Rua Vítor Cordon - (ant. ao terramoto de 1755) (Maqueta em 3D do "Convento de S. Francisco de Lisboa" e "Igreja dos Mártires", em exposição no "Museu da Cidade") in MUSEU DA CIDADE
Rua Vítor Cordon - (2007) (Vista Panorâmica da "RUA VÍTOR CORDON" e parte do antigo "CONVENTO DE S.FRANCISCO DA CIDADE") in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (anos 50 do século XX) Foto de Armando Madureira ("Largo da Biblioteca Pública" actual "Largo da Academia Nacional de Belas-Artes) in AFML
Rua Vítor Cordon - (ant. ao Terramoto de 1755) Copiou Carlos Jorge (Fragmento da Planta de Lisboa anterior ao terramoto de 1755, reconstituída por "José Valentim Freitas" cujos originais estão guardados na Biblioteca Nacional de Lisboa) LEGENDA - A)Convento de S. Francisco; B)Igreja de S.Francisco da Cidade; C)Igreja dos Mártires; D)Palácio dos Condes de Vila Franca, depois Condes de Ribeira Grande; E)Casa do Tesouro dos Duques de Bragança. in LISBOA ANTIGA (JÚLIO CASTILHO)
(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ V ]
«O CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE LISBOA ( 1 )»
Na colina conhecida por "MONTE FRAGOSO", então sobranceira ao rio TEJO, sobre o qual caíam íngremes ravinas e córregos, tal como ainda hoje nos deixa entender os declives da «CALÇADA DE S. FRANCISCO» e da «RUA DO FERRAGIAL», foi outrora o primeiro "CONVENTO FRANCISCANO DE LISBOA", conhecido e designado por «CIDADE DE S. FRANCISCO», tal a grandiosidade da sua fábrica, e o poder da sua influência na vida religiosa, social e cultural da capital, hoje apenas uma memória ligada à toponímia da cidade de Lisboa.
O «CONVENTO DE S.FRANCISCO DE LISBOA» fundado em 1217 por «FREI ZACARIAS» da "Ordem dos Franciscanos", com a devida autorização do rei «D. AFONSO II».
À data da sua fundação só existia naquele local uma pequena "ERMIDA DE Nª.Srª.DOS MÁRTIRES" mandada construir em 1147 por «D. AFONSO HENRIQUES», e pertencia à sede da freguesia com o mesmo nome.
No "CONVENTO DE S. FRANCISCO" após várias ampliações nos anos subsequentes, consta que já no ano de 1277 ali se ensinava teologia.
A obra do "Claustro", "Sala do Capítulo" e "Capela" são da responsabilidade do Tesoureiro real «JOÃO MONIZ». O ensino que era praticado neste convento, chamado de "ESTUDOS GERAIS" era na época de 1453 equiparado ao praticado na Universidade.
No ano de 1500 os frades Franciscanos cedem dois lotes da cerca do Convento a «D. JAIME I de BRAGANÇA» (quarto Duque de Bragança) para ali construir o seu PAÇO e respectiva horta.
O rei «D. MANUEL I» em 1518 queria destruir a "IGREJA DOS MÁRTIRES" ou mudar para outro lugar pois, tornava-se um estorvo para a ampliação da nova igreja que ele queria construir no Convento. Assim, fez um pedido do "Papa Leão X" nesse sentido, tendo este concordado, mas os religiosos do «CONVENTO DE S. FRANCISCO» (e protestos populares) conseguiram demover o rei a tal intento.
Foi nessa época que a disposição da "IGREJA DO CONVENTO" referente à entrada que estava virada a poente, ficasse orientada a nascente olhando a cidade de LISBOA. As obras da Capela-mor do Convento foram executadas por «JOÃO CASTILHO», tendo os vitrais merecido especial atenção como era uso nas igrejas Quinhentistas. O Refeitório do Convento concluído por «FRANCISCO HENRIQUES» ainda existente em meados do século XVII.
Até esta reforma, existia um estreito caminho que separava a «IGREJA DOS MÁRTIRES» da «IGREJA DO CONVENTO». Com as obras de ampliação da Igreja ficou só um intervalo de dez palmos de largura, por onde passavam as procissões.
Após a morte de «D. MANUEL I», não estando a Igreja acabada, deu continuidade seu filho o rei «D. JOÃO III», que, também não a viu finalizada durante o seu reinado.
Será dessa época um medalhão com uma cartela datada de 1543 e o nome do monarca que se encontrava no frontão da porta principal.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA VÍTOR CORDON [ VI ]-O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 2 )»
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