Terreiro do Paço - (2014) (Foto gentilmente cedida pela amiga Maria Eugénia Antunes) (Aspecto da "PRAÇA DO COMÉRCIO" e ESTÁTUA EQUESTRE DE D. JOSÉ I, depois das últimas obras. Imagem captada do Miradouro do Arco da RUA AUGUSTA) in MARIA EUGÉNIA ANTUNES
Terreiro do Paço - (2007) Foto de Dias dos Reis (Estátua Equestre de D. JOSÉ I na PRAÇA DO COMÉRCIO, antes da intervenção de 2013) in DIAS DOS REIS
Terreiro do Paço - ( 2010 ) Foto de JL Cabaço (A ESTÁTUA EQUESTRE DO REI D. JOSÉ I, uma obra do mestre MACHADO DE CASTRO, antes da intervenção de limpeza) in PANORAMIO
Terreiro do Paço - (2002) Foto de autor não identificado (A PRAÇA DO COMÉRCIO" com a sua ESTÁTUA EQUESTRE DE D. JOSÉ I e o ARCO DO TRIUNFO concluído em 1861) in CCDR-LVT
(CONTINUAÇÃO)-TERREIRO DO PAÇO [ XVI ]
«A ESTÁTUA EQUESTRE DE D. JOSÉ I ( 3 )»
Os trabalhos de fundição ficaram concluídos em 15 de Outubro de 1774. A ESTÁTUA levou 35 mil quilos de metal que foram derretidos em 28 horas e vertidos em apenas 8 minutos para a forma de gesso. "Foi muito inovador o processo de fazer uma peça única, realizado pela primeira vez numa obra desta dimensão, esse trabalho foi importante, até por questões comerciais e valorização do país, na industria de armamento, pois com este conhecimento foi possível fazer-se canhões de fusão com grandes dimensões".
Este trabalho foi realizado nas oficinas da "FUNDIÇÃO DE CIMA" (antiga Fundição de Canhões em SANTA CLARA). O Bloco de bronze deste monumento é composto de uma patina branca, que o enobrece, tem aproximadamente sete metros de altura e pesa sensivelmente 30 toneladas.
Na madrugada do dia 22 de Maio de 1775 começou a condução da estátua colossal, desde SANTA ENGRÁCIA, passando pela RUA DO PARAÍSO, (foi aberta uma rua para o carro conseguir passar, puxado por cerca de mil homens, pois a figura real não podia ser deslocada por animais), descendo ao MUSEU DE ARTILHARIA e pela RUA DE ALFÂNDEGA até à PRAÇA DO COMÉRCIO. Para garantir total segurança na condução da estátua, foi necessário demolir algumas casas térreas e barracas pertencentes a particulares.
A ERMIDA DO SENHOR JESUS DA BOA NOVA também sofreu danos, sendo que em 1778, três anos depois da inauguração da estátua, ainda a irmandade daquela ERMIDA requeria ao INTENDENTE DAS OBRAS PÚBLICAS, que fosse reedificado o que naquela IGREJA havia sido demolido.
Foi organizado um importante cortejo que desfilou entre alas de tropas de linha, que cortejo que teve grandeza, pela sua originalidade. A ZORRA que levava a Estátua chegou ao local no princípio da tarde do dia 25 (levou três dias e meio no seu trajecto) e a admirável obra de MACHADO DE CASTRO foi colocada na manhã do dia 27, ficando coberta por um invólucro de seda carmesim.
A sua inauguração foi fixada para 6 de Junho de 1775, dia do aniversário do REI. Com 61 anos, o pobre D. JOSÉ I podia ver-se fundido em bronze em cima do seu cavalo, metido numa armadura bélica que nunca usara...
Assistiu, porém, à cerimónia, clandestinamente, com a rainha e os quatro filhos, o genro e o irmão, os netos, dissimulados numa sala do novo edifício da ALFÂNDEGA, (supondo-se oficialmente ausente) neste dia solene em que o MARQUÊS DE POMBAL triunfava e, com ele, os seus amigos do alto comércio e da finança.
A localização desta estátua foi imposta pelo plano de EUGÉNIO DOS SANTOS e ocupa um lugar singular: o centro geométrico de um triângulo equilátero cujos vértices se encontram no eixo do ARCO DA RUA AUGUSTA (ao tempo ainda não totalmente edificado) e nos eixos das portadas laterais dos dois torreões que rematam a frente aberta da PRAÇA DO COMÉRCIO.
A Estátua fui paga pelo comércio de LISBOA, pela verba de 4% do imposto alfandegário, não foi divulgado o custo total da obra, mas os burgueses pombalinos eram, supostamente, os seus proprietários. A inscrição em bronze, no pedestal, honrando o "COLLEGI NEGOTIARUM CURANS" não o deixava esquecer.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO [ XVII ] A ESTÁTUA EQUESTRE DE D. JOSÉ I ( 4 )»
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