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(CONTINUAÇÃO)
RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ XI ]
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«AS ÁGUAS DE ALFAMA (3)»
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ALCAÇARIAS DO DUQUE
As «ALCAÇARIAS DO DUQUE» eram as maiores e as que sobreviveram até mais tarde. Os balneários foram construídos em 1640, mas só foram concessionados para o público em 1894. Tinham 15 quartos para banhos e a concessão foi anulada em 1978.
Estas «ALCAÇARIAS DO DUQUE», localizadas na «RUA DO TERREIRO DO TRIGO» dos números 52 a 60, pertencentes à «CASA DO CADAVAL», foram construídas em 1640 por um mercador Veneziano no sítio da quinhentista «CASA DA ÁGUA DAS MURALHAS» e ampliada em 1716 através da construção de novo estabelecimento; este edifício setecentista foi substituído em 1864 e revestida toda a sua fachada com «azulejo alegre», segundo "CASTILHO".
Foi concedido alvará para exploração termal em 1894 a «D. MARIA DA PIEDADE CAETANO ÁLVARES PEREIRA DE MELO» senhora da «CASA DO CADAVAL» e viúva de «D. JOAQUIM DE MELO».
As «ALCAÇARIAS DO DUQUE» foram objecto de uma concessão, que abrangia duas nascentes distintas: uma das nascentes, denominada «GRANDE ALCALINA», apresentava um caudal abundante de água bicarbonatada a uma temperatura cerca de (30.8º C), enquanto a outra, designada por «SULFÚREA», era um pouco menos mineralizada e com temperaturas mais elevadas (31º C).
O reservatório desta nascente localizava-se por baixo da parede do balneário que ladeava o «BECO DOS CURTUMES», sendo constituído por um poço de cantaria, em que o fundo assentava sobre argila muito finas e micáceas para onde convergia a água, cuja nascente se situava para Sul e Leste (1935). O mesmo autor refere que, segundo informações verbais, a nascente «SULFÚREA» brotava num pequeno reservatório na «TRAVESSA DO TERREIRO DO TRIGO», junto à parede do edifício do balneário.
Quando da aprovação da "concessão" num relatório técnico dos serviços, mencionava que o estabelecimento balnear das «ALCAÇARIAS DO DUQUE» era o único que, de todas as Alcaçarias, tinha sido expressamente construído para esse fim, sendo, de todos, o que exibia melhor aparência, tanto exteriormente como no seu interior.
Segundo «ALBUQUERQUE DE OREY(1894)» engenheiro inspector dizia: "no rés do chão do prédio (...) estão instaladas as tinas de mármore ordinário, em quartos de diversas dimensões, dispostas em três fileiras, separadas por dois corredores. A um e outro lado do corredor principal, encontra-se oito quartos de 1ª classe, e, ao fundo de um lado, um quarto maior, com duas tinas, e do outro lado, um dos reservatórios; outro corredor, mais estreito, paralelo ao primeiro, dá acesso a cinco quartos mais pequenos, onde se dão os banhos de 2ª classe e os banhos dos indigentes, e a um reservatório mais fundo do referido corredor. Nestes dois reservatórios, que comunicam um com o outro, juntam-se as águas das nascentes (...); ao meio do corredor mais largo, é que atravessa a tubagem conduzindo, para dois dos quartos de 1ª classe, especialmente reservados para esse fim, as águas de uma nascente descoberta mais recentemente, por ocasião de se abrir a canalização no «BECO DE ALFAMA».
A água escoa-se para um canal aberto por baixo do edifício, o qual vai desaguar directamente ao Rio Tejo".
Em 1927, o concessionário foi autorizado pela tutela a fazer algumas modificações no balneário.
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