade do século XIX.
Instalada em 1857 no sítio de «XABREGAS», era igualmente conhecida por «FÁBRICA DA SAMARITANA» (em virtude de se encontrar nas proximidades da "FONTE DA SAMARITANA") e por «FÁBRICA DO BLACK», em homenagem ao antigo fundador, engenheiro «ALEXANDRE BLACK», a quem se deve a arquitectura industrial a moagem dos seus primeiros equipamentos e máquinas.
Situa-se à entrada do «VALE DE CHELAS», junto às linhas férreas do LESTE e NORTE e da Circunvalação de Lisboa. Encontra-se também junto à antiga "Circunvalação fiscal", da parte Oriental da cidade de Lisboa. A edificação desta unidade fabril é contemporânea da construção do troço de «CAMINHO-DE-FERRO», entre «LISBOA E O CARREGADO», acessibilidade a que se ligou desde então.
As obras começaram em 1854, em terrenos arrendados ao «HOSPITAL DE S. JOSÉ». A laboração inaugurou-se em 1857, altura em que o edifício rectangular, construído de raiz e com todos os apetrechos para a mecanização da fiação de algodão se concluiu. O seu plano inicial obedecia aos modelos mais avançados das fábricas inglesas.
O edifício, descrito por «PINHO LEAL», tinha então 36 metros de comprimento e 21 metros de largura, com 108 janelas nas quatro fachadas.
Os fundadores de origem britânica, constituíram uma companhia por acções para a sua administração, com o capital de 150 contos de réis, a duzentos mil réis por cada acção. «ALEXANDRE BLACK» notabilizara-se nas obras de engenharia na «FÁBRICA DE SANTO AMARO», da «COMPANHIA DE FIAÇÃO E TECIDOS LISBONENSE» (1), entre 1847-49, depois da prova dada, se juntou aos "SCOTT".
Inicialmente era apenas uma unidade mecanizada de fiação, apesar dos seus primeiros estatutos, datados de 1857, preverem também tecelagem, tinturaria e calandragem do algodão.
As condições de mercado facilitaram a instalação da energia a vapor, até porque «XABREGAS» conhecia desde a década de quarenta as primeiras máquinas motoras. A localização da máquina a vapor fez-se em casa própria, exterior ao edifício, virada a Sul. Com a máquina moviam-se os 4 600 fusos iniciais.
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- (1) - A «COMPANHIA DE FIAÇÃO E TECIDOS LISBONENSE», foi a primeira fábrica a instalar-se no «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE XABREGAS». Depois do violento incêndio de 1844, foi transferida para o vizinho «PALÁCIO DOS MARQUESES DE NISA», no ano seguinte era instalada definitivamente nos terrenos do «CONDE DA PONTE» na Junqueira.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DE XABREGAS [ XII ] - FÁBRICA DE FIAÇÃO DE XABREGAS (Vulgo) "FÁBRICA DA SAMARITANA" (2)».
2 comentários:
Olá meu bom amigo,
Pode parecer irrelevante o que vou escrever, mas, não é! Tive de tratar de assuntos por estas paragens, pouco frequentadas por mim, e senti-me grato ao Autor do blog, porque passei por ali com conhecimento de causa, e um prazer maior do que o aborrecimento do assunto que para ali me levou!
Nada me aborreceu, afinal; salvou-me o dia, transformando um frete numa visita de estudo!
Pelo conhecimento que me deu, um grande abraço e, um grande
Obrigado.
César Ramos
Caro César Ramos
Mais uma vez agradeço o seu comentário.
Ainda bem que o dia de um possível sobressalto, foi finalmente compensado com o aproveitamento histórico ao sítio de Xabregas.
Embora não seja um local "bonito" é, no entanto, cheio de motivos históricos.
Sempre ao dispor,
APS
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