quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ]

 Rua Abel Botelho - (2010) Placa toponímica da "RUA ABEL BOTELHO" nas comemorações Municipais do Centenário da República) in CML-CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho - (2010) Foto de autor não identificado (A "Rua Abel Botelho" nas comemorações do Centenário da República") in CML-CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho - (ant. 1917) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( O Escritor e Jornalista "Abel Botelho" no seu escritório)  in AFML  (Abre em tamanho grande)  
 Rua Abel Botelho - (1961) Foto de Artur Goulart (A "Rua Abel Botelho", 44 na freguesia de "São Domingos de Benfica) in AFML 
Rua Abel Botelho - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( (Retrato de "Abel Botelho" original da  autoria de António Ramalho em 1889) in AFML


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ]

«RUA ABEL BOTELHO (2)»

Há pouco mais de cento e vinte anos, LISBOA era sacudida pelos escândalos provocados nas obras (para Teatro e para livro) de um oficial do Estado-Maior do Exército. Chamava-se «ABEL ACÁCIO DE ALMEIDA BOTELHO», viera muito novo da sua terra natal «TABUAÇO», para ingressar no «COLÉGIO MILITAR» em 1867.

De facto, em 1889, foi representada no «TEATRO GINÁSIO» a peça em três actos, de seu nome "JUCUNDA", na qual se apresentava em cena uma personagem feminina vestida com trajes considerados demasiado leves na época.
O escândalo rebentou e, em nome da decência vigente, a peça recolheu a  bastidores.

Oito anos depois, no "TEATRO NACIONAL DONA MARIA II", nova peça, desta vez "A IMACULÁVEL", provocava manifestações hostis na plateia e acabaria por redundar em cenas de pugilato. Entre estas duas obras, subiu ainda à cena, no «TEATRO GINÁSIO», uma outra obra, denominada «VENCIDOS DA VIDA», na qual era feito um retrato tão realista e cruel de diversas personalidades vivas e conhecidas que a proibição não se fez esperar muito.

No "TEATRO DO PRÍNCIPE PERFEITO" (depois chamado de "APOLO") que ficava na MOURARIA no local onde hoje está a estação de Metro do "Martim Moniz", foi ainda representada a «CLAUDINA» (1890), que, mesmo não sendo retirada, provocou grande polémica por fazer o retrato de uma mulher inteiramente desequilibrada, papel em que brilhou a actriz «LUCINDA SIMÕES».

O autor cujos trabalhos provocaram todo este burburinho era «ABEL BOTELHO». Por temperamento e vivência, conhecia os meios mais abjectos da cidade. Passava para as suas peças tudo quanto via, não omitindo cenas canalhas nem caracteres revoltantes.

Os seus começos literários prendem-se com a imprensa: estreou-se na «REVISTA LITERÁRIA DO PORTO», com um soneto. Mais tarde, veio trabalhar em «O DIA», na revista «O OCIDENTE», nos «SERÕES», na «A ILUSTRAÇÃO», no «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» (onde publicou em folhetins, o mais conhecido do seus livros, «MULHERES DA BEIRA» (1898). Colaborou ainda no «CORREIO PORTUGUÊS», nas «NOVIDADE» e foi até director de um jornal chamado «REPÓRTER».

«ABEL BOTELHO» nasceu em «TABUAÇO» em 23 de Setembro de 1856 e faleceu em «BUENOS AIRES» no dia 24 de Abril de 1917.
Embora JORNALISTA, terá ficado mais conhecido como ESCRITOR.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ III ]-RUA ACÁCIO PAIVA».

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