quarta-feira, 14 de julho de 2010

AVENIDA 24 DE JULHO [ III ]


Avenida 24 de Julho - (2003) Foto de Dias dos Reis (Avenida 24 de Julho) in DIAS DOS REIS

Avenida 24 de Julho - (200_?) Fotógrafo não identificado (Antiga Fábrica das Lâmpadas) in MÁXIMA INTERIORES


Avenida 24 de Julho - (1969) Foto de Artur Inácio Bastos ( Estabelecimento comercial da SINGER na Avenida 24 de Julho) in AFML



Avenida 24 de Julho - (1965) - Foto de Armando Serôdio (Edifício da CUF visto pelo lado Nascente) in AFML


Avenida 24 de Julho - (1961) Foto de Armando Serôdio (Edifício da CUF-Companhia União Fabril na Avenida 24 de Julho) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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AVENIDA 24 DE JULHO [ III ]
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«AVENIDA VINTE E QUATRO DE JULHO (3)»
No início do século XIX todo este local era chamado «TERCENAS», (embora de pouca relevância) era tudo uma orla marítima (antes do Aterro), o mar banhava o paredão das «TERCENAS» e tudo cheirava a maresia.
A «TRAVESSA DE JOSÉ ANTÓNIO PEREIRA» serpenteada por sucessivos arcos, leva-nos até à «RUA DAS JANELAS VERDES». Num dos arcos existe uma inscrição a informar que em; (Abril de 1805 «JOSÉ ANTÓNIO PEREIRA» foi grande negociante e armador, proprietário de cais e de armazéns).
«JOSÉ ANTÓNIO PEREIRA» de cujo nome está ligado à Travessa desde o ano de 1889, vendeu ainda na primeira metade do século dezanove, uma casa de habitação própria que aqui possuía com os armazéns contíguos, a um grande comerciante de nome «JOAQUIM JOSÉ FERNANDES». Este tinha uma filha de nome «D. MARIA DO CARMO FERNANDES», (dama honorária da Rainha D. Amélia) que casou em 29.01.1873 com «D. ANTÓNIO DE CARVALHO E MELO DAUN ALBUQUERQUE E LORENA». Do casamento resultou dois filhos, sendo que o primogénito sucedeu nos títulos de «OEIRAS» e «POMBAL».
Passamos na parte de baixo do «MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA» deixamos a «ESCADARIA JOSÉ ANTÓNIO MARQUES» e ficamos a apreciar o lindíssimo palácio que que foi dos «CONDES DE ÓBIDOS», hoje propriedade da «CRUZ VERMELHA PORTUGUESA».
O local Chamado «ROCHA CONDE DE ÓBIDOS» tinha efectivamente uma «ROCHA» que lhe deu nome a qual foi necessário eliminar, no âmbito da reconversão paisagística e da rede viária e pedestre.
Como ficava junto do «PALÁCIO DOS CONDES DE ÓBIDOS», o morro e rocha ficaram conhecidos por «ROCHA CONDE DE ÓBIDOS».
No ano de 1880, foi planeada uma abertura para uma nova ligação entre «O ATERRO» e o interior da cidade. Assim, na «ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOS» foi aberta uma escadaria que ainda hoje permanece.
Antes de passarmos a «AVENIDA INFANTE SANTO», nos edifícios que ficam à nossa direita, existiu naqueles terrenos uma grande fábrica com o nome de «ALIANÇA FABRIL» que no último quartel do século XIX, fabricava essencialmente velas, sabões duros e moles, óleos de purgueira e glicerina. Devido a certas dificuldades financeiras, acabou por se fundir com a «UNIÃO FABRIL» fundada em 1865, pertença naquela altura de «ALFREDO DA SILVA». Teve lugar a fusão no ano de 1898 sendo a designação aprovada «CUF-COMPANHIA UNIÃO FABRIL», (ver mais aqui) sendo o seu administrador-gerente o grande industrial «ALFREDO DA SILVA-(1871-1942)» (ver ainda mais aqui).
Esta firma era uma referência no âmbito do panorama produtivo nacional.
Ao fundo da «AVENIDA INFANTE SANTO» no seu lado direito quem desce e quase de esquina com a «AVENIDA 24 DE JULHO» existia o «HOTEL RESIDENCIAL INFANTE SANTO», que em finais da década de 50 (no simpático café-bar) era o meu lugar de reuniões.
Vamos finalizar (por agora) esta ronda pela «AVENIDA 24 DE JULHO» dando a conhecer que no número 150 desta avenida, existiu uma antiga fábrica de lâmpadas «LUMIAR». Foi adquirida mais tarde pela «OSMAR» e presentemente oferece-nos um conjunto de setenta apartamentos, criados pelo Arquitecto «RAUL ABREU» e «MIGUEL VARELA GOMES».
Esta antiga fábrica foi completamente restaurada a cargo do Engenheiro «JOÃO APPLETON», onde foram mantidas as fachadas dos anos 20 do século passado. Numa das fachadas existe um painel de azulejos «ARTE NOVA», da Cerâmica «VIÚVA LAMEGO».
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«AVENIDA 24 DE JULHO [IV] - O ATERRO»



6 comentários:

Ricardo Moreira disse...

Muitas horas passei eu naquele edifício da CUF (lado nascente), local do posto de saúde do grupo, ainda reflexos do meu pai trabalhar numa empresa do grupo (apesar de na altura já ter sido nacionalizado). Acabou por ir para a alçada do Ministério da Saúde, ARS de Lisboa, onde acabou por ficar o Centro de Saúde da Lapa, se não me engano.

Raquel disse...

Sim senhor,o edifício que refere foi efectivamente no final dos anos 80 o Centro de Saúde da Lapa até ser concluído o actual na rua de São Ciro, hoje ainda é ocupado por serviços da ARS(penso que ainda é propriedade da Companhia de Seguros Império-Grupo CUF)
A primeira foto é uma parte do Ministério da Educação e anteriormente era a Fábrica Nacional de Portugal e Colónias(até final dos anos 50)

APS disse...

Caro Ricardo Moreira

Agradecido pelo seu comentário. Acho que a amiga «RAQUEL» terá, eventualmente, elucidado um pouco mais.

Um abraço
APS

APS disse...

Cara Raquel

Bem-vinda por estas paragens.

Espero e desejo que «PAÇO DE ARCOS» continue próspero. Tenho gratas recordações desse local, berço do meu casamento em 1957 na Igreja antiga.

Cumpts;)
APS

polittikus disse...

Não conhecia este blog. Adorei. Acho espectacular a forma como nos lembram de tempos antigos de outras épocas, assim como a explicação toponimica de Lisboa. Parabéns.

APS disse...

Caro POLITTIKUS

Muito bem-vindo a este espaço e obrigado pelas suas palavras.

Cumpts;)
APS