Avenida D. Carlos I - (2012) (O início da "Av. D. Carlos I" visto da "Avenida Brasília", podemos observar o edifício projectado pelo Arquitecto "Tomás Taveira") in GOOGLE EARTH
Avenida D. Carlos I - (2009) Foto de autor não identificado (Início da "Avenida D. Carlos I" visto da "Avenida Brasília" in AFML
Avenida D. Carlos I - (1965) - Foto de Armando Serôdio (O "QUARTEIRÃO DE SANTOS" na parte sul do "Largo Vitorino Damásio" esquina com a "Avenida D. Carlos I" no antigo sítio do ATERRO de SANTOS) in AFML
Avenida D. Carlos I - (1949) - (Cruzamento da "Avenida 24 de Julho" próximo da "Avenida D. Carlos I", ainda não existia o edifício projectado pelo Arquitecto "Tomás Taveira") in AFML
Avenida D. Carlos I - (Final do século XIX) - Suporte negativo de gelatina e prata - autor não identificado (O carro chamado de "O AMERICANO", que nos finais do século XIX começou a prestar um grande serviço à população da cidade de Lisboa) in AFML
(CONTINUAÇÃO) - AVENIDA D. CARLOS I [ IV ]
«O SÍTIO DA ESPERANÇA E SANTOS ( 2 )»
No segundo quartel do século XIX foi finalmente concretizado o grande ATERRO, edificando-se entre a malha anterior e a nova grande via ribeirinha, a «RUA 24 DE JULHO» (mais tarde Avenida), um significativo marco urbano, o grande quarteirão quadrangular chamado de (quarteirão de Santos) a sul do «LARGO VITORINO DAMÁSIO», que aproveitamos para especificar um pouco mais este quarteirão: "Quarteirão compacto com prédios de quatro pisos e águas-furtadas, obedecendo a um modelo único, e com estabelecimentos e oficinas no rés-do-chão. Grades de ferro nos tímpanos das portas, algumas com as iniciais dos construtores e assinalando as datas da sua construção: 1868, 1871 e 1877. Variações nas formas dos vãos; verga recta ou de volta redonda. Situa-se na «AVENIDA 24 DE JULHO» números 50 a 56 - «LARGO DE SANTOS» números 13 a 15 - «LARGO VITORINO DAMÁSIO» números 1 a 4 e «AVENIDA D. CARLOS I» números 1 a 47" (ver: NÚCLEO DE ARQUITECTURA DO LNEC).
Foi também por esta altura, em Novembro de 1873, que se fez o assentamento dos carris do «AMERICANO», antecessor dos vulgarmente chamados "Carros Eléctricos", com o percurso «SANTA APOLÓNIA» para Ocidente, passando pelo «CAIS DO SODRÉ», «ATERRO DA BOAVISTA», e rampa de «SANTOS» que, pelas "Janelas verdes" ligava à «PAMPULHA».
Quem nos reforça esta ideia é o grande pintor, desenhador e especialista na aguarela, «ALFREDO ROQUE GAMEIRO» no seu livro «A ILUSTRAÇÃO - LISBOA VELHA» (1925). "Não esquecerei jamais a impressão de sumptuosidade e de admiração que senti quando, aí por Fevereiro de 1874, vindo da minha humilde aldeia, entrei em LISBOA.
Não tinha visto até então mais do que os casebres dos modestíssimos lavradores e cuja família me honro de pertencer. A LISBOA do fim do século XIX, e especialmente a cidade baixa, caracterizadamente pombalina, apesar do seu fraco movimento e da monótona harmonia das suas construções, impressionaram o meu espírito de provinciano ingénuo, moço e ignorante, como a última palavra do urbanismo estonteante das capitais.
Começava nessa ocasião o assentamento da linha dos carris para o "AMERICANO", do «TERREIRO DO PAÇO» ao «CONDE BARÃO», e existia, não havia muito, a carreira de vapores de rodas para «ALCÂNTARA» e «BELÉM», de cuja frota fazia parte o roncador e cuspinhento «VAPOR PROGRESSO», (...). Conheci eu muito particularmente as ruas de «SÃO PAULO» e da «BOA VISTA»".
Era criado assim, com este novo meio de transporte colectivo " O AMERICANO" ( 1 ), a importante linha ribeirinha que bordejava a sul as velhas colinas, urbanizadas no passado, que iam de «ALFAMA» e «SÉ», pela «BICA» e «BAIRRO ALTO» e ainda pela «ESPERANÇA» a caminho de «ALCÂNTARA».
Entretanto, a poente, perto da última década de oitocentos e após a demolição de parte do «CONVENTO DA ESPERANÇA», é construída quase toda sobre aterro considerável a actual «AVENIDA D. CARLOS I», que fazia a ligação das «CORTES», actual «ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA» passando pelo antigo «LARGO DA ESPERANÇA», até à «AVENIDA 24 DE JULHO».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «AV. D. CARLOS I [ V ] - O SÍTIO DA ESPERANÇA E SANTOS (3)».
Sem comentários:
Enviar um comentário