Rua dos Correeiros - (2005) - Foto de Marcelo Donizete (Zona pedonal na Rua dos Correeiros, à esquina no lado esquerdo temos a Confeitaria Nacional) in PANORAMICO
Nas ruas de Lisboa era frequente ver circular (nos tempos antigos) as seges, as tipóias e as carroças. Aos «CORREEIROS» não lhes faltava trabalho. Na baixa concentravam-se no arruamento que o Marquês de Pombal lhes destinara, a «RUA DOS CORREEIROS».
Rua dos Correeiros - (1949) Foto de J.C. Alvarez ( Tapume para a demolição da Praça da Figueira, ao fundo a Rua dos Correeiros) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
«RUA DOS CORREEIROS [ II ]»
Nas ruas de Lisboa era frequente ver circular (nos tempos antigos) as seges, as tipóias e as carroças. Aos «CORREEIROS» não lhes faltava trabalho. Na baixa concentravam-se no arruamento que o Marquês de Pombal lhes destinara, a «RUA DOS CORREEIROS».
Quem hoje percorre esta rua já não vai encontrar aquele que foi o último correeiro da «RUA DOS CORREEIROS», nos números 200 e 202.
Era uma casa fundada no ano de 1921 (tomada de outro correeiro) último testemunho histórico do passado lisboeta de uma arte tradicional que teve muitos artífices. Há países que lutam pela continuidade dos seus correeiros, o que não aconteceu na nossa Lisboa, onde esta casa fechou, ao entrar na sua 4ª geração a vender artigos de arreios e cavalgaria, bolas de futebol, malas, porta-moedas, mas sempre confeccionados de maneira artesanal.
No seu interior tinha um pequeno museu dedicado ao correeiro «VITORINO DE SOUSA», onde estavam as suas ferramentas pessoais, uma máquina de costura e até algumas criações mestras. Ainda do tempo de «VITORINO DE SOUSA» ficou famoso o selim que realizou para «NUNO DE OLIVEIRA», criado segundo moldes exclusivos para este cavaleiro.
É de realçar que outros «CORREEIROS» teimaram instalar-se por essa Lisboa fora, alguns deles deixando a «RUA DOS CORREEIROS» preferindo zonas mais nobres da cidade, como o «CHIADO», embora também esses já extintos.
Nesta rua nos números 220-226 existe ainda o célebre e antigo restaurante «JOÃO DO GRÃO».
Para a construção de um hotel no quarteirão do «ÚLTIMO CORREEIRO» (ver mais aqui), foi este ano aprovado pela C.M.L. o pedido de licenciamento de obras de ampliação e alteração de interiores e exteriores do edifício localizado na «RUA DE SANTA JUSTA», 42 a 48 e o da «RUA DOS CORREEIROS», 194 a 218.
Como curiosidade, queria aqui acrescentar um elemento que proporcionou aos «CORREEIROS» grandes recortes artísticos à sua imaginação.
A «SEGE» nome dado aos carros pequenos geralmente de um ou dois lugares. Carruagem semelhante a um pequeno «COCHE», com duas rodas e tiradas por um ou dois cavalos, usada muito em Lisboa durante os séculos XVI a XIX. A caixa assentava sobre correias e era coberta por um lote, que descia até meio, com aberturas quadrangulares de cada lado, em vez de janelas. Este meio de transporte era reservado para marchas de curta resistência. (1)
(1) - Dicionário de Língua Portuguesa - Coordenação de José Pedro Machado Volume VI - 1968 Página 725 - Edição da Sociedade de Língua Portuguesa.
(PRÓXIMO) - «CAMPO MÁRTIRES DA PÁTRIA [I] - (CAMPO DO CURRAL E CAMPO SANTANA)
4 comentários:
Venho da hiperligação do LisboAntiga e encanta-me o espaço que aqui encontro.
Nesta sua casa, não só traz as ruas de Lisboa com história, como faz a História das ruas de Lisboa, adornada com o seu testemunho pessoal.
Parabéns pelo seu cuidadoso trabalho de pesquisa e pelo seu jeito de narrar.
Olá sr.Agostinho,tenho boas recordações sempre que lhe faço uma visita.Essas esplanadas de Lisboa,são um convite para uma boa conversa em um final de tarde rsrs rs...
PS:Tenho aproveitado muito o Google street view,foi ótima a sua sugestão, estou sempre em Portugal sem sair de casa...
Um abraço!!!
Cara DIVAGARDE
Diz vir do "LisboaAntiga" e logo vem encontra as antigas ruas de lisboa com alguma história.
Depois de parafrasear o seu primeiro parágrafo, quero agradecer-lhe as suas complacentes palavras para com este blogue.
Espero e desejo não desiludir ninguém, mas que é difícil agradar a Gregos e a Troianos é uma verdade.
Mais uma vez os meus agradecimentos pela visita a esta "casa" pública, feita com carinho e amor, em nome da nossa bonita história no espaço de Lisboa.
Bem-haja!
APS
Cara Márcia Faria
Realmente é um produto "NACIONAL". Esplanadas, boa comida, bons vinhos e bonitas vistas.
Ainda bem que pode "matar" saudades com a «STREET VIEW», embora não tenham todas as ruas de Lisboa visualizadas.
Um abraço
APS
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